sábado, 4 de janeiro de 2014

O NAVIO-MOTOR HOLANDÊS “DOURO” NAUFRAGOU NO MEDITERRÂNEO EM 1954

DOURO

12/02/1954 – O jornal “O Primeiro de Janeiro” noticiava que o navio-motor holandês DOURO, um visitante regular dos portos do Douro/Leixões e Lisboa, cujo representante do armador na cidade do Porto, era a firma Jervell & Knudsen, naufragou na madrugada de ontem no Mediterrâneo, mais propriamente entre Alicante e Valencia, quando em viagem de Barcelona para Amesterdão com carga geral, devido a colisão com o vapor espanhol DRAGO, 1891/ 131m/5.475tb, possivelmente devido a nevoeiro, tendo a tripulação sido recolhida por este, que seguiu o seu destino sem mais percalços.
DOURO – Imo 5614689/ 53,79m/ 388tb/ 10nós; 11/1937 entregue por Scheepswerf Gebr. Pot, Bolnes, NDL, à Koninklijke Nederlandsche Stoomvaart Mij (KNSM), Amesterdão; 1939 West-Indische Scheepvaart Mij. NV, Amesterdão; 1939/45, 2ª guerra mundial, aquando da invasão dos Países-Baixos pelas forças armadas Nazis refugiou-se no Reino Unido, tendo servido a marinha mercante Aliada; 11/02/1954 afundou-se no Mediterrâneo conforme descrição acima. Gémeos: DIDO, FLEVO, MANTO, NERO, PLATO.
Fontes: O Primeiro de Janeiro, Kroonvaarders (KNSM).
Foto: Autor desconhecido - Kroonvaarders (KNSM).
Rui Amaro

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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

ESTALEIROS PORTUGUESES UMA TRADIÇÃO MILENÁRIA

O n/m francês THISBÉ, da Caennaise, Caen, em operações de alongamento no estaleiro da Rocha / imagem de autor desconhecido, amavelmente transmitida por Nuno Bartolomeu, de Almada /

O n/m português ALGER em reparações no estaleiro da Rocha na década de 70. Note-se que dá ideia que foi encaixado na doca ao milimetro  / imagem de autor desconhecido - colecção F. Cabral, Porto /

Lançamento à água do n/m português SECIL NOVO em 19/07/1951 /  imagem de autor desconhecido - colecção F. Cabral, Porto /

A construção dos grandes estaleiros portugueses do nosso tempo vem na sequência de uma tradição com mais de mil anos: O primeiro estaleiro de que há notícia foi construído no século X, no norte do território, duzentos anos antes de Portugal se afirmar como Nação independente. Logo desde o início da fundação do novo Reino, a construção e reparação naval foi definida como sendo de grande importância nacional: o primeiro rei português D. Afonso Henriques, atribuiu o grau Cavaleiro aos calafates e carpinteiros navais em 1179. A partir daí, todos os reis incentivaram a construção de navios, permitindo que os armadores se abastecessem livremente nas florestas da Coroa. Em 1376, por Carta Régia, foi criada uma empresa de construção naval, uma companhia de seguros marítimos e garantida a rentabilidade dos investimentos feitos no sector.
Quando iniciou o ciclo dos Descobrimentos, no século XV, já a indústria naval estava bem estruturada. Há portanto uma relação de causa e efeito que é importante sublinhar – as coisas não acontecem por acaso.
À medida que as caravelas portuguesas iam avançando, rasgando mares desconhecidos e alterosos, a indústria ia crescendo e acumulando experiência. A reparação e manutenção dos cascos de madeira eram considerados trabalhos de alta valia e muito bem pagos.
Os armadores atraíam técnicos qualificados pagando-lhes bem e oferecendo-lhes lugares importantes a bordo dos barcos que construíam – uma forma de protegerem o barco se este tivesse de docar, para ser reparado, num porto longínquo da costa portuguesa.
Com a progressão dos Descobrimentos nos séculos XV e XVI, a indústria de construção e reparação naval alargou-se, geograficamente. Os portugueses lançaram estaleiros no Extremo Oriente, aproveitando as madeiras resistentes que aí encontraram: Damão, Diu, Goa e Cochim, por exemplo, tornaram-se elos de uma longa cadeia de estaleiros que viabilizava o prosseguimento das Descobertas de novos mundos.
No dizer de António Sérgio, “foi o feito de um povo metódico, protegido por uma política clara e inteligente, uma visão lúcida e prática por parte dos seus governantes. Um vasto e bem estruturado projecto, assente num raro talento de organização”.
A experiencia e o “know how” acumulados pelos portugueses no campo da construção, reparação e manutenção de barcos são consideradas hoje, pelos historiadores, tão importantes como o astrolábio: dois contributos desta pequena Nação europeia que revolucionaram toda a ciência náutica da época.
Oito séculos depois da construção do primeiro estaleiro em Portugal, e 500 anos depois do início dos Descobrimentos, os Portugueses mantêm-se na primeira linha da tecnologia naval. O País continua a ter estaleiros internacionalmente conhecidos, incluindo o maior e mais prestigiado em todo o mundo – o da LISNAVE.
O estaleiro da Rocha da LISNAVE, na margem norte do rio Tejo, em Lisboa, dispõe de quatro docas secas, oficinas e cais de reparação preparados para receberem navios até 21.000 TPB: navios de passageiros, guerra, graneleiros, petroleiros, dragas, pesca, etc. O estaleiro da Rocha tem sido objecto de aplicação continuada de um programa de modernização e introdução de novos equipamentos. A formação e reciclagem do pessoal (cerca de 650 empregados) são asseguradas pelo Centro de Treino da LISNAVE.
Armadores de todo o mundo têm mostrado particular interesse neste estaleiro, pela sua excelente localização geográfica, qualidade de mão-de-obra e rigoroso cumprimento dos prazos contratados.

