quinta-feira, 23 de outubro de 2008

DEODATO SOARES DE AZEVEDO – MARITIMO PORTUGUÊS EMBARCADO NOS VAPORES INGLESES



« Este pergaminho comemora D.S. de Azevedo, marinheiro da Marinha Mercante - honrado por ter servido o Rei e a Pátria na guerra mundial de 1939/45 para salvar a humanidade de tirania. Que o seu sacrifício ajude a trazer a paz e a liberdade por aquilo que ele morreu »

DEODATO SOARES DE AZEVEDO, nascido no ano 1881 na freguesia de S. João da Foz do Douro, cidade do Porto, assentou praça na Armada Real de Portugal a 01/09/1898, tendo passado pela ESCOLA DE TORPEDOS E ELECTRICIDADE e CORPO DE MARINHEIROS. Fez parte da guarnição das seguintes unidades navais: Galera-transporte PERO DE ALENQUER; corvetas DUQUE DA TERCEIRA e BARTHOLOMEU DIAS, canhoneiras MANDOVY, DIU, FARO e LIMPOPO; canhoneira-torpedeira TEJO; lancha-canhoneira MASSABI; cruzadores RAINHA D. AMÉLIA e AFFONSO DE ALBUQUERQUE; cruzador-couraçado VASCO DA GAMA, tendo feito estação e cruzado mares e portos de quase todos os territórios Portugueses de além-mar.
Aquele marinheiro, que era condecorado com a medalha “Philantropia – Generosidade – Mérito” instituída por S.M.F. A Rainha Sra. D. Maria ll, por se ter atirado ao mar, com perigo da sua própria vida, em Moçambique, para salvar dois náufragos, a 13/04/1906 tomou parte na sublevação levada a cabo pelos marinheiros do cruzador-couraçado VASCO DA GAMA, cruzador D. CARLOS l e da canhoneira-torpedeira TEJO, de cuja guarnição fazia parte, tendo sido detido e condenado a 15 anos de reclusão em presídio militar, juntamente com mais camaradas, pelo Conselho de Guerra da Marinha, presidido pelo capitão de mar e guerra João Boto, o qual teve lugar no forte de S. Julião da Barra.
No reinado de D. Manuel II houve um movimento favorável ao perdão dos marinheiros, o monarca atendeu-o e às famílias dos condenados. Recebeu-os no Paço da Necessidades, onde foram acompanhados pelos advogados que se tinham encarregado de obter a régia clemência e parece que a conseguiram, tendo os sentenciados, algum tempo mais tarde, sido libertados.
Deodato Soares de Azevedo foi um marujo bastante rebelde, segundo o que reza na respectiva caderneta militar, talvez por não admitir excessos dos seus camaradas e mesmo de superiores hierárquicos, tendo sofrido alguns castigos próprios da disciplina da Armada.
Era um homem justo e conta-se, que numa certa ocasião, na praia da Cantareira, a bordo duma bateira, pegou pelos colarinhos um guarda-fiscal e colocou-o em cima da lingueta, por ele estar a exceder-se no cálculo do dízimo do peixe descarregado.
Como embarcadiço que era, escrevia assiduamente às filhas, exprimindo ansiedade em não preocupar a sua esposa, que como é de calcular estava sempre com o credo na cruz, sobretudo em tempo de guerra.
A TEJO, 70m/536tb, guarnição 94, foi construída pelo Arsenal de Marinha, Lisboa, tendo sido incorporada em 1904. No entanto as suas experiências prolongaram-se até 1906. Em 1910 encalhou em Peniche, tendo perdido onze metros de proa durante o seu salvamento. Cinco anos após o encalhe, entrou no dique do Arsenal a fim de ser convertida em contratorpedeiro. Em 1917 voltou ao serviço com nova silhueta, tendo sido abatida em 14/03/1927.
Passado à disponibilidade e regressado ao seio familiar na Foz do Douro, com a aprendizagem adquirida na Marinha de Guerra, aliada à sua possível anterior actividade nas pescas, remador eventual das catraias da Corporação de Pilotos ou embarcado na Marinha Mercante Nacional, como muitos seus conterrâneos da praia da Cantareira, pelo menos de acordo com os registos da sua cédula marítima, começou por embarcar, em pleno ano de 1911, em unidades da Marinha Mercante Britânica, não mais a abandonando até ao seu desditoso desaparecimento em combate na guerra de 1939/45, em pleno Atlântico Norte. Essas unidades foram os seguintes paquetes da Linha do Brasil e Rio da Prata: ARLANZA, DESEADO, DESNA, AVON e ALCALÁ – Royal Mail Lines (Mala Real Inglesa); ALBANIA – Cunard White Star Line; VAUBAN – Lamport & Holt Line.
