terça-feira, 24 de setembro de 2013

O ENCALHE DO NAVIO-MOTOR CIPRIOTA “KAI” A NORTE DE SÃO JACINTO (AVEIRO)

O "KAI" encalhado na praia de São Jacinto /Jornal O Comércio do Porto /.


Salvadego "COMENDA" / imagem de autor desconhecido, gentilmente enviada por Nuno Bartolomeu, Almada /


09/02/1991 – Ao princípio da madrugada de anteontem, o navio-motor KAI, de bandeira conveniência Cipriota, deu à costa a norte de São Jacinto, Aveiro, com sete tripulantes a bordo (dois Alemães e cinco Polacos), que nada sofreram. O navio de um armador Alemão, procedente do porto Italiano de Livorno, encontrava-se fundeado ao largo da barra de Aveiro, a aguardar ordens do seu armador quanto ao seu destino. Em lastro, o navio, provavelmente devido a descuido da tripulação de quarto, acabou por ser arrastado pelas fortes correntes, dando à costa sem sofrer quaisquer avarias, ficando de proa virada a sul e totalmente em seco. A capitania, a Guarda-fiscal e a Policia Judiciária estiveram a bordo, não tendo verificado nada de anormal. Para tentar safar o navio, foi requisitado, o serviço do salvadego Português COMENDA, da Rebosado – Reboques do Sado, Lda, de Setúbal, que era esperado, ontem ao fim da tarde, em São Jacinto. Segundo revelou à comunicação social o comandante da Capitania de Aveiro, José Manuel Gouveia, técnicos Ingleses e um representante do armador Alemão irão esta manhã estudar no local as possibilidade de salvamento do navio. Apesar do mar estar com pouca ondulação, a altura das marés não garante o êxito das operações. Quanto à tripulação, encontra-se a bordo, aguardando instruções do armador.
O KAI continua varado na praia de S. Jacinto, e durante o dia e a noite de ontem, fizeram-se algumas diligências para safar aquela unidade capitaneada por um Alemão, tendo a bordo um outro seu compatriota e ainda mais cinco Polacos, que se encontram livres de perigo.
Segundo informações do capitão do porto de Aveiro, chegaram ao princípio da noite a Aveiro os armadores do KAI e, hoje, pelas 9 horas, haverá uma reunião entre a autoridade marítima, a seguradora e os armadores, a fim de se encontrar soluções para salvar o navio.
Possivelmente, e segundo o comandante Gouveia, a primeira tentativa terá lugar ainda hoje, às 11,48 horas, na altura da preia-mar. Uma operação que, em princípio, parecia fácil, mas que, ao que se apercebe, se está a tornar um pouco complexa.
As autoridades marítimas de Aveiro e os técnicos Ingleses, que se deslocaram ao local vão tentar, hoje ou amanhã, com auxílio de um rebocador, retirar o KAI. Para o efeito, segundo o responsável pela Capitania de Aveiro, será escavado um sulco em direcção ao mar. Uma outra medida entretanto tomada, o levantamento de uma barreira de areia entre o mar e a costa – para que o barco que está muito leve, não venha mais para cima do areal, provocou já uma reacção, como já é vulgaríssimo, mesquinhamente ocorrer nestas situações, da associação ecológica “Quercus”, que receia pelas dunas da reserva natural de São Jacinto. Segundo um dirigente da “Quercus”, o navio encalhou na chamada “reserva integral”, onde é proibida a circulação de pessoas e máquinas, estando-se a “desrespeitar a lei e os interesses ambientais”. Por outro lado, disse ainda, “os buldozers”, estão a retirar areia das dunas, que são protegidas, quando a menos de 500 metros existe uma unidade de extracção de areia. A versão do comandante Gouveia, da capitania de Aveiro, é diferente, já que, segundo diz, “estamos a retirar a areia junto à água do mar”. Isto, para além de estar a ser retirada “para sul da placa de reserva, com o conhecimento da directora do parque”. Ainda segundo o comandante, a “Quercus” está “a levar um bocado à letra as exigências da lei”, argumentando ainda que “mais perigosas serão as consequências ambientais se não se conseguir retirar o navio”.
O KAI que desde a madrugada de quinta-feira, estava encalhado no areal da praia de São Jacinto, foi ontem, 12 de Fevereiro, ao principio da tarde, posto novamente a flutuar, tendo rumado ao porto de Leixões, e os representantes da “Quercus”, todos felizes, deixaram de ter um enormíssimo “TITANIC” a criar problemas à “reserva Integral”, e parece não compreenderem que há uma autoridade marítima a controlar essas ocorrências indesejáveis para todos nós, mas que surgem por esse mundo fora, e infelizmente continuarão a surgir.
A operação de salvamento do KAI processou-se pouco depois das 13,30 horas, com condições de mar consideradas pelos peritos como excepcionais.
O KAI estava em seco no areal e o facto de se encontrar sem qualquer carga ajudou bastante a operação de ontem à tarde, desenvolvida pelo salvadego COMENDA, 42,1m/686tb/2xdiesel/13nós, do porto de Setúbal. O navio sinistrado entrou nas águas do mar de proa e a ondulação era a necessária suficiente para a operação de salvamento se desenrolar.
Por motivos que se desconhecem, mas que se presume tenham a ver com os descuidos da tripulação. O KAI encalhou na madrugada de quinta-feira no areal a norte da praia de São Jacinto, não tendo no entanto, sofrido quaisquer prejuízos nem a tripulação sido atingida. O navio encontrava-se ao largo, como acima foi dito, a aguardar instruções do seu armador qual o porto a rumar, situação normal, até poderia ser o porto de Aveiro.
Na operação de salvamento, concretizada pelo salvadego Português COMENDA. Houve necessidade de escavar areia no local onde o navio se encontrava e o recurso a duas embarcações de pesca para o estabelecimento do cabo do salvádego para o navio sinistrado.
As autoridades marítimas, como não poderia deixar de ser, presenciaram a operação de salvamento do KAI.
KAI – imo 6804305/ 73,4m/ 500tb/ 11,5nós; 03/1968 entregue por Bodewes Hoogezand Shipyard, Bergum, Holanda, como DORRIT LEA, Rederi I/S Lea l, Copenhagen; 1979 DORRIT LEA, Rederi I/S Sanved V, Copenhagen; 1979 LEONARDO, Co. Tra. Mar., Nápoles; 1983 GEORGE JUNIOR, G. Zervas Carriers Ltd, Limassol; 1990 KAI, Hydroserve Marine Co., Ltd, Limassol; 1996 KAI (1.152tb), Geest Shipping Co., Ltd, Limassol; 2000 SOPA, Med Express Inc, San Lorenzo, Honduras; 2003 SANDRI, Sokrat Sava, Durres, Albania; 2009 SCUTARI, Sokrat Sava, Durres, Albania; 23/06/2009 chegava a Aliaga para demolição.
Fontes: Jornal de Noticias; O Comércio do Porto; Miramar Ship Index.
Rui Amaro    

