O DARINO, 72m/1.351tb, que escalava com regularidade os portos de Lisboa e Douro/Leixões, tráfego de Liverpool e Londres, fora lançado ao mar pelo estaleiro Ramage & Ferguson, Leith, em 1917 para a Ellerman Wilson Lines, Ltd., Hull e em 1921 foi transferido para Ellerman & Papayanni Lines, Ltd., Liverpool.
No inicio da conflagração mundial, mais propriamente a 19.11.1939, quando em rota do rio Douro para Liverpool, seu porto de armamento, transportando vinho do Porto, sardinha em conserva e minério, foi torpedeado e afundado pelo submarino U-41 ao largo do cabo Ortegal, Galiza, com a perda de 16 tripulantes, incluindo o seu comandante. Os 11 tripulantes sobreviventes foram recolhidos pelo próprio submarino atacante, o qual mais tarde os transferiu para um vapor mercante italiano, que os desembarcou em Dover.
O DARINO suportou bastantes cheias no rio Douro, mais propriamente amarrado na Ribeira de Gaia. A 28.12.1927, demandava a barra com bastante corrente de águas de cheia, sob a orientação do piloto da barra José Fernandes Amaro Júnior, com as bóias de sinalização afogadas ou desaparecidas, tendo levado cerca de uma hora até dar fundo a dois ferros, com reforço de cabos estabelecidos para a margem e ancorote dos pilotos pela ré, junto das escadas da Alfandega do Porto. Um dos vapores que o precedia, o carvoeiro alemão KURT HARTWIG SIEMERS, devido à forte corrente de cima, ficou encalhado na barra, tendo sido safo algumas horas depois com o auxílio de dois rebocadores, arribando de seguida a Leixões.
Os vapores CRESSADO, ESTRELLANO, PALMELLA, LISBON e OPORTO eram os principais parceiros do DARINO no referido tráfego, os quais também se perderam por acções de guerra e das suas equipagens faziam parte alguns tripulantes portugueses das zonas ribeirinhas do estuário do Douro.Após o final do conflito e no período de 1947/48 foram construídos os navios-motor gémeos, CROSBIAN, LUCIAN, MERCIAN, PALMELIAN e DARINIAN para preenchimento da vaga deixada pelos seus antecessores e que passaram a ser apelidados em Portugal de “Brancos” e no Reino Unido de “Market boats”, os quais resistiram até 1967/70, tendo sido vendidos a interesses gregos e cipriotas, excepto o PALMELIAM que acabou os seus dias desmantelado para sucata. Primitivamente eram pintados com as cores características do seu armador, que era o branco, cinzento e linha de água vermelha, logo após as primeiras viagens, essas cores foram alteradas para branco e linha de água vermelha, regressando à pintura original, aquando da sua disponibilidade. Esporadicamente faziam viagens ao Mediterrâneo.
No final da carreira daqueles navios, entraram ao serviço os navios-motor gémeos MALATIAN, CATANIAN, 82m/1.407tb, construídos em 1958 por Henry Robb Ltd, Leith e o CORTIAN, 72m/537tb, construído em 1962 na Suécia, além de alguns navios fretados.
Com o aparecimento do tráfego contentorizado em 1968, passaram a escalar o rio Douro, terminal de contentores do cais de Gaia, que foi o primeiro a ser instalado no país, os porta-contentores ESTREMADURIAN, MINHO, TAMEGA, TAGUS, MONDEGO, TORMES, TRONTO, TIBER e TUA, 85m/1,578tb, os quais deixaram de o fazer devido ao encalhe do TAMEGA, ocorrido a 12.01.1972 no banco da barra, localizado a cerca de400 metros para oeste do farolim de Felgueiras, motivado pelo seu grande assoreamento, passando aqueles navios a utilizar o porto de Leixões. O TAMEGA safou-se pelos próprios meios passados cerca de 45 minutos, acabando por atracar ao cais de Gaia.
O DARINIAN, 83m/1.533tb, foi construído em 1947 pelo estaleiro Henry Robb, Ltd para Ellerman & Papayanni Lines, Ltd., Liverpool e eventualmente servia a partir de Londres o armador associado Ellerman Wilson Line, Leith, 1970 KOSTANDIS FOTINOS panamiano, 1971 TANIA MARIA libanês; 1973 NEKTARIOS cipriota. A 16.04.1978 naufragouem Perim Island , perto de Aden, tendo sido abandonado pela sua tripulação de cerca de 12 elementos, que foram resgatados pelo navio-motor indiano JAG DEESH, matriculado em Bombaim.
Aqueles navios eram agenciados na praça do Porto durante os seus tempos pelas firmas consignatárias Charles Coverley & Co., Wall & Westray & Co. e por fim pela Wall & Co.
No inicio da conflagração mundial, mais propriamente a 19.11.1939, quando em rota do rio Douro para Liverpool, seu porto de armamento, transportando vinho do Porto, sardinha em conserva e minério, foi torpedeado e afundado pelo submarino U-41 ao largo do cabo Ortegal, Galiza, com a perda de 16 tripulantes, incluindo o seu comandante. Os 11 tripulantes sobreviventes foram recolhidos pelo próprio submarino atacante, o qual mais tarde os transferiu para um vapor mercante italiano, que os desembarcou em Dover.