A sua actividade a bordo daqueles paquetes era de camareiro ou criado de mesa. Usualmente embarcava em Vigo. Leixões ou Lisboa e na volta desembarcava nesses mesmos portos ou ficava à espera em Montevideu ou Buenos Aires, voltando a embarcar no primeiro paquete da linha que se proporcionasse. È que, esses paquetes só precisavam de pessoal Português ou Espanhol, enquanto transportavam passageiros dessas duas nacionalidades.
Já antes da guerra de 1914/18 embarcara como marinheiro nos vapores do armador J. & P, Hutchinson Ltd., da praça de Glasgow, que escalavam os portos de Lisboa e Douro/Leixões, com regularidade, somente passando em 1934 para a Moss Hutchinson Lines, Liverpool, por fusão daquela companhia com a James Moss & Co. Ltd, Londres, porém sempre a operar a partir de Glasgow. A nova companhia terminou a sua actividade em 1974 devido a dificuldades de exploração, por não poder competir com armadores de conveniência, que utilizavam tripulação não qualificada e de baixos salários. O navio-motor alemão PRIWALL, 74m/499tb, fretado a longo prazo, foi a ultima unidade a escalar o Douro/Leixões.
No ano de 1917, Deodato Soares de Azevedo andava embarcado no vapor ACHILLES, o qual fora capturado e afundado a tiros de canhão pelos submarinos Alemães U-55 e U-95, no dia 6 de Junho desse mesmo ano, quando navegava a 75 milhas a Oés-Sudoeste de Fasnet Rock, situado a Sul da Irlanda, em passagem de Cádiz para Liverpool e Glasgow transportando carga diversa. A tripulação recolheu-se nas baleeiras de bordo e mais tarde foi salva, porém o Captain A. Woldeman e um dos artilheiros foram considerados prisioneiros de guerra, seguindo a bordo do U-55.
O ACHILLES, 62m/641tb, fora entregue pelo estaleiro Irvine Sb and Eng, Co., Ltd., Irvine, ao armador J. & P. Hutchinson Ltd., Glasgow, em 07/1900.
O U-55, que era comandado pelo Obltnt. z. Z. Wilhelm Werner, foi construído pelo estaleiro Germania Werft, Kiel, entrou ao serviço a 08/06/1916 e durante as suas várias patrulhas afundou 61 navios, danificou 5 e tomou de presa 2. A 20/12/1918 rendeu-se ao Japão, passando a servir a Marinha Imperial sob o nome de O3 e em 1923 depois ter estado a aguardar desmantelamento no Arsenal de Sazebo, retomou o serviço activo por algum tempo como a unidade auxiliar No. 2538, todavia pouco tempo depois foi desmantelado para sucata.
Wilhelm Werner tomou o comando do U-55 a 09/06/1916. Foi galardoado por ter afundado um total de 206.000tb de navegação inimiga. Após as hostilidades, foi acusado de um enorme número de crimes de guerra, por ter afundado sem aviso prévio os navios CLEARFIELD, ARTIST, TREVONE, TORRINGTON, TORO e ter atacado os navios hospitais REWA e GUILDFORD CASTLE, contudo mais tarde a acusação foi reduzida para um único caso, o afundamento do TORRINGTON, por causa do homicídio de uma tripulação inteira, salvo o capitão, que foi feito prisioneiro. Ele jamais compareceu aos inquéritos de Leipzig, tendo ido para o Brasil trabalhar numa plantação de café. Alguns anos mais tarde regressou à Alemanha e tornou-se membro do partido Nazi, tendo-se aposentado em 1920 e falecido com a idade de 56 anos.
O U-95, que era comandado pelo Kptltnt. Athalwin Prinz, foi construído pelo estaleiro Germania Werft, Kiel, entrou ao serviço a 29/04/1917 e durante as suas várias patrulhas afundou 14 navios e danificou 3. A 16/01/1918 afundou-se ao largo de Hardelot, França, motivado por causa desconhecida. Toda a sua guarnição de 36 homens pereceu. Em 2006, profissionais do mergulho descobriram o U-95, aparentando ter sido vítima de embate com minas.
Athalwin Prinz, apenas se sabe que nasceu a 08/07/1883 e morreu a 16/01/1918 por afundamento do submarino, não se encontrando mais pormenores do seu historial.
Após o devastador conflito de 1914/18, aquele marítimo luso continuou ao serviço da J. & P. Hutchinson Ltd e mais tarde da Moss Hutchinson Lines, embarcado nos vapores ENDYMION, BUSIRIS, PROCRIS, FENDRIS e SARDIS, todos eles comandados, alternadamente pelos Captains A. Woldeman, I. M. Loughlin e John W. Cowie, escalando quinzenalmente os portos de Lisboa e Douro/Leixões, com idas eventuais a Casablanca e Cadiz, pelo que tinha a possibilidade de poder conviver com os seus familiares, nomeadamente com a esposa D. Amélia e filhas, durante a estadia de cerca de três dias do seu navio no rio Douro. Note-se, que nas manobras de cruzamento das barras, muito particularmente na difícil barra do Douro, os seus capitães confiavam-lhe a roda do leme, dado que ele era um experimentado timoneiro.
