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«A PROBLEMÁTICA BARRA DO RIO DOURO» - 3 -
« I M A G E N S »
O vapor inglês Ruckinge, 83m/1,742tb, Constants (South Wales), Ltd., Cardiff, encalhado nas pedras da Ponta do Dente, quando em 18 pés de calado, auxiliado pelo rebocador Lusitânia, demandava a barra do Douro em 20-03-1931 dirigido pelo piloto José Pinto Ribeiro. Aquele vapor carvoeiro, safou no dia seguinte com o auxilio dos rebocadores Tritão e Lusitânia, seguindo para Leixões conduzido pelo mesmo piloto, auxiliado pelo seu colega Pedro Reis da Luz, a fim de aguardar melhor maré na barra do Douro. Na imagem vê-se os rebocadores Lusitânia e o Mars 2º, além da lancha de pilotar P4 e o salva-vidas da Afurada Gonçalo Dias e no molhe de Felgueiras bastantes curiosos assistindo às operações de salvamento. /(c) Gravura de noticia do jornal O Comércio do Porto de 21-03-1931/.
A 30-03-1936, pelas 16h35, foi içado nos mastros do cais do Marégrafo e do castelo da Foz o sinal de galhardetes convencional do calado de água dos vários vapores, que pilotados aguardavam maré para demandar a barra do Douro. Cerca das 17h00, após a entrada de quatro deles, coube a vez ao carvoeiro norueguês Inga I, piloto Francisco Soares de Melo, que fazendo o conveniente, contudo dificil enfiamento ao canal da barra e ao aproximar-se das pedras da Ponta do Dente, sofreu um estoque de água das águas de cheia e desgovernando a bombordo foi de encontro, pelo lado de oeste, aquela penedia, ficando arrombado. O Inga I, atravessado à vaga, que crescia a todo o momento, e à corrente do rio, foi levado por esta até a uma distância de cerca de 400 metros para oés-sudoeste do farolim da Barra, sem de nada lhe valerem os dois ferros lançados à água, acabando por se deter encalhado num banco de areia submerso, f0rmado por uma então recente cheia, um pouco a norte do local onde sete anos antes , tragicamente naufragara o vapor alemão Deister. Todos os elementos a bordo foram resgatados, após várias tentativas arrojadas do salva-vidas a motor Carvalho Araújo, que os conduziu à Cantareira, sob aplausos da assistência de curiosos, que nas margens assistiam ao salvamento.
O vapor Inga I, 76m/1,183tb, que fora construido em 1918 nos estaleiros de Moss e pertencia ao armador Johan Elliassen (A/S D/S Inga), Bergen, manteve-se encalhado por mais de um ano, apesar de ter suportado algumas tempestades. A 15-11-1936 foi solicitada a sua destruição, a fim de evitar futuras consequências, sobretudo a de dificultar o normal movimento da barra. A 05-05-1937, depois dos trabalhos interrompidos por várias vezes, foi finalmente destruído no local. O seu armador adquiriu o vapor norueguês Ba, o qual foi rebaptizado também de Inga I.
A imagem mostra o Inga I encalhado, a sua tripulação no pátio do Hotel Boa Vista, Foz do Douro, e a lancha salva-vidas Carvalho Araújo entrando a barra, já com os náufragos a bordo. /(c) Gravura de noticia do diário O Comércio do Porto de 01-04-1936/.
