O Presidente da Republica acompanhado do piloto-mor e de mais individualidade e pilotos assistem à benção das novas instalações de pilotagem do rio e barra do Tejo
A 15/09/1969 o Presidente da Republica inaugurava as novas e eficientes instalações da CORPORAÇÃO DE PILOTOS DO RIO E BARRA DE LISBOA, construídas junto da doca do Bom Sucesso.
Estavam presentes os ministros da Marinha e das Comunicações, o director-geral da Marinha, o comandante da Guarda-Fiscal, o presidente da Junta da Marinha Mercante, representantes das empresas de navegação e outras individualidades.
Em nome do arcebispo de Mitilene procedeu à bênção do edifício o cónego Gonçalves Pedro. A seguir o contra-almirante Américo Tomás, do qual se conhecia ter um grande apreço pelos pilotos, pois fora comandante do navio hidrográfico NRP 5 DE OUTUBRO na sua comissão de hidrografia na costa de Portugal, durante 16 anos, descerrou uma placa comemorativa do acontecimento.
Numa sala do primeiro piso, realizou-se depois, numa breve sessão solene durante a qual o piloto-mor sr. José Partidário, proferiu um discurso em que agradeceu o apoio sempre prestado à corporação pelo chefe do Estado desde os seus tempos de ministro e se referiu às dificuldades e aos riscos que os pilotos da barra enfrentam diariamente. Solicitou a construção de um molhe de abrigo em Cascais, dizendo: «Além de permitir eliminar os perigos apontados e, por outro lado, tornar possível a pilotagem dos navios em ocasiões de mau tempo no mar, o molhe de Cascais possibilitaria à corporação dispensar o concurso dos seus dois vapores de pilotagem COMANDANTE PEDRO RODRIGUES e COMANDANTE MILHEIRO, cuja e manutenção e conservação constituem pesado encargo para as suas finanças libertando-se, assim, verbas indispensáveis à realização de uma das aspirações mais prementes dos pilotos da corporação, qual seja a melhoria das suas condições de vida, sobretudo no sector da Previdência e da Assistência Médica e Medicamentosa».
Usaram ainda da palavra o ministro da Marinha, para se congratular com inauguração das novas instalações, e o Supremo Magistrado da Nação, prestou a sua homenagem aos pilotos e pôs em relevo a sua meritória acção.
Seguiu-se, uma visita às novas instalações, por último, um almoço volante.
Apesar do dia 15/12/1969 ter sido um dia festivo para os pilotos da barra de Lisboa com a inauguração da sua nova sede e estação, também foi de grande pesar, pois nesse mesmo dia falecia o antigo piloto-mor José d'Almeida Florêncio, que ocupou esse cargo durante 25 anos, entre 1937 e 1962, e fora responsável pela modernização e aperfeiçoamento da pilotagem não só no porto de Lisboa, como em colaboração com o piloto-mor José Fernandes Tato, dos portos do Douro e Leixões, na de outros portos da costa de Portugal, além de ter sido o principal impulsionador da construção da nova estação de pilotos, então inaugurada.
Fonte e imagem do Jornal de Noticias.
Rui Amaro