Captain John W. Cowie, veterano da barra do Douro, comandante que resistiu aos dois conflitos mundiais, continuou a comandar os vapores PROCRIS, FENDRIS e SARDIS e os construídos no pós-guerra, embora pertencentes ao armador aparentado General Steam Navigation & Co. Ltd., Londres, mas ao serviço da Moss Hutchinson Lines, Liverpool, ADJUTANT, AUK, CRANE, WOODLARK (l), WOODLARK (ll) e por último o SEAMEW, de cuja escada do portaló foram lançadas à barra do Douro em 19/07/1957, sob os olhares das autoridades e de uma enorme multidão, por vontade própria expressa, as cinzas do seu corpo, como homenagem ao sitio mais perigoso e temeroso, no qual muitas vezes julgava ir perder a vida e a da sua equipagem. A placa de bronze comemorativa do acontecimento pode-se ver no dique da Meia Laranja e pena é, as autoridades responsáveis, ainda não terem dado o nome a uma das artérias, esplanada, ou mesmo cais perto da barra. Um caíco da Ribeira do Porto, já ostentou o nome daquele “master mariner”. Valha-nos ao menos essa pequena homenagem de gente humilde das fainas fluviais do porto do Douro!
Chegada a terrível guerra de 1939/45, como muitos outros marinheiros Portugueses embarcados em navios nacionais e das nações Aliadas o fizeram, Deodato Soares de Azevedp não abdicou nem receou de continuar a navegar em navios da Marinha Mercante Britânica, contribuindo para o esforço de guerra Aliado, nomeadamente Britânico e para que o mundo livre, Portugal também, e a Grã-Bretanha não ficassem privados das necessárias provisões.
Continuou ao serviço dos seus patrões e com os mesmos comandantes, porém devido às contingências da guerra teve de embarcar em navios de outros armadores, e sendo assim passou a fazer parte da lotação do vapor ALVA da praça de Glasgow, que navegava inserido em comboios marítimos para a Península Ibérica, nomeadamente para Lisboa e Porto, transportando carvão e no regresso carga diversa ou minério, sob a protecção de unidades navais, a fim de se evitar o ataque dos famigerados U-Boots da Kriegsmarine e dos Messerschmits da Luftwaffe.
A “Uboat.net” narra o seguinte: Às 02h08 de 02/08/1941, o submarino U-559 lançou uma salva de quatro torpedos sobre o comboio OG-71, constituído por 25 navios mercantes, que se formara no Clyde, perto de Glasgow, e navegava ao Sudoeste da Ilhas Britânicas, a 600 milhas a Oeste de Ouessant, rumando a vários portos do Sudoeste da Península, dentre os quais Lisboa. Observado o alvo e escutado o impacto de uma dupla e uma simples detonação, foi que os torpedos tinham atingido e afundado dois navios de 17.000tb e danificado um outro de 7.000tb. Na verdade, somente um vapor de menor porte, o ALVA, 25 tripulantes, fora afundado no ataque.
O comandante, Captain Cyril Spenser Palmer, nove tripulantes e quatro artilheiros foram recolhidos pelo vapor Irlandês CLONLARA, contudo eles pereceram, quando este vapor foi atacado mais tarde a 22 de Agosto, a Oeste de Aveiro, e afundado pelo U-564, apesar de mostrar as cores e o pavilhão da Irlanda, pais neutral. Onze outros tripulantes do ALVA foram resgatados pelo rebocador EMPIRE OAK, o qual poucas horas depois também teve o mesmo destino dos dois anteriores, por ter sido atingido por torpedos do mesmo submarino. Apesar do afundamento daquele rebocador, também ao largo de Aveiro, que se dirigia a Gibraltar, os onze tripulantes do ALVA sobreviveram e foram recolhidos a bordo da corveta HMS CAMPANULA (K18) e mais tarde transferidos para o contratorpedeiro HMS VELOX (D34), que os levou para Gibraltar, onde desembarcaram a 25 de Agosto.
Segundo “Warsailors.com”, na altura do afundamento do ALVA, dos 25 elementos da sua equipagem um deles foi para o fundo com o navio, pelo que apesar do oficio do Consulado de Portugal em Glasgow, comunicando à família o desaparecimento no mar do malogrado Deodato Soares de Azevedo, fica-se na dúvida em qual das duas embarcações, ALVA e CLONLARA, na verdade pereceu aquele, que se pode considerar mais um mártir e herói da Segunda Guerra Mundial, guerra essa, que também foi causa do afundamento de vários navios Portugueses por unidades navais e aéreas dos países beligerantes e do desaparecimento das suas lotações.
