quinta-feira, 4 de junho de 2009

O PILOTO PRÁTICO DO DOURO E LEIXÕES (Página de Apresentação)


Bandeiras relacionadas com a pilotagem


G (Golf) - Preciso de um piloto da barra.

Bandeira das extintas corporações de pilotos da barra de Portugal.

H (Hotel) - Tenho piloto da barra a bordo.


Lanço este Blogue, sob o título O PILOTO PRÁTICO DO DOURO E LEIXÕES, como homenagem aos antigos pilotos da barra e seu pessoal eventual ou assalariado, nomeadamente a meu saudoso pai, o piloto prático José Fernandes Amaro Júnior, 1926/57, que me legou uma série compilada de narrativas escritas e verbais, que aqui serão divulgadas, e que servirão de subsídios para a história da pilotagem do Douro e Leixões, particularmente da CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES não esquecendo aqueles desditosos pilotos e seus auxiliares que perderam a vida em serviço, fosse na barra ou na costa ou mesmo a bordo. A minha homenagem também é dirigida aos pilotos da barra possuidores de novas tecnologias de pilotagem portuária sempre em evolução, aos quais desde já saúdo.

Além da descrição dos episódios de muitos acidentes, naufrágios, manobras, cheias, procelas, etc., acrescentarei também aqueles presenciados por mim e também o historial das várias embarcações envolvidas.


OBS - ver blogue O PILOTO PRÁTICO DO DOURO E LEIXÕES


RUI AMARO


domingo, 31 de maio de 2009

O LUGRE-MOTOR ESCOLA SUECO “ALBATROSS”





Inicio da década de 50, mês de Maio, tarde de nortada fresca, mais conhecida aqui no norte por Nortada de Maio ou do Senhor de Matosinhos, a sul, ao mar de Espinho, avista-se um lugre de quatro mastros, navegando de rumo ao porto de Leixões muito encostado à costa, propulsionado pelo seu motor auxiliar, e apesar de se debater contra a incomoda ondulação própria da nortada, graças à sua boa marcha em pouco tempo passa diante da barra do Douro, e atinge o farol do esporão do porto de Leixões, sendo abordado pela lancha de pilotar P1, a fim de receber o respectivo piloto da barra, acabando por demandar aquele porto indo de imediato atracar à doca 1 – lado sul, a fim de iniciar as suas operações comerciais. Pois esse lugre era nem mais nem menos do que o ALBATROSS, que procedia de portos do Mar Negro e do Mediterrâneo com escala pelo porto de Lisboa, de onde saíra no dia anterior e destinava-se a Gotemburgo, seu porto de armamento. Foi assim que pela primeira vez vi aquela unidade de treino dos futuros oficiais e marinheiros da potencial Marinha Mercante Sueca, particularmente do “Brostromskoncernens”, grupo armador ainda hoje em actividade.

O lugre-motor escola sueco ALBATROSS, 67,5m/1.052tb; 17/12/1942 entregue pelo estaleiro Lindholmens Mekaniska Verkstad, Gotenburgo, para Rederiet AB Albatross (Erik T. Christiansson, director geral do grupo Brostroms, Gotemburgo); Devido à guerra 1939/45 serviu como navio-escola da marinha mercante sueca estacionário até 1945, quando iniciou o tráfego comercial no Mar Báltico e Mar do Norte. Depois de três viagens à América do Sul e África do Sul, regressou a Gotemburgo e foi reconstruído como navio de expedição cientifica oceanográfica, e deixou aquele porto a 04/07/1947 fretado pela Gothenburg Academy of Sciences para uma viagem de circum-navegação, e durante 15 meses cobriu 45.000 milhas náuticas conduzindo a Expedição Albatross liderada por Hans Petersen, tendo a finalidade de estudar o fundo dos oceanos. O grupo Brostroms emprestou o navio, praticamente sem custos, sendo a expedição mantida através de doações privadas; 1949 passou a arvorar o pavilhão da Svenska Orient Line, grupo Brostroms, em viagens comerciais ao Mediterrâneo, altura em que passou a escalar os portos de Lisboa e Leixões, as quais serviam de treino a futuras equipagens da frota daquele importante consorcio de companhias de navegação; 1949 devido a colisão com um vapor de pesca, algures em Inglaterra, perdeu a sua figura de proa, um albatróz: 1967 DONNA, j. Bootsman, Panama, foram-lhe retiradas as velas e convertido em navio-motor e passou a realizar prospecção de óleos; 1967 DOROTHEA, Panama; 1970 MIRANDA, Board of Trade Sea Transport Branch, Inglaterra, gestores Ellerman Wilson Line, Hull; 1971 MIRANDA, Frederick Oldham, Ltd., Liverpool, e é sujeito a uma intensa reconstrução, que alterou o seu perfil, e desde 1970 foi utilizado como navio de apoio à frota pesqueira a fainar nos bancos de pesca do Noroeste da Islândia; 1981 ALBATROSS. Paul Iser, Hamburgo, que o converte em navio de cruzeiros; 1986 ALBATROSS, armador desconhecido de Lubeck; 2000 deixa de estar inscrito no Lloyd’s Register of Shipping.

http://www.shipsnostalgia.com/gallery/showphoto.php?photo=4404

http://home.freeuk.com/nigelhadley/albatrossinfo.htm



Fontes: OM Kommandobryggan; Miranda Website e Miramar Ship índex.

Imagens: Postais ilustrados do armador – colecção do autor do Blogue.

Rui Amaro