sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

RECORDANDO O ABALROAMENTO DO NAVIO-MOTOR “MIRA TERRA” COM O NAVIO-TANQUE “CLÁUDIA” NO INICIO DA DÉCADA DE 60


Com o fim de descarregar gasolina e outros combustíveis, encontrava-se em Leixões em ??, atracado ao cais do molhe Sul, o navio-tanque CLÁUDIA, pertencente à SOPONATA, e ao serviço da Sacor. Cerca das 06h00, e após a descarga dos combustíveis, o CLÁUDIA foi fundear na Bacia, aguardando a todo momento, que o espesso nevoeiro que dominava em toda a costa, se dissipasse. Eram 09h05 precisas, quando a atmosfera se desanuviou um pouco. O comandante Álvaro Garrido Pedro, ordenou imediatamente que se levantasse ferro, e com o piloto da barra dirigindo a manobra, fez-se ao mar.Navegava aquele navio-tanque com as máximas precauções, apitando amiudadas vezes como manda o regulamento marítimo, quando a seis milhas e meia da costa, ao mar de Espinho, lhe surgiu na amurada por bombordo, o navio-motor MIRA TERRA, da Sociedade Geral, capitaneado pelo Cmte António Camarate Carrilho, já muito perto, que navegava para Leixões, só se ouvindo nessa altura o sinal característico de aproximação.

Eram precisamente 10h10, o comandante do navio-tanque que atento ao mar, na ponte de comando, com o imediato, Vasco Correia, e 1º maquinista Mário Fernandes e os marinheiros Bento José dos Santos Arcadinho, este ao leme, e Manuel António Henriques, ao verificar que o navio de carga ia abalroar com seu barco pelo través, o que era um perigo enorme, visto que nos tanques havia muitos gazes, dando mostras duma grande perícia, ordenou prontamente ao timoneiro que rodasse o leme todo a bombordo, enquanto com as máquinas a toda a força o CLÁUDIA tentava escapar. Como não podia deixar de ser, deu-se a colisão, felizmente sem grande perigo. O MIRA TERRA embateu com a proa por bombordo do CLÁUDIA, produzindo-lhe um extenso rombo. A colisão que foi violenta, apanhou no beliche, apenas o tripulante José Ramos Carrelo, de 27 anos, da Cova da Piedade, em Almada, que com a violência da pancada, foi projectado, ferindo-se no frontal e coxa esquerda.

Logo que se deu o embate, as duas embarcações entraram em contacto com as autoridades marítimo-portuárias de Leixões, que tomou imediatas providências, entrando neste porto, ambos os barcos, cerca das 12h00, fundeando na Bacia e sendo o tripulante sinistrado conduzido aos serviços de urgência do Hospital de Matosinhos.


CLÁUDIA em Leixões / (c) Foto-Mar, Leixões /.

CLÁUDIA – Navio-tanque costeiro, 56m/638tb, 2 hélices; 1944 entregue pelo estaleiro Odenbach Shipbuilding Corp., Rochester, NY, como Y80 para a US Army Tankers; 1946 CLÁUDIA, Cia. Marítima Caralaga SA, Honduras; 1951 CLÁUDIA, SOPONATA - Soc. Portuguesa de Navios Tanques, Lisboa, que o colocou no tráfego costeiro nacional, particularmente fretado à Sacor Marítima, Lisboa; 1961 CLÁUDIA, Sacor Marítima, Lisboa; 1972 CLÁUDIA, interesses Portugueses, convertido em areeiro e passando a operar na extracção de areia ao largo da Ilha da Madeira, tendo vindo mais tarde para o rio Douro, zona de Entre Rios/Castelo de Paiva; 2010 ainda em serviço.


MIRA TERRA cruzando a barra do Douro de saída em 14/07/1966 /(c) Rui Amaro /.

MIRA TERRA (2) – 55,81m/562,31tb; 15/03/1957 entregue pela CUF – Companhia União Fabril (Estaleiro Naval da AGPL – Rocha), Lisboa, á Sociedade Geral de Comércio, Indústria e Transportes, Lisboa; 1967 transferido para o tráfego inter-lhas de Cabo verde; 25/07/1970, perdeu-se por encalhe no baixio do Galeão, Norte da Ilha do Maio, sem perda de vidas.

Navios gémeos: SILVA GOUVEIA (3) e MARIA CRISTINA (2).

Fonte: Jornal O COMÉRCIO DO PORTO, Lloyd’s Register of Shjpping.

Rui Amaro

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

REBOCADORES DO PORTO DE VIANA DO CASTELO

Os rebocadores MONTE DE SÃO BRÁS e MONTE XISTO, empresa Tinita, atracados ao cais comercial do porto de Viana do Castelo - Dezembro de 2009 / (c) José Rui Amaro /.