Instalações e cais privativo da Secil no porto comercial do Douro
A origem da Companhia Secil, que figura entre as mais importantes empresas Portuguesas de fabrico de cimento, remonta ao ano de 1904, quando foi fundada a Companhia dos Cimentos de Portugal, que estabeleceu na povoação do Outão, junto do estuário do rio Sado, uma fábrica dotada de dois fornos, tendo iniciado a sua actividade em 1906 com uma produção anual de 10.000 toneladas.
Estas instalações foram vendidas em 1918 a uma nova empresa – Companhia Geral de Cal e Cimento, constituída expressamente para explorar a dita fábrica. A nova empresa arrendou a fábrica em 1925 â Sociedade Geral de Cal e Cimento, Lda., (Secil), que fez importantes investimentos e criou a marca “SECIL”. Foi cinco anos depois que por iniciativa do Dr. Baltazar Cabral, fundador das duas empresas, se procedeu à fusão das mesmas surgindo então a nova firma Secil – Companhia Geral de Cal e Cimento, Lda., que iniciou as actividades em 1931, depois de completa remodelação das instalações.
Com o incremento das actividades devido à ampliação da fábrica e instalação de novos fornos, reconheceu-se a vantagem de dispor de uma frota marítima própria para a colocação do cimento pelos principais centros distribuidores instalados em Lisboa e no Porto, além do transporte de carvão para abastecimento dos fornos, tanto mais que a sua localização no estuário do Sado e afastada de qualquer via férrea ou rodoviária o justificava também. O carvão provinha principalmente das minas do Pejão, localizadas na margem esquerda do rio Douro, concelho de Castelo de Paiva, e chegava ao porto comercial do Douro, nos rabões, verdadeira esquadra negra de antigas embarcações típicas e tradicionais, onde era baldeada para os navios costeiros, no lugar do cais da Empresa Carbonífera do Douro, Senhor da Boa Passagem, diante do edifício da Alfândega do Porto.
O SECIL (2) amarrado no lugar da Carbonifera, V.N. de Gaia, recebe carvão dos tipicos rabões vindos das minas do Pejão, Castelo de Paiva, década de 50 /(c) F, Cabral /.
A frota inicial era constituída por dois batelões BOA SORTE e TROIA e ainda dois rebocadores, um dos quais foi o FALCÃO PRIMEIRO, no entanto jamais se descobriu o segundo, se bem que esse deve ser o vapor OUTÃO, que estava adaptado a vapor rebocador, pois conduzia a reboque um dos dois batelões acima referidos.
Em 1934 foi adquirido o primeiro vapor que tomou o nome de SECIL (1). Era uma unidade de 534tb, já antigo, pois fora construído em 1908, pelo que contava 26 anos de serviço. Este vapor permaneceu por pouco tempo ao serviço e foi vendido em 1938 a um outro armador Português, e nesse mesmo ano entrou ao serviço o novo SECIL (2), 427tb, encomendado a estaleiros Holandeses pela Secil, e que foi a segunda unidade a tomar esse nome.
Devido à dificuldade com meios de transporte verificada durante o período da 2ª guerra mundial, a companhia Secil adquiriu um antigo vapor, que de inicio fora vapor de pesca de arrasto, que passou a denominar-se OUTÃO, 217tb, que o adaptou às suas novas funções de navio de carga, para transporte de cimento, tendo também prestado serviço como rebocador dos batelões da Secil, como acima já foi referido. Além disso a companhia utilizava tonelagem nacional em regime de fretamento, iates e lugres motores, batelões e ainda outros navios, o que o fez por muitos e muitos anos.
Lançamento à água do SECIL NOVO (2) nos estaleiros da CUF, Rocha, Lisboa, 12/05/1954 /publicação da Secil/.
No início da década de 50, a sua frota foi renovada com a construção de três novas unidades de maior porte, próprias para cruzar a barra do Douro, que foram as seguintes: SECIL NOVO (1), 715Tb, construído em Greenock. Com a encomenda aos estaleiros da CUF, Lisboa, de uma nova unidade de características semelhantes, o nome foi alterado para SECIL GRANDE, por aquele ter sido destinado à nova unidade SECIL NOVO (2). Embora a diferença fosse pequena, a verdade é que o navio vindo dos estaleiros de Greenock era ligeiramente maior do que saído dos estaleiros do Tejo. O SECIL NOVO (2) veio a sofrer posteriormente adaptações para o transporte de cimento a granel, pelo que entre outras alterações foram removidos o mastro e paus de carga, localizados entre escotilhas. Mais tarde foi encomendado aos Estaleiros navais de Viana do Castelo, uma nova unidade construída de raiz como navio graneleiro, que tomou o nome de SECIL OUTÃO.
O SECIL (2) foi vendido em 1967 à firma Vieira Pita, Lda., Faro, a fim de tomar lugar do PONTA DE SAGRES, entretanto naufragado na costa de Marrocos, alterando o nome para DAVID NUNES, o qual fez a primeira entrada no rio Douro, sob a nova denominação a 12/05/1967.
Dizia-se que constava do contrato de venda uma cláusula que previa a realização de determinado número de viagens anuais ao serviço da Secil, no transporte de cimento. A verdade é que continuaram a ser frequentes as deslocações ao cais da Secil, na encosta da Arrábida, Porto, neste serviço.
O SECIL NOVO (2) acostado ao cais da Secil, rio Douro /(c) F. Cabral /.
