Era uma longa família (de barcos de pesca) – cremos que onze, no total – e todos registados com nome a começar por «in» ou «im». Este da imagem, muito incautamente foi surpreendido pelo fotógrafo do jornal O Comércio do Porto a 08/09/1971. É o INCAUTO… Mas já lá esteve o INCÓGNITO (para não falar do INTRUSO, do IMPOSSIVEL, do INDÓMITO, e outros membros da família, dentre mais um arrastão e traineiras do cerco), que então, já rumara (via Aveiro) para os mares da Guiné Portuguesa. As mesmas águas, de fartos peixes, esperavam o barco.
Do resto – a habilidade da rede metálica – a «culpada» foi a Câmara Municipal do Porto, que só então iniciara os trabalhos do prolongamento da marginal, da Ponte da Arrábida até Massarelos. Incautamente, o INCAUTO, fora apanhado… na rede, ali no ancoradouro de Massarelos, rio Douro, onde muitas traineiras Espanholas, Belgas e até algumas Portuguesas, no passado longiquo, depois de detidas ao largo da costa pelas unidades da Armada Portuguesa da fiscalização das pescas, também lá ficaram amarradas.
Fonte: Jornal O Comércio do Porto
Segundo constava na altura, o pessoal que em Massarelos procedia aos fabricos, encontraram muita instalação radiotelefónica e eléctrica, além dos respectivos cabos, e não conseguíam perceber qual era a função desse material.
Acontece que aquele tipo de navios soviéticos, durante a chamada Guerra-Fria e não só, aparecia em todos os mares onde havia manobras navais de países ocidentais, particularmente da NATO e seus aliados, pois a sua classe era conhecida como a dos "navios de pesca espiões".
Rui Amaro
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