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s) em NAVIOS Á VISTA, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on NAVIOS Á VISTA, which will be very much appreciated.

domingo, 22 de setembro de 2013

RECORDANDO O VAPOR PANAMIANO “ALCANTARA” DE 1946/50

Vapor ALCÂNTARA

Vapor Panamiano (bandeira de conveniência) ALCÂNTARA  imo 5604797/ 130m/ 6.479tb/ 10,5nós; 20/12/1919 lançado à água por Furness Shipbuilding Co., Ltd, Haverton Hill como WAR RELIEF para o Shipping Controller, Londres; 04/1920 entregue pelo mesmo estaleiro, como POLLENZO a Lloyd Sabaudo SA SpAm Génova; 1927 POLLENZO, SA Parodi & Corrado, Génova; 1929 POLLENZO, Corrado SA di Navigazione, Génova; 1946 ALCÂNTARA  Sociedade de Navegação Oceânica, Lda, Lisboa, bandeira de conveniência Panamiana; 1950 ALCÂNTARA  F. H. de Oliveira &Cia, Lda, Lisboa, bandeira de conveniência Panamiana; 24/10/1950 encalhou em Keteflaat, rio Schelde, Bélgica, sofrendo avarias graves; 24/06/1951 chegava a Briton Ferry para demolição. O ALCÂNTARA estava empregue no “tramping” internacional.
A imagem do Jornal O Comércio do Porto mostra-o no Tejo em 1950.
Rui Amaro

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