LUGELA (2) / desenhado em 1973 por Rui Amaro /.
LUGELA (2) – 74,7m/ 499tb/ 13nós; 08/1966 entregue pelo estaleiro Atlas Werke AG, de Bremen, como PRIWALL à Partenrederei Ehepaar Bogel, HB, de Bremen, que o empregou no mercado de fretamentos; 1966/73 esteve fretado à Moss Hutchison Line, de Liverpool, operando na sua linha de Glasgow, Dublin, Lisboa, Porto/Leixões; 1973 LUGELA, Companhia Colonial de Navegação, de Lisboa, colocado no seu tráfego da costa de Moçambique, juntamente com o gémeo PUNGUE (2); 1974 LUGELA, CTM – Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos EP, de Lisboa, por fusão da CCN e Insulana, que formaram aquela empresa estatal; 1985 LUGELA, Componave – Companhia Portuguesa de Navegação, Lda., de Lisboa; 1986 MARE UNO, Marinter – Transportes Marítimos Internacionais., Lda., de Lisboa, 26/06/1991 MARE UNO, Marinter – Transportes Marítimos Internacionais, Lda., de Lisboa, encontrava-se arrestado no Tejo devido a dividas do seu armador, conquanto tenha sido vendido a interesses Açorianos, embora não se tivesse processado de imediato a entrega formal do navio à Alfercar – Transportes Marítimos, Lda., de Lisboa, permanecendo imobilizado no Tejo, e a 06/02/1992, após modernização para transporte de gado vivo, voltou a navegar sob o nome de CIDADE DA HORTA, passando a ser operado pela Cooptermar – Cooperativa Açoriana de Transportes Marítimos, CRL., da Horta; 24/12/1993 ficou arrestado no porto de Aveiro, à ordem do tribunal, por falta de liquidação (cerca de cinco mil contos) de duas escalas e respectivas operações de cargas e descargas no porto de Aveiro, arresto esse que foi intentado pela firma consignatária Afretal – Agência de Navegação e Comércio Marítimo, Lda., de Leixões. A partir daqui perdeu-se o traço final do navio.
O PRIWALL em Leixões em 1967 / fotografado por Rui Amaro /.
Em 1991 foi adquirido por um novo armador Açoriano (Revista de Marinha nº 487 Fevereiro de 1994).
Com a entrada em serviço, no princípio de Fevereiro do navio-estábulo CIDADE DA HORTA, regista-se o aparecimento de mais um armador Português. Trata-se da Cooptermar – Cooperativa Açoriana de Transportes Marítimos, empresa sediada na Horta associada a interesses ligados à criação e transporte de gado.
Trata-se de uma iniciativa do carregador Guy Alves, ficando o navio exclusivamente ao serviço dos interesses ligados aquele empresário Açoriano.
O CIDADE DA HORTA era o navio de carga MARE UNO, adquirido à MARINTER em Junho último e entretanto reconvertido em Lisboa para passar a efectuar o transporte de gado. O navio deverá fazer viagens sucessivas no triângulo Açores/Madeira/Continente, podendo escalar ainda portos estrangeiros se necessário. O facto de operar em tráfego ainda reservado a navios de bandeira Portuguesa inviabilizou entretanto o registo do CIDADE DA HORTA no MAR. O navio chegou a ser registado, a 4 de Fevereiro na Madeira, procedendo-se depois à alteração para o registo convencional, a Horta como porto de armamento. Na aquisição reparação e modificação do CIDADE DA HORTA, terão sido investidos cerca de 200 mil contos. Os porões foram totalmente decapados e adaptados às novas funções, tendo sido igualmente instalada uma grua de 10 tons adquirida também à Marinter. Esta grua havia sido desmontada em Setúbal de uma das unidades vendidas pela Marinter a interesses Ingleses no início de 1991.
Construido na Alemanha em 1966 com o nome de PRIWALL, o navio seria comprado em 1973 pela Companhia Colonial de Navegação para o serviço de cabotagem em Moçambique, juntamente com o seu gémeo PUNGUE ex PASSAT. Transferido para a CTM em 1974 na sequencia da fusão com a Insulana, regressou a Portugal em 1975, passando a operar nas ligações para as ilhas e Norte da Europa. Em 1985 foi vendido à Componave, e utilizado na carreira de Cabo Verde até ser adquirido pela Marinter em 1986. Alterou o nome para MARE UNO, passando a ser utilizado nas ligações com o Mediterrâneo e Norte da Europa.
O LUGELA (2) no porto de Leixões, já com as cores da CTM em 1975 / fotografado por F. Cabral, Porto /.
Navio de carga "agoniza" no cais bacalhoeiro da Gafanha – Contentores apodrecem em terreno agrícola (Jornal de Noticias, de 12/03/1994).
O navio CIDADE DA HORTA, propriedade do armador Açoriano Alfercar, está ancorado no porto bacalhoeiro da Gafanha da Nazaré desde 24/12/1993 e só o deixará depois de saldar a divida para com o agente de navegação "Afretal", de Leixões, que intentou o processo burocrático que conduziu ao arresto.
A bordo o navio de carga tem nos porões diversos tipos de mercadorias convencionais, materiais de construção civil e contentores.
O CIDADE DA HORTA encontra-se fechado, sem tripulação efectiva a bordo, sendo protegido pela Guarda Fiscal de serviço ao porto bacalhoeiro.
Fernando Oliveira, sócio da agência que requereu o arresto, disse ao JN que "é uma pena" a situação porque passa o armador, que viu malogrado diversos contactos com empresas da região, no sentido de arranjar serviço de transporte regulares entre o Continente e a Região Autónoma dos Açores.
A situação foi agravada por dificuldades burocráticas, impostas por legislação inadequada para o sector dos transportes marítimos, que impõe um elevado e incomportável número de escalas mensais entre o Continente e as ilhas Açorianas.
O nome deste navio de "má sorte", construído em 1966, destinado essencialmente, para o transporte de gado, está entretanto ligado a uma descarga de contentores com bovinos Açorianos, nos primeiros dias de Novembro.
Sem mercadorias para a viagem de retorno, como inicialmente se previa, os contentores foram aparcados não só no interior do terminal Norte do porto de Aveiro como depositados "sine die", primeiro à margem de uma estrada interior da Gafanha da Encarnação e, depois, ante a má imagem que oferecia, transferidos para um terreno nas traseiras de uma estação de assistência de veículos automóveis.
Ao todo são 13 os contentores esventrados e que ali apodrecem, ante o desespero compreensível do proprietário da estação de serviço, que investiu somas avultadas no seu alindamento e beneficiação para bem servir os clientes e que, agora, vê os caixotes alinhados paredes-meias com as instalações, sem saber quando dali serão retirados.
O CIDADE DA HORTA arrestado no porto de Aveiro em 10/04/1994 / foto gentilmente enviada por Ricardo Martins /.
Fontes: Imprensa diária e periódica; Lloyd's Register of Shipping
Rui Amaro
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