O comboio OG-71 era constituído por 21 navios, fora as unidades de escolta, dos quais nove foram afundados pelos U-Boots, entre os quais o paquete AGUILA, 168 desaparecidos e 16 sobreviventes, o qual se destinava a Gibraltar e Lisboa. Também para Lisboa vinham os seguintes navios: ALVA, STORK, CISCAR, ALDERGROVE, SPIND e CLONLARA, quase todos com carregamentos completos de carvão para consumo nacional.
ALVA, 87m/1.584tb, entregue a 06/1934 pelo estaleiro Burntisland Sb.
& Eng. Co., Burntisland, ao armador Scandinavian Shipping Co., Ltd. (Glen & Co,), Glasgow.
CLONLARA, 84m/1.202tb, entregue a 04/1926 pelo estaleiro Caledon Sb & Eng, Co., Dundee, ao armador Limerick Steamship & Co., Ltd., Limerick.
EMPIRE OAK, 45m/484tb, entregue pelo estaleiro Goole Sb & Rep. Co. Ltd., Goole, ao MOWT (Ministry of War And Transport), Goole, gestores United Towing Co. Ltd., Hull.
U-559, que era comandado pelo Obltnt.z.Z. Hans Heidtmann, foi construído pelo estaleiro Blohm & Voss, Hamburgo, entrou ao serviço a 27/02/1941 e durante as suas 10 patrulhas afundou 4 navios e 1 vaso de Guerra e colocou fora de acção 2 outros navios. A 30/10/1942, a Nordeste de Port Said, foi atacado, capturado e afundado por cargas submarinas lançadas pelos contratorpedeiros HMS PARKESTON, HMS PETARD e HMS HERO e ainda por um avião Sunderland da RAF. Da sua guarnição de 45 sobreviveram 38, dentre os quais o comandante.
Aquele submarino foi abordado a nado por três homens da “Royal Navy”, que capturaram documentos secretos vitais, os quais foram muito úteis para se perceber a máquina alemã de codificação “Enigma”. Dois desses homens introduziram-se no U-559 e salvaram os referidos documentos.
Hans Heidtmann entrou para a “Kriegsmarine” em 04/1934. Serviu a bordo do cruzador ligeiro DEUTSCHLAND, antes da sua transferência para a arma submarina. Fez 6 patrulhas no U-2 e U-14. No início de 1940 comandou vários submarinos escolas da 21ª flotilha.
Em 02/1941 tomou o comando do U-559, e depois de 2 patrulhas no Atlântico Norte, cruzou o temido estreito de Gibraltar a 26/09/1941. No ano seguinte operou exclusivamente no Mediterrâneo até o seu submarino ter sido afundado pelas forças navais e aéreas Britânicas, tendo ele e os restantes sobreviventes sido detidos e durante quatro anos permaneceram em campos de prisioneiros de guerra no Egipto, Canada e Grã-Bretanha. Em Janeiro de 1958 ingressou na “Bundesmarine”, servindo várias posições no estado-maior daquela nova marinha de guerra Germânica, e em 1972 aposentou-se como Kapitan z.Z., tendo falecido em Hamburgo a 05/04/1976 com a idade de 62 anos.
Pois aqui na Foz do Douro, ainda há quem se recorde do “MARITIMO PORTUGUÊS EMBARCADO NOS VAPORES INGLESES”. Aliás já, na minha infância, o meu pai falava-me nesse fatídico acontecimento, que enlutou uma família da praia da Cantareira. Curiosamente, há dias, falando sobre a guerra de 1939/45, alguém dizia. Olhem, o Deodato, que morava na Cantareira, junto à capela da Nossa Senhora da Lapa, cujo vapor foi torpedeado e afundado por um submarino Alemão e lá ficou por aqueles mares profundos das Inglaterras!
De acordo com o seu “ Renewal Continuous Certificate of Discharge” de 1917, no espaço destinado aos sinais corporais, aparece a seguinte reserva de tatuagens: Braço direito – uma estrela e a palavra “viva”, e no braço esquerdo – uma ancora, uma estrela e várias iniciais. A anotação daquela reserva era útil para no caso de morte no mar e caso o corpo fosse encontrado, daria uma mais fácil e rápida identificação.
Parte deste meu trabalho, que é a minha homenagem àquele meu desditoso conterrâneo, só foi possível graças a vária documentação, que me foi disponibilizada por Carlos Filipe de Azevedo Coelho, natural da Foz do Douro e residente na Amadora, neto do “marinheiro desta história”, que não chegou a conhecer o seu Avô, e que a guarda religiosamente, como uma verdadeira recordação e herança.
Fontes: Carlos Filipe; Internet, Uboat.net: Warsailors.com, Maritime Institute of Ireland, Miramar Ship Index, Photoship Co.UK, Casswell Inc., Arquivo Gráfico da Vida Portuguesa 1903/1918 e Ilustração Portuguesa.
RUI AMARO

