O n/m francês THISBÉ, da Caennaise, Caen, em operações de alongamento no estaleiro da Rocha / imagem de autor desconhecido, amavelmente transmitida por Nuno Bartolomeu, de Almada /
O n/m português ALGER em reparações no estaleiro da Rocha na década de 70. Note-se que dá ideia que foi encaixado na doca ao milimetro / imagem de autor desconhecido - colecção F. Cabral, Porto /
Lançamento à água do n/m português SECIL NOVO em 19/07/1951 / imagem de autor desconhecido - colecção F. Cabral, Porto /
A construção dos grandes estaleiros portugueses do nosso
tempo vem na sequência de uma tradição com mais de mil anos: O primeiro
estaleiro de que há notícia foi construído no século X, no norte do território,
duzentos anos antes de Portugal se afirmar como Nação independente. Logo desde
o início da fundação do novo Reino, a construção e reparação naval foi definida
como sendo de grande importância nacional: o primeiro rei português D. Afonso
Henriques, atribuiu o grau Cavaleiro aos calafates e carpinteiros navais em 1179.
A partir daí, todos os reis incentivaram a construção de navios, permitindo que
os armadores se abastecessem livremente nas florestas da Coroa. Em 1376, por
Carta Régia, foi criada uma empresa de construção naval, uma companhia de
seguros marítimos e garantida a rentabilidade dos investimentos feitos no
sector.
Quando iniciou o ciclo dos Descobrimentos, no século XV, já
a indústria naval estava bem estruturada. Há portanto uma relação de causa e
efeito que é importante sublinhar – as coisas não acontecem por acaso.
À medida que as caravelas portuguesas iam avançando,
rasgando mares desconhecidos e alterosos, a indústria ia crescendo e acumulando
experiência. A reparação e manutenção dos cascos de madeira eram considerados
trabalhos de alta valia e muito bem pagos.
Os armadores atraíam técnicos qualificados pagando-lhes bem
e oferecendo-lhes lugares importantes a bordo dos barcos que construíam – uma
forma de protegerem o barco se este tivesse de docar, para ser reparado, num
porto longínquo da costa portuguesa.
Com a progressão dos Descobrimentos nos séculos XV e XVI, a
indústria de construção e reparação naval alargou-se, geograficamente. Os
portugueses lançaram estaleiros no Extremo Oriente, aproveitando as madeiras
resistentes que aí encontraram: Damão, Diu, Goa e Cochim, por exemplo,
tornaram-se elos de uma longa cadeia de estaleiros que viabilizava o
prosseguimento das Descobertas de novos mundos.
No dizer de António Sérgio, “foi o feito de um povo
metódico, protegido por uma política clara e inteligente, uma visão lúcida e prática
por parte dos seus governantes. Um vasto e bem estruturado projecto, assente
num raro talento de organização”.
A experiencia e o “know how” acumulados pelos portugueses
no campo da construção, reparação e manutenção de barcos são consideradas hoje,
pelos historiadores, tão importantes como o astrolábio: dois contributos desta
pequena Nação europeia que revolucionaram toda a ciência náutica da época.
Oito séculos depois da construção do primeiro estaleiro em
Portugal, e 500 anos depois do início dos Descobrimentos, os Portugueses
mantêm-se na primeira linha da tecnologia naval. O País continua a ter
estaleiros internacionalmente conhecidos, incluindo o maior e mais prestigiado
em todo o mundo – o da LISNAVE.
O estaleiro da Rocha da LISNAVE, na margem norte do rio
Tejo, em Lisboa, dispõe de quatro docas secas, oficinas e cais de reparação
preparados para receberem navios até 21.000 TPB: navios de passageiros, guerra,
graneleiros, petroleiros, dragas, pesca, etc. O estaleiro da Rocha tem sido
objecto de aplicação continuada de um programa de modernização e introdução de
novos equipamentos. A formação e reciclagem do pessoal (cerca de 650
empregados) são asseguradas pelo Centro de Treino da LISNAVE.
Armadores de todo o mundo têm mostrado particular interesse
neste estaleiro, pela sua excelente localização geográfica, qualidade de
mão-de-obra e rigoroso cumprimento dos prazos contratados.
OBS – O que autor do texto do jornal “O Comércio do Porto”
de 23/09/1989 escreveu sobre os estaleiros portugueses, em minha opinião é extensivo
a todos os demais estaleiros de construção naval localizados em território nacional,
seja de madeira, metálica, fibra, etc.
Rui Amaro
ATTENTION.
If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos
posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but
will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the
continuation of the same on NAVIOS Á VISTA, which will be very much
appreciated.
ATENÇÃO: Se
houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue,
deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que
será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação
da(s) mesma(s) em NAVIOS Á VISTA, o que muito se agradece.