quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A OBRA DOS MOLHES DO DOURO ARRECADA PRÉMIO SECIL DE ENGENHARIA CIVIL





No dia 9 de se Setembro pp., realizou-se a cerimónia de entrega do “Prémio SECIL de Engenharia Civil 2009”, que pela primeira vez na sua história, foi atribuído a uma obra portuária – os molhes da barra do Douro.

A inauguração de uma placa alusiva à efeméride, colocada no molhe Norte, contou com a presença do ministro das Obras Públicas, António Augusto de Ascensão Mendonça, e de Fernando Silveira Ramos, o engenheiro autor do projecto.


Na cerimónia, em que estiveram ainda presentes os concessionários do futuro restaurante/esplanada (já em fase de instalação), Manuel Tavares de Pina e Cerqueira Gomes, e o presidente da APDL (Administração Portuária), Matos Fernandes, o qual destacou a importância que o espaço lúdico vai ter no processo de inserção e integração urbana dos molhes da nova barra do Douro.



Matos Fernandes aproveitou também para assegurar que estão criadas todas as condições de segurança necessárias para que o seu funcionamento se inicie já este ano.

Pena é, agora que temos uma barra com um mínimo de segurança – poderia ter ficado um pouco melhor, particularmente em condições de algum mar ou correntes de águas na barra – não se tenha aproveitado ou reservado o estuário do Douro, nomeadamente na sua margem esquerda para tráfegos marítimos que futuramente possam vir a surgir. Valha-nos, pelo menos, a autarquia Gaiense, que em boa hora projectou, o que parece vir a ser uma excelente marina e já lançou a primeira pedra, no lugar de São Paio da Afurada, uma boa localização até para situações de cheia no rio, que irá chamar à barra do Douro, um razoável número de iates de recreio, que hoje em dia passam ao largo, procurando portos com melhores condições de escala para a navegação de recreio, e que jamais existiu no porto fluvial do Porto, se bem que em minha opinião, deveria levar um cais acostável para iates ou unidades navais de algum porte, uma vez que os actuais cais, normalmente estão ocupados com tonelagem fluvial-turística.


Já em 1987 houve um projecto similar para uma potencial marina que acolheria cerca de 2.000 embarcações, provida de todas as infra-estruturas necessárias a um bom atendimento, para a então desaproveitada margem esquerda do estuário do Douro, mais propriamente entre Lavadores, Alumiara e São Paio da Afurada, que consistia na marina propriamente dita a Oeste e um cais exterior para embarcações de maior porte, incluindo unidades navais, e uma vasta doca reservada às embarcações de pesca do centro piscatório da Afurada a Leste, com os respectivos meios e edifícios de apoio, e na área então a ocupar, já era um razoável "habitat de passarinhos”, o qual não se incomodava, mesmo nada com o impacto humano do vasto areal do Cabedelo.



Os dois molhes da nova barra do Douro, vieram dar uma boa protecção ás margens estuarinas, e ainda uma melhor segurança de navegabilidade aos seus mareantes, sobretudo aos pescadores da Afurada e da Cantareira, e pena é que a navegação fluvial-marítima em transito para os cais de Sardoura e Várzea do Douro, já bastante razoável, vocacionada para o tráfego dos granitos, não tenha sido acompanhada pelo de outras mercadorias, mas é compreensível, porque as vias rodoviárias de acesso àquela região não são nenhuma maravilha, e as férreas são quase que inexistentes.

Agora que a galeria de acesso ao farol da barra e o espaço destinado à restauração, olhando ao local onde está instalado, que é um autentico fosso, certamente irá sofrer elevados estragos, em dia de borrasca. Ah isso vai mesmo! Aliás não será novidade, pois como é sabido, ainda este ano assim ocorreu. Em minha opinião e de muitos Fozeiros, aquele espaço de restauração deveria ser edificado, e tornar-se-ia muito mais aprazível no piso superior, ou seja na área ajardinada, totalmente abrigada das investidas da forte agitação marítima, muito frequentes na época invernosa.

http://naviosavista.blogspot.com/search?q=molhes+do+douro

Fontes e imagens: Jornal de Noticias / Viva / O Comércio do Porto.

Rui Amaro