Cruzador AFFONSO DE ALBUQUERQUE /(c) Colecção de Carlos Filipe Azevedo/.
Cruzador-Couraçado VASCO DA GAMA /(c) postal ilustrado/.
Canhoneira-Torpedeira TEJO /(c) desenho de Luis Filipe Silva/.
Deodato Soares de Almeida - Personagem principal do texto /(c) colecção de Carlos Filipe de Azevedo Coelho/.

Grupo de marinheiros revoltosos do VASCO DA GAMA e da TEJO na camarata do presidio militar. O marujo Deodato é o da esquerda em ambas as imagens /(c) Ilustração Portuguesa-colecção Carlos Filipe de Azevedo Coelho/.
O CMG João Boto, no forte de S. Julião da Barra, dirigindo-se à sala do Conselho de Guerra da Marinha, a fim de presidir ao julgamento dos marinheiros revoltosos. /(c) Ilustração Portuguesa - colecção de Carlos Filipe de Azevedo Coelho/.
Paquete ALBANIA /postal da Cunard Line/.
Paquete ARLANZA / postal da Royal Mail Lines /.
Paquete DESEADO/DESNA /Postal da Royal Mail Lines/.
O Paquete VAUBAN cruzando-se com um patacho /Postal da Lamport & Holt Line/.

