quinta-feira, 6 de junho de 2013

O NAVIO-MOTOR POLACO “MONTE CASSINO” ARRIBOU AO PORTO DE LEIXÕES PARA O SEU IMEDIATO RECEBER ASSISTÊNCIA MÉDICA


MONTE CASSINO (3) / cartão postal dp armador /.

A 10/04/1969, noite de mau tempo com bastante ondulação a entrar pela bacia, arribou ao porto de Leixões pelas 20h00, fundeando ao norte a um ferro, o navio-motor Polaco MONTE CASSINO, da Polish Ocean Lines, Gdynia, procedente dos portos do Mar Negro e Mediterrâneo, a fim do seu imediato, Kpt. Kazimierz Piwowarski, individuo de cerca de 60 anos, receber assistência médica a bordo.
Após a entrada a bordo do Dr. Moitas, médico da Sanidade Marítima, foi dada livre prática ao navio e então eu e o colega Joaquim da Silva Neves, como empregados da agência consignatária, a firma Garland, Laidley & Co., Ltd, subimos a bordo e solicitamos àquele clinico, para a titulo particular examinar o doente, uma vez que também exercia clínica privada no seu consultório da Foz do Douro, não o tendo feito por razões burocráticas. Em face da situação, o diligente colega Neves veio a terra, apressadamente arranjar a assistência dum médico amigo, que usualmente era chamado para estes casos. Aquele médico, depois de observar o doente, diagnosticou que o caso era grave e que o imediato tinha de ser hospitalizado, a fim de ser submetido a uma cirurgia devido estar a padecer de apendicite aguda. Chamada uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Matosinhos e Leça, corporação de que o colega Neves era seu 2º comandante, foi o paciente transportado à Casa de Saúde da Boavista, ficando internado.
O MONTE CASSINO, que apenas poderia permanecer duas horas no porto sem ser despachado, conservou o piloto da barra a bordo e saiu às 21h56, de rumo ao porto de Gdynia via canal de Kiel-Holtenau.
O Kpt. Kazimierz Piwowarski, cuja cirurgia a 11 decorreu sem percalços, contudo, sem que nada o previsse, na madrugada de 16, foi acometido dum enfarte do miocárdio, que o vitimou, dia em que estava tudo preparado para o seu regresso à Polónia, deixando-nos bastante consternados. Uma sua filha, médica, chegou a vir ao Porto conferenciar com os médicos. O corpo seguiu para Lisboa, onde foi embarcado num navio Polaco com destino a Gdansk.
MONTE CASSINO (3) – Imo 5240394/ 108,3m/ 3.724tb/ 12 nós/ 8 passageiros; 08/12/1957 entregue por Gdanska Lenina, Gdansk, à Polish Ocean Lines, Gdynia; 1981 SOLIDARITY, Hobby Maritime Co., SA,, Panama: 1982 SOLIDARITY, Limassol; 26/04/1982 colidiu ao largo de Jeddah com “lash carrier” Americano WILLIAM HOOPER (272,3m/ 32.278tb) e sofreu graves danos; 14/04/1983 chegava a Gadani Beach para desmantelamento em sucata.
O nome de Monte Cassino, que o navio ostentava, foi dado como homenagem ao esforço dos intrépidos e valorosos soldados do 2º corpo do exército Polaco, integrados nas forças aliadas, a alcançar o cume do Monte Cassino, Itália, a 18/05/1944, expulsando e derrotando as forças militares nazis, que se serviam do famoso convento como bastião contra as forças Aliadas desembarcadas nas praias da costa Italiana.
Fontes: Polish Ocean Lines; Miramar Ship Index.
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s) em NAVIOS Á VISTA, o que muito se agradece.

ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on NAVIOS Á VISTA, which will be very much appreciated. 

terça-feira, 4 de junho de 2013

RECORDANDO O BATELÃO “COSTA NOVA”

Batelão COSTA NOVA fundeado entre vários batelões de aguada junto do cais da Ribeira Nova, Lisboa, inicio da década de 50.  


