Por volta de 1960, aqui na barra do Douro, desenvolveu-se um sistema de pesca desportiva ao robalo chamada de “pesca à borracha ou borrachinha” e que teve grande procura dos amantes da pesca e com óptimos resultados. Essa forma de pescar à cana, anteriormente eram com canas da Índia ou de fibra de vidro, bastante pesadas, coincidiu com o aparecimento e utilização das varas de “conolon”, consistia de uma dessas canas, bastante leves, aliada a um bom carreto, linha de nylon, respectiva chumbada e aparelho de anzol, onde era enfiada uma pequena porção de borracha em tubo de cor acastanhada ou amarelada, imitando um género de amostra, e lançado consecutivamente, raramente não deixava de trazer bons exemplares de robalos, espécie piscícola muito apreciada gastronomicamente. Haviam aqueles pescadores muito experimentados, que quando resolviam mudar de local de pesqueiro, devido a alteração de correntes ou maré, todos os outros lá os seguiam na expectativa de uma boa pesca de bons exemplares.
Esta pesca tinha um senão. È, que os carretos por melhor marca que fossem, em pouco tempo ficavam inoperantes e a razão era muito simples. Os carretos foram projectados para pescas lúdicas com lançamentos espaçados, ao contrário da pesca à borracha, que era de lançamentos intensivos, pois haviam pescadores que levavam quase o dia e a noite a lançar a borracha água, e isso desgastava as rodas dentadas, que não eram de aço. Houveram carretos que em dois a três meses foram-se desta para melhor. Nós próprios estabelecido com loja de artigos de pesca desportiva e profissional, que muito raramente nos dedicavamos à pesca desportiva, apesar de na família haver bons amantes da pesca de cana, dentre eles o nosso avô Manuel Picarote e os seus filhos Alfredo, António (este mais interessado na pesca nocturna do congro) e o Paulino Picarote, um dos mais conhecidos e experimentados, particularmente no sistema de pesca que estamos a relatar, tivemos imensas reclamações pelas avarias nos carretos que nós transaccionávamos, que eram da famosa marca MITCHELL, simplesmente a fábrica não aceitava a reclamação, assim como os outros fabricantes de marcas tão conhecidas como LUXOR, SONAFI, RU-MER e outras.
Na Foz do Douro, felizmente havia um profissional de metalurgia, que resolveu a situação por conta dos interessados, substituindo as rodas dentadas em fibra dura por outras em aço e os carretos lá continuaram por muitos anos na “inovadora pesca do robalo à borracha ou borrachinha”! Pesca essa hoje em dia em desuso.
Rui Amaro
Esta pesca tinha um senão. È, que os carretos por melhor marca que fossem, em pouco tempo ficavam inoperantes e a razão era muito simples. Os carretos foram projectados para pescas lúdicas com lançamentos espaçados, ao contrário da pesca à borracha, que era de lançamentos intensivos, pois haviam pescadores que levavam quase o dia e a noite a lançar a borracha água, e isso desgastava as rodas dentadas, que não eram de aço. Houveram carretos que em dois a três meses foram-se desta para melhor.
Na Foz do Douro, felizmente havia um profissional de metalurgia, que resolveu a situação por conta dos interessados, substituindo as rodas dentadas em fibra dura por outras em aço e os carretos lá continuaram por muitos anos na “inovadora pesca do robalo à borracha ou borrachinha”! Pesca essa hoje em dia em desuso.
Rui Amaro
Molhe de Felgueiras, barra do Douro, mostra a pesca desportiva ao robalo pelo sistema da borracha ou brorrachinha por volta de 1960. /Fotos do autor do Blogue/.
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