IMPÉRIO / postal de arte do armador assinado por Gordon Ellis /
O paquete Português IMPÉRIO, passageiros e carga/ Imo 5159698/ 161,9m/ 13.185,72tb/ 7.758,63tl/ 11.230 m3/ 17nós/ 2 hélices/ 2 grupos de turbinas, construídos em 1948 por John Brown & Co., Ltd. / 2 caldeiras para 30 K/cm2 de pressão/ 13.200 cavalos / 19 -17 nós/ Passageiros - 18 em classe de luxo, 101 em primeira classe, 156 em segunda, 118 em terceira e 406 em terceira suplementar, no total de 799 passageiros/ tripulantes 164; 27/12/1947 laçado á agua pelo estaleiro John Brown & Co., Ltd., Clydebank, Glasgow; 16/06/1948 registado na Capitania do porto de Lisboa sob o número H362; 17/06/1948 entregue pelo estaleiro acima, à Companhia Colonial de Navegação, Lisboa, que o empregou na sua carreira para os territórios Portugueses de África, nomeadamente de Angola e Moçambique, realizou uma ou outra viagem ao Brasil, e uma viagem turística às ilhas Atlânticas e nas décadas de 60/70 foi fretado pelo Governo Português como transporte de tropas e equipamento militar para Moçambique, tendo numa dessas viagens, mais propriamente a 09/01/1970, sob as ordens do Cdte Oscar Guimarães, sofrido um rombo na casa das máquinas, que originou enorme entrada de água, que acabou por inundar e paralisar as máquinas, e como tal a vida quotidiana a bordo ficou insuportável, quando aquele paquete se encontrava a quatro dias de viagem e a 400mn de Cabo Verde, mais propriamente a 150mn a sul de Dakar.
Segundo consta aquele rombo foi provocado por rebentamento de um engenho explosivo colocado a bordo antes da partida de Lisboa, provavelmente por elementos de movimentos independentistas, entretanto, enquanto se encontrava à deriva, foi assistido por outros navios, que navegavam na área, entre os quais, os Portugueses TRANSFRIO e ALMEIRIM, e mais tarde por uma fragata da Armada Nacional. Chegado um rebocador de nacionalidade Grega, da Tsavliris, foi por este rebocado para o porto do Mindelo, no arquipélago de Cabo Verde, onde arribou passados cerca de seis dias, com o pessoal a bordo em desespero, particularmente a tropa, que dias depois seguiu para Moçambique no paquete NIASSA. O paquete acidentado regressou a Lisboa rebocado pelo salvadego Holandês JACOB VAN HEEMSKERCK, da NV. Bureau Wijsmuller, de Ijmuiden, e daí dias mais tarde seguiu para os estaleiros de Glasgow para reparações finais; pelos seus próprios meios.
A 25/10/1966 entrava em Leixões como "navio presidencial" transportando desde Lisboa, um dos poucos estadistas nacionais e marinheiro, que à época conduzia a pasta da Marinha, fez Portugal regressar ao mar, com o célebre despacho nº 100, de 16/08/1945, que deu um rejuvenescimento à então, já envelhecida Marinha de Comércio, que foi iniciado com o BENGUELA em 1946 e concluído com o NIASSA em 1955, o Alm. Américo Tomás, Presidente da Republica, que veio presidir à inauguração das obras portuárias, a doca nº 2, a ponte móvel e o viaduto, ambos destinados à ligação de Matosinhos a Leça da Palmeira; 29/03/1974 chegava a Kaohsiung para desmantelamento pelo sucateiro Chu Shun Hwa Steel & Iron Co., Ltd.
JACOB VAN HEEMSKERCK / postal do armador /.
.A 25/10/1966 entrava em Leixões como "navio presidencial" transportando desde Lisboa, um dos poucos estadistas nacionais e marinheiro, que à época conduzia a pasta da Marinha, fez Portugal regressar ao mar, com o célebre despacho nº 100, de 16/08/1945, que deu um rejuvenescimento à então, já envelhecida Marinha de Comércio, que foi iniciado com o BENGUELA em 1946 e concluído com o NIASSA em 1955, o Alm. Américo Tomás, Presidente da Republica, que veio presidir à inauguração das obras portuárias, a doca nº 2, a ponte móvel e o viaduto, ambos destinados à ligação de Matosinhos a Leça da Palmeira; 29/03/1974 chegava a Kaohsiung para desmantelamento pelo sucateiro Chu Shun Hwa Steel & Iron Co., Ltd.
Dois aspectos do paquete IMPÉRIO, como "navio presidencial" em Leixões a 25/10/1966 / Foto superior - (c) Foto Mar - Leixões, colecção Nuno Bartolomeu; Foto inferior - autor Rui Amaro /.
O IMPÉRIO só começou a escalar o porto de Leixões, se não estou em erro, a partir de finais da década de 50, assim como o seu irmão PÁTRIA, e os dois gémeos ANGOLA e MOÇAMBIQUE, da Companhia Nacional de Navegação, talvez devido à fragilidade dos rebocadores locais, ou porque os navios deixaram de realizar a manobra de rotação dentro da doca nº1, mas sim na Bacia, se bem que o PÁTRIA e o ANGOLA escalaram Leixões nas suas viagens inaugurais e de apresentação, respectivamente em 25/01/1948 e 12/01/1949, mas para isso deslocaram-se a Leixões os rebocadores dos respectivos armadores MONSANTO e o AVEIRO, a fim de prestarem assistência nas manobras de rotação. As cargas destinadas a Leixões eram trazidas de Lisboa, primitivamente pelo BUZI e mais tarde pelo PUNGUE, que no regresso levavam as cargas de embarque a serem baldeadas para o PÁTRIA e para o IMPÉRIO em Lisboa.
O paquete PÁTRIA saindo do Leixões em 12/12/1965, dia ameaçador de chuva / autor Rui Amaro /.
Recordo-me da largada do PÁTRIA, atracado no topo oeste da doca nº1 – norte, com uma enorme assistência de curiosos, em 26/01/1948, um Domingo chuvoso e de temporal desfeito de sudoeste, conduzido pelo piloto Elísio da Silva Pereira, que foi desembarcar a Lisboa, auxiliado pelos rebocadores MONSANTO e pelo velhinho e cansado TRITÃO, este da APDL. Os cabos à proa rebentavam perigosamente, e o TRITÃO à proa lá ia aguentando o "monstro", estando o MONSANTO à popa.
Fontes: Lloyd´s Register of Shipping; Navios Mercantes Portugueses; Imprensa diária.
Rui Amaro