Quando entrava a barra do Tejo a 22/01/1966, o paquete MOÇAMBIQUE, que já vinha a sofrer as inclemências do mau tempo, que então se fazia sentir, e que também causara o naufrágio do SANTA MAFALDA, foi apanhado por uma volta de mar descomunal, que lhe varreu por completo o convés, partindo alguns apetrechos e estruturas do navio e ferindo vários soldados que regressavam á Pátria, após terem completado a sua comissão de serviço no Ultramar Português.
Um casal que também se encontrava no convés. Arlindo da Conceição Ferreira Bastos, de 28 anos, agente publicitário, e sua esposa, Cândida da Conceição Bastos, de 22 anos, bem como uma filhinha do casal, Ana Paula, de 2 anos, foram também apanhados pela vaga. O primeiro sofreu fractura das pernas e a segunda, escoriações pelo corpo. A petiza Ana Paula apesar de ter sido projectada ao convés, não sofreu qualquer mazela. Após a atracação do navio, os soldados foram transportados ao Hospital Militar da Estrela, onde receberam tratamento a várias escoriações. Quanto ao casal, o marido ficou internado no Hospital de S. José, e a esposa e a filhita regressaram a sua casa em Lisboa.
MOÇAMBIQUE (2) – paquete de carreira / imo 5238420/ 167m/ 12.976tb/ 2x Doxford engine diesel 6.500Bhp cada/ 18nós/ Pass. 749/ tripulantes 212/ 10/1949 entregue por Swan, Hunter & W. Richardson, Ltd, Newcastle-upon-Tyne, à Companhia Nacional de Navegação, Lisboa, para o seu serviço Lisboa, Angola, Moçambique; 28/05/1972 enquanto em viagem de Africa para a Metrópole, a 50 mn a SW de Lisboa colidiu com o petroleiro Italiano PETROLSABE; realizou alguns cruzeiros e na década de 60 serviu de transporte de tropas para o Ultramar e no início da década de 70 foi colocado em “laid up” no estuário do Tejo, mar da Palha; 29/09/1972 chegava a Kaohsiung para desmantelamento em sucata. Navio-gémeo ANGOLA.
Fontes: jornal “O Comércio do Porto”, Miramar Ship Index.
Imagem: postal da CNN.
Rui Amaro
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3 comentários:
Queiram corrigir a data do albalroamento com o PETYROLSADE.
O acidente deu-se em 1970 e não em 1972. Sei disso porque eu era o 2º Radiotelegrafista
nessa viagem.
Cumprimentos
M. Herculano Viegas
SRVIEGAS está certo eu era electricisata nesse navio, estava na casa das máquinas, foi o nevoeiro, segundo o Mestre Venâncio, contamestre e marinheiro da Ericeira, velho lobo do mar, homem bom. O nosso comamdante se bem me lembro o sr. FREIRIA o (ORELHAS)
Confirmo 1970, eu era passageiro com o meu pai Capitão Médico Albertino Martins miliciano com 14 anos e 6 meses de tropa e três mobilizações , tinha sido desmobilizado e quiz voltar à metrópole por via marítima 1 mês de navegação com a sua mulher e dois filhos. Acabou tragicamente ao largo de Sines num abalroamento. Difícil ou quase impossível encontrar relato desta tragédia que de acordo com o meu pai matou 23 pessoas .
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