Submarino da Armada Imperial Alemã U-95 /(c) Uboat.net/.
Vapor BUSIRIS /(c) foto de autor desconhecidos - colecção DSA/.
O Vapor ENDYMION amarrado no lugar do Sandeman, V.N. Gaia, rio Douro /postal ilustrado/.

Vapor ENDYMION - foto da tripulação datada de 1925, o oficial à direita è o Captain W- Woldeman e na terceira fila ao alto, a meio, vê-se o marinheiro Deodato Soares de Azevedo /(c) colecção de Carlos Filipe de Azevedo Coelho/.
Uma imagem da cidade de Glasgow /(c) postal ilustrado - colecção de Carlos Filipe de Azevedo Coelho/.
Desenho aproximado do perfil do vapor ALVA /Rui Amaro/.

http://www.mii.connect.ie/pictures/clonlara.html

http://uboat.net/ops/med-main.htm



Submarino da "Kriegsmarine" do tipo Vll C a que pertencia o U-559, que foi o causador da tragédia do vapor ALVA. /(C) pintura de autor desconhecido/.
D. Amélia, esposa do malogrado marinheiro Deodato, à janela de sua residência sita na Rua do Passeio Alegre, Cantareira, Foz do Douro /(c) Colecção de Carlos Filipe de Azevedo Coelho/.



Oficio do Consulado de Portugal em Glasgow participando à familia do malogrado marinheiro Deodato sobre o seu falecimento em combate /(c) colecção de Carlos Filipe de Azevedo Coelho/.

O momento do lançamento de bordo do navio-motor SEAMEW das cinzas do corpo do seu antigo comandante, Captain John W. Cowie, às águas da barra do Douro em 19/07/1957 /(c) O Primeiro de Janeiro/.


Placa de bronze comemorativa da homenagem ao Captain John W. Cowie, que se pode ver no dique da Meia Laranja, junto da barra do Douro.

8 comentários:

JOSÉ MODESTO disse...

Mais um grande contributo para a arte do Shipping.
Um Bem haja Rui pela tua enorme sabedoria em ensinar-nos esta nobre arte o SHIPPING.

Unknown disse...

Desejo neste local, manifestar ao Sr. Rui o meu sincero reconhecimento pelo seu trabalho sobre Deodato Azevedo, meu avô.
Sendo que as suas três filhas, já faleceram e dos netos, fui o que preservou e guardou com todo o carinho a história de vida do meu avô que muito me honra.
Muito obrigado Sr. Rui
Carlos Filipe
swl@sapo.pt

Armando T. Henriques disse...

Sr. Rui.
Este artigo, particularmente para mim, é emocionante e de grande importância sob todos os aspectos, principalmente porque, a minha mãe, Fernanda de Oliveira Melo, então com 12 anos de idade, juntamente com os seus pais, Henrique Fonseca Melo e Ana de Oliveira Melo, que residiam em Valongo de Águeda, Distrito de Aveiro, no dia 22/11/ 1920, no Porto de Leixões, embarcaram no Paquete Avon, com destino ao Rio de Janeiro, Brasil.
Já a família do meu pai residia, ou, era natural, de Couto de Esteves, Conselho de Sever do Volga. Após cumprir o serviço militar, ele também emigrou para o Brasil. A sua irmã, com o esposo e as filhas, passaram a residir à Rua do Castro, na Foz do Douro.
Só lamento não haver "visto" a fotografia do Paquete Avon.
PS: não viajei; mas como visitante, estive a bordo dos navios Serpa Pinto, Santa Maria e Vera Cruz, quando aqui aportaram na década de 50.
Hoje, só resta recordações e saudade.
Como disse o emérito escritor brasileiro, Mário Quintana, "o passado não conhece o seu lugar; está sempre presente".
Sou -lhe muito grato. Graças ao senhor, estou conseguindo informações valiosas e adquirindo conhecimento da História Naval Portuguesa.
Armando T. Henriques. RJ, Brasil.