OBS – O que autor do texto do jornal “O Comércio do Porto” de 23/09/1989 escreveu sobre os estaleiros portugueses, em minha opinião é extensivo a todos os demais estaleiros de construção naval localizados em território nacional, seja de madeira, metálica, fibra, etc.

Rui Amaro
 
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domingo, 29 de dezembro de 2013

REBOCADOR “MONTE DA LUZ”/ “SAFADO”

O MONTE DA LUZ demandando a barra do Douro em 03/08/1994 / Rui Amaro /.

O MONTE DA LUZ, da empresa Rebonave em fabricos no estaleiro da Setenave em 1998

O MONTE DA LUZ da empresa Rebonave em provas de mar ao largo do Cabo Espichel em 1998

O SAFADO em manobras junto do cais da Rocha, vendo-se ao fundo o rebocador PORTEL, da Rebosado, fretado à Svitzer, e ainda o navio escola Dinamarquês DANMARK, 09/1913 

MONTE DA LUZ, imo 7004732/ 25,78m/ 122,67tb/ 12,97tl/ calado 2,27m/ 2x Deutz SBA 8M528/ 2xVoith Schneider 20E/ esforço de tracção 14tons; 12/1969 entregue pelo estaleiro Argibay – Sociedade Construcções Navais e Mecânicas, Alverca do Ribatejo, à APDL – Administração dos Portos do Douro e Leixões; 29/01/1975, o MONTE DA LUZ que com outros rebocadores da APDL auxiliava as manobras de atracação do malogrado petroleiro Dinamarquês JAKOB MAERSK ao posto A do terminal de petroleiros do porto de Leixões, o qual se incendiou e se perdeu, arriscando conseguiu salvar os 2 pilotos da barra e 17 tripulantes, que sobreviveram à enorme tragédia; 1998 MONTE DA LUZ, Rebonave – Reboques e Assistência Naval SA, Setúbal; 2011 SAFADO, Lutamar – Prestação de Serviços à Navegação, Lda, Setúbal; 2011 SAFADO, Empresa Resistência, Lisboa, Grupo Lutamar; 12/2013 em serviço activo no porto de Lisboa. Rebocadores gémeos: MONTE DA LAPA e MONTE XISTO.
Em minha opinião este trio de rebocadores portuários muito funcionais são dos mais elegantes que alguma vez já vi.
Fontes: Miramar Ship Index, Nuno Bartolomeu, de Almada.
Fotos de autor desconhecido, amavelmente transmitidas por Nuno Bartolomeu, de Almada.
Rui Amaro

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