O DARINO suportou bastantes cheias no rio Douro, mais propriamente amarrado na Ribeira de Gaia. A 28.12.1927, demandava a barra com bastante corrente de águas de cheia, sob a orientação do piloto da barra José Fernandes Amaro Júnior, com as bóias de sinalização afogadas ou desaparecidas, tendo levado cerca de uma hora até dar fundo a dois ferros, com reforço de cabos estabelecidos para a margem e ancorote dos pilotos pela ré, junto das escadas da Alfandega do Porto. Um dos vapores que o precedia, o carvoeiro alemão KURT HARTWIG SIEMERS, devido à forte corrente de cima, ficou encalhado na barra, tendo sido safo algumas horas depois com o auxílio de dois rebocadores, arribando de seguida a Leixões.
Os vapores CRESSADO, ESTRELLANO, PALMELLA, LISBON e OPORTO eram os principais parceiros do DARINO no referido tráfego, os quais também se perderam por acções de guerra e das suas equipagens faziam parte alguns tripulantes portugueses das zonas ribeirinhas do estuário do Douro.Após o final do conflito e no período de 1947/48 foram construídos os navios-motor gémeos, CROSBIAN, LUCIAN, MERCIAN, PALMELIAN e DARINIAN para preenchimento da vaga deixada pelos seus antecessores e que passaram a ser apelidados em Portugal de “Brancos” e no Reino Unido de “Market boats”, os quais resistiram até 1967/70, tendo sido vendidos a interesses gregos e cipriotas, excepto o PALMELIAM que acabou os seus dias desmantelado para sucata. Primitivamente eram pintados com as cores características do seu armador, que era o branco, cinzento e linha de água vermelha, logo após as primeiras viagens, essas cores foram alteradas para branco e linha de água vermelha, regressando à pintura original, aquando da sua disponibilidade. Esporadicamente faziam viagens ao Mediterrâneo.
No final da carreira daqueles navios, entraram ao serviço os navios-motor gémeos MALATIAN, CATANIAN, 82m/1.407tb, construídos em 1958 por Henry Robb Ltd, Leith e o CORTIAN, 72m/537tb, construído em 1962 na Suécia, além de alguns navios fretados.
Com o aparecimento do tráfego contentorizado em 1968, passaram a escalar o rio Douro, terminal de contentores do cais de Gaia, que foi o primeiro a ser instalado no país, os porta-contentores ESTREMADURIAN, MINHO, TAMEGA, TAGUS, MONDEGO, TORMES, TRONTO, TIBER e TUA, 85m/1,578tb, os quais deixaram de o fazer devido ao encalhe do TAMEGA, ocorrido a 12.01.1972 no banco da barra, localizado a cerca de
O DARINIAN, 83m/1.533tb, foi construído em 1947 pelo estaleiro Henry Robb, Ltd para Ellerman & Papayanni Lines, Ltd., Liverpool e eventualmente servia a partir de Londres o armador associado Ellerman Wilson Line, Leith, 1970 KOSTANDIS FOTINOS panamiano, 1971 TANIA MARIA libanês; 1973 NEKTARIOS cipriota. A 16.04.1978 naufragou
Aqueles navios eram agenciados na praça do Porto durante os seus tempos pelas firmas consignatárias Charles Coverley & Co., Wall & Westray & Co. e por fim pela Wall & Co.
Rui Amaro (Foz do Douro)
Entusiasta de navios e navegação
O piloto José Fernandes Amaro Júnior na ponte de comando do Darino
O Darinian com casco de cor branca ruma à barra do Douro em 19/06/1965 e já de cor cinzenta, demanda o Porto de Leixões em 12/12/1965
O Tamega encalhado a cerca de 400m por fora do molhe de Felgueiras em 22/01/1972, safando-se cerca de uma hora depois pelos seus próprios meios.
O Darinian com casco de cor branca ruma à barra do Douro em 19/06/1965 e já de cor cinzenta, demanda o Porto de Leixões em 12/12/1965
O Tamega encalhado a cerca de 400m por fora do molhe de Felgueiras em 22/01/1972, safando-se cerca de uma hora depois pelos seus próprios meios.
1 comentário:
Estimado Amigo,
Só agora tive a ocasião de, com base na excelente postagem que sobre o DARINO fez no meu blog "Sai-te daqui", encontrar este seu blog, que vou devorar com o maior interesse. Saliento que tenho procurado, insistentemente, adquirir o seu livro, contactei nesse sentido entidades da Foz (que me não responderam) e permito-me, assim, solicitar-lhe que me indique qual a respectiva editora. De facto a barra do Douro tem uma longa e trágica história de que só conheço alguns episódios (os casos do "Porto" e do "Cintra", por exemplo, mas que gostaria de conhecer melhor. Agradeço resposta para o meu e-endereço: saite.daqui@gmail.com. Bem haja.
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