Dois sugestivos aspectos da barra do Douro em 25-11-1935, distinguindo-se à direita o grupo de bandeiras e disco içados no mastro do cais do Marégrafo, sinal convencionado para a entrada de vapores a reboque com calados não superiores a 15 pés de água, justificado por na ocasião da preia-mar sondar-se apenas 14 pés de água no canal de navegabilidade, diante do cais do Touro, conquanto a escala do Marégrafo, situada no pontal da Cantareira, registar 19 pés. Em face da situação vários vapores foram-se abrigar ao porto de Leixões ou seguíram viagem para outros portos, apenas tendo entrado sete vapores, entre os quais os que se vê na imagem: Em cima, o vapor carvoeiro inglês Maud LLewellyn, 76m/1.454tb, Cardingan Shipping, Ltd, Cardiff, piloto Júlio Pinto de Carvalho, que vai de guinada a bombordo, pelo que o rebocador Lusitânia tenta trazê-lo a estibordo, a fim de entrar no canal e em baixo, vê-se o vapor português Silva Gouveia, 72m/958tb, Sociedade Geral, Lisboa, piloto Hermínio Gonçalves Reis, passando diante do dique da Meia Laranja, auxiliado pelo rebocador Neiva.
A 04-02-1954, cerca das 08h00, dirigido pelo piloto Jaime Martins, encalhava nas pedras do enrocamento do cais Velho, a cerca de cinquenta metros da pedra do Touro, devido a um forte estoque de águas de vazante, o navio-motor português Colares, 74m/1.158tb, da Sociedade Geral, Lisboa, tendo sido safo ao fim do dia com o auxilio dos rebocadores Vandoma, Montalto e Mercúrio 2º, indo de seguida, metido de proa, amarrar no lugar do Cavaco.
A 15-03-1963, já noite fechada, o vapor liberiano Silver Valley, 135m/7.161tb, Silver Star Shipping Corporation, Monrovia, interesses gregos, quando sob mau tempo e fortes pampeiros, que lhe reduziam a visibilidade, procurava o porto de Leixões. foi encalhar no Cabeço da barra do Douro, a cerca de 600 metros para oés-sudoeste do molhe de Felgueiras. O navio que era uma construção "Park Type" Canadiana de 1944, produzida em série, a fim de satisfazer o esforço de guerra, não resistiu à forte ondulação local, tendo em pouco tempo alquebrado, refugiando-se toda a tripulação à proa, suportando o mau tempo e a perigosa maresia que se fazia sentir. Os esforços dos meios de salvamento terrestres e maritimos não conseguiam resgatar os náufragos, pelo que as autoridades maritimas decidiram solicitar a vinda de helicópteros Franceses, que se encontravam em Alverca, e de facto foi a melhor solução encontrada e a primeira operação do género realizada na costa Portuguesa e talvez das pioneiras a nivel mundial. 27 homens foram resgatados em cerca de 40 minutos, num vaivém continuo pelos dois helicópteros, cerca das 15h00 do dia seguinte.A imagem mostra um dos helicópteros assentando os patins do seu trem na amurada de proa do Silver Valley e os náufragos, dois a dois, iam subindo directamente para bordo, alcançando terra firme em 15 viagens. /(c) imagem de noticia de O Primeiro de Janeiro de 17-03-1963 /.
2 comentários:
Grande blog de interesse maritimo, muitos parabéns pelo seu blog. Adicionei ao meu http://sergiocruises.blogspot.com .
Saudações maritimas,
Sergio@Cruises
Olá Sérgio
Muito obrigado pelo comentário e o mesmo estou a dizer acerca do seu Blogue, que desconhecia e que apreciei imenso, pois de futuro não deixarei de o visitar,
Bonita imagem do cais da Pontinha, no qual reconheço o veterano Vénus, um dos Ybarras, um outro que não me recordo do nome, depois julgo que são o Funchal e um da CCN. Fundeados ao largo um Loide e o Berlin.
Embora haja um projecto para estruturação do cais da Pontinha, o que parece é que se esse cais já há bastantes anos era pequeno para o movimento de navios de cruzeiro, agora nem se fala. O Alberto João, homem dinâmico, tem é que mandar projectar novo cais para esse tipo de tráfego, e ainda para mais com o ferry da Armas da ligação Portimão/Funchal com o pessoal a viajar de carro até à Madeira ou vice-versa.
Já agora pode apreciar no Site Ships Nostalgia a minha colecção de postagens de imagens de navios.
Saudações marítimas
Rui Amaro
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