Batelão COSTA NOVA aguardando desmantelamento no estaleiro de Arrentela em 1987 


Estaleiro de sucatas de Arrentela, vendo-se entre outros o batelão COSTA NOVA atracado a um dos cais.

O batelão NAVEX convertido em restaurante posicionado na doca da Rocha em 2009 // foto de autor desconhecido - colecção Nuno Bartolomeu, Almada /.

Batelão COSTA NOVA, cff 40,55M/ boca 07m/ pontal 3,60m/ 300tb/ capacidade 800tons; cabinado à ré c/ roda de leme e habitáculo/ 1 mastro com paus de carga entre 2 porões cobertos com travessas de madeira; lotamento 1 mestre e 3 marinheiros; 1920 construído na Alemanha; 1946 COSTA NOVA, Pascoais Unidos Lda., Matosinhos/Porto, passando, juntamente com o batelão CANTANHEDE e GIBRALTINA, a operar no tráfego costeiro entre Setúbal e o Douro e por vezes escalando outros portos da costa Portuguesa, todos eles conduzidos pelo rebocador MARIALVA, do mesmo armador, no transporte de cimento ensacado da Companhia Secil e no retorno levando carvão em pó da Empresa Carbonífera do Douro para aquela cimenteira do Outão; 03/06/1954 COSTA NOVA, Sofamar – Soc. de Fainas de Mar e Rio, Lisboa, continuando no mesmo tráfego e mais tarde, depois do fatídico naufrágio do rebocador MARIALVA e dos batelões CANTANHEDE e MICAELENSE ocorrido em 07/12/1959 ao largo da barra do Douro e em que pereceram 17 vidas, passou a transportar ferro da Siderurgia do Seixal, juntamente com o batelão JOÃO DIOGO, ex vapor ZÉ MANEL, e o moderno MAIORCA para o Douro e Leixões, ambos rebocados pelo reconstruido rebocador FALCÃO 1º, também da Sofamar. E se bem me lembro, fez algumas viagens conduzido pelo SOURE e também pelo FOZ DO VOUGA. A 05/1954 fez uma viagem rebocado pelo PRAIA GRANDE para o Douro; 1972 COSTA NOVA transferido para o tráfego fluvial no rio Tejo, e os dois porões passaram a ser cobertos com encerados e retirado o mastro, passando a tripulação a ser composta por um mestre e dois marinheiros, fazendo o transbordo entre os grandes graneleiros fundeados no Mar da Palha e a muralha; 1977 COSTA NOVA,  ETE – Empresa de Trafego e Estiva SA, Lisboa, que o empregou no mesmo trafego fluvial; 1987 encostou ma doca do Poço do Bispo juntamente com outras unidades do armador e nesse mesmo ano foi abatido ao efectivo e levado para o estaleiro de Arrentela para demolição.
Principais tráfegos de transbordo dos grandes graneleiros fundeados no mar da Palha, Rio Tejo: trigo para os silos do Beato, Palença e mais tarde Trafaria; soja e carvão para Alhandra; carvão para a Siderurgia Nacional, Seixal; adubo para o Barreiro e Montijo
1987 quando os batelões da ETE que estavam na Doca do Poço do Bispo foram encalhados no estaleiro de Arrentela para desmantelamento em sucata, os seguintes batelões da ETE: PARDAL DO TEJO, BAIRRADA, FAFE, RIO NEGRO, RIO BRANCO, GRÉMIO, FELIPA, NAVEX e o COSTA NOVA, que começaram a ser desmantelados durante os primeiros anos da década de 90.
O batelão NAVEX e FELIPA foram comprados para ser reconvertidos como restaurantes flutuantes e posicionados na doca da Rocha.
Fontes: Arquivo do autor; Nuno Bartolomeu, Almada.
Imagens: autor desconhecido e cedidas gentilmente por Nuno Bartolomeu, Almada
Rui Amaro

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