Rui Amaro disse...

Caro Armando
È sempre gratificante receber mensagens de patrícios dessa grande nação que é o Brasil, onde também tenho familiares, que há muitos anos para aí emigraram, utilizando os paquetes SERPA PINTO, NORTH KING e os HIGHLANDS (da Mala Real Inglesa), à procura de vida mais desafogada e parece que o conseguiram, contudo hoje é o reverso, são os brasileiros que procuram as Europas, nomeadamente Portugal. No entanto aqui em Portugal e nas Novas Europas, a situação não está nada famosa. Hoje em dia é normal nas ruas de qualquer terra lusa, cruzarmo-nos com pessoas falando a língua portuguesa de sotaque brasileiro e com a vinda das telenovelas brasileiras, já há muitas palavras e termos brasileiros, contudo eu procuro sempre falar o português de cá.
Agora estou aposentado, mas anteriormente na minha actividade profissional de empregado de navegação na assistência aos navios no porto de Leixões, atendia navios de pavilhão brasileiro e gostava imenso de dialogar com as suas tripulações, e à largada do navio, lá trazia a lata de goiabada e um pacote de puro e saboroso café brasileiro oferecido pelos comandantes e caricato muitos deles eram nascido aqui na região da cidade do Porto.
A Rua do Castro ainda existe aqui na Foz do Douro, perto da rua onde eu resido.
Na internet há muitas fotos do paquete AVON, um parente do SERPA PINTO, no entanto aí vai o “link” onde encontrará fotos. /RMSP2.html
Sempre ao dispor e saudações de Portugal
Rui Amaro

Armando T. Henriques disse...

Sr.Rui.
Muitíssimo obrigado por tudo.Pela acolhida:mellhor,impossível;pela mensagem de retorno e pelas informações que nela acrescentou,que para mim,são importantíssimas.
Felicito -o pelo brilhante trabalho e lhe envio um respeitoso abraço.
Também coloco à sua disposição o meu email para futuros contactos: armandohenriques@globomail.com
Armando T. Henriques.

ZliaBR disse...

Parabéns! Quero aqui manifestar minha sincera admiração pelo seu precioso trabalho de registro de nosso passado comum: portuguêses e seus descendentes. Entre as coisas desprezadas de meu falecido avô encontrei um manual de piloto que guardo até hoje com muito carinho.
Após a leitura de seu blog, posso imaginar de onde surgiu o sonho dele de se tornar márítimo.
Uma vez mais obrigado e, por favor, continue com seus depoimentos, suas histórias. Precisamos de sua memória!
Com meus melhores cumprimentos,
Zelia Soares

Rui Amaro disse...

Olá Zélia Soares
Com os meus respeitos venho agradecer o seu elogioso comentário.
Se há página do meu Blogue NAVIOS Á VISTA que com mais carinho escrevi, foi precisamente aquele relacionado com o seu avô Soares, claro com ajuda documental do também neto Carlos Filipe de Azevedo Coelho ( que já desde há bastante tempo deixei de receber e-mails, por motivo de tratamento hospitalar,,,,,), e pela qual fui deslindar, que além do naufrágio que o vitimou no mar, precisamente na latitude da sua terra natal, a Foz do Douro, também sofreu outro naufrágio por torpedeamento de submarino Alemão, em plena 1ª guerra Mundial, mas dessa vez sobreviveu. Ainda há dias ao falar com amigos sobre as duas guerras mundiais, lá vem a baila o “Deodato, marinheiro dos navios ingleses, que morreu num ataque de submarino Nazi”.
Saudações de Portugal
Rui Amaro – Foz do Douro

Unknown disse...

Caro amigo,
Procurava a história do Comandante John W. Cowie e lògicamente vim à sua página.
É sempre com muita emoção que leio os seus escritos e este sobre Deodato Soares de Azevedo não foge à regra.
Ainda por cima foi avó do nosso comum amigo Carlos Filipe.
Aos dois, aqui vai o meu abraço.