Depois de negociações entabuladas com a Transinsular, chegou-se a um acordo que atribuía a esta empresa a gestão dos transportes marítimos da cimenteira. As três unidades da Secil passaram a ser fretadas em Novembro de 1986, para serviço até à vinda de novos navios. Os antigos navios foram adquiridos em Dezembro seguinte, e previa-se a seguinte alteração dos seus nomes: o SECIL NOVO para TI SECIL e o SECIL OUTÃO para TI OUTÃO, mas a mudança não se chegou a oficializar. O SECIL GRANDE acabou por não entrar no novo serviço por ter sofrido um acidente, que o manteve imobilizado primeiro em Setúbal e depois em Aveiro, até à venda para demolição.
As duas empresas constituíram as seguintes sociedades com objectivos diferenciados:
Transecil, destinada a fazer a gestão de contratos de transportes marítimos com o capital de 300.000$00, correspondente 1/3 a cada uma das societárias: Secil; Transinsular (Madeira) e Transinsular (Açores).
Cimentrans, destinada a fazer a gestão dos transportes rodoviários.
O transporte de cimento entre Setúbal e o Porto foi contudo efectuado nos primeiros tempos por estrada dada a difícil situação em que se encontrava a barra do Douro, que não permitia a entrada de navios em condições de segurança capazes, pelo que o acordo estabelecido entraria em vigor logo que a barra se apresentasse de novo desobstruída, o que se previa para o segundo semestre de 1987.
Durante esse período foram utilizados os antigos navios da Secil, que procediam à descarga em Leixões, sendo o clinquer transportado para as instalações do Ouro, rio Douro, por camiões.
O SECIL NOVO e o SECIL OUTÃO foram retirados do serviço em 1988 e vendidos para demolição no ano seguinte, em Alhos Vedros, estuário do Tejo. O SECIL GRANDE encontrava-se imobilizado na Gafanha da Nazaré, porto de Aveiro, desde 1986 depois de ter sofrido um acidente, e em 03/1993 foi vendido a interesses Gregos, contudo arvorando pavilhão Panamiano, tomando o nome TANANO.
No final de 1988 a Transinsular adquiriu um navio a que atribuiu o nome de TI OUTÃO, 1.591tb, que entrou ao serviço depois convertido em cimenteiro auto-descarregador, mas as suas dimensões e calado não permitiam um acesso fácil à barra do Douro. Erro grasso! Realizou algumas viagens aos Açores e Madeira e foi vendido para Cuba.
No início de 1990 foi instalado novo entreposto distribuidor no porto de Viana de Castelo.
Com a melhoria das condições da barra os navios regressaram ao Douro, atracando no cais das instalações privativas da Secil, na encosta da Arrábida, lugar do Ouro, margem direita.
Ignora-se as razões que levaram à rescisão do contrato entre a Secil e a Transinsular, mas é provável que os atrasos verificados e a irregularidade do serviço tenham levado à suspensão do contrato.
Novo contrato foi depois celebrado com a Vinave que iniciou o serviço com o CANIÇAL, 996tb, em Janeiro de 1991, ao qual se veio a juntar em Setembro de 1992 o navio fluvio-maritimo cimenteiro auto descarregador de nacionalidade Inglesa, que passado uns tempos embandeirou em Português, registo MAR, recebendo o nome de GORGULHO, 974tb.
Em Março de 2002 a Vinave substitui aqueles dois cimenteiros por nova tonelagem auto descarregadora, o ROAZ, 2.169tb. Primeiro entrega o CANIÇAL ao seu armador, que em 2003 é vendido ao estrangeiro para mais serviço, e ainda no mesmo ano segue-se o GORGILHO, vendido à Croácia também para mais serviço
Com o projecto da requalificação e remodelação da via marginal do Porto, a Secil não teve outra alternativa senão transferir-se para o porto de Leixões, para instalações cimenteiras, edificadas por uma entidade privada no topo Oeste da doca 1 – Sul, e por esse facto, o Douro perdeu quatro a cinco escalas semanais e também o porto comercial do Douro, que já se encontrava moribundo, findou por completo.
Entretanto no porto de Aveiro havia sido estabelecido um novo entreposto de distribuição.
COMPANHIA DE CIMENTOS SECIL DO ULTRAMAR
A Secil constituiu em 1954 a Companhia de Cimentos Secil do Ultramar com vista à instalação local de uma fábrica de cimentos, inaugurada em 20/05/1967.
A nova empresa formou mais tarde a Secil Marítima, Luanda, destinada a administrar as unidades utilizadas no transporte costeiro de cimento, que foram o SECIL MAR e o SECIL BENGO, ambos de 499tb, sendo o primeiro, a única unidade da frota que escalou barra do Douro, onde entrou a 02/01/1977 com um carregamento de cimento Angolano, devido a greves verificadas no sector cimenteiro.
Aquela empresa, que passou por altos e baixos, ampliou mais tarde as suas actividades com a aquisição de navios de maior porte destinados ao tráfego internacional, fretamentos e “tramping” e todos eles iniciam o seu nome com a palavra SECIL, e actualmente com bastante solidez, é companhia de bandeira e líder no mercado marítimo Angolano.
IMAGENS DOS NAVIOS DA FROTA DA SECIL – CIA GERAL DE CAL E CIMENTO, SECIL MARITIMA E DE OUTRAS AO SERVIÇO DAQUELA EMPRESA CIMENTEIRA
SECIL (1) – 58m/573tb; 08/1908 entregue pelo Eidenwerft Akt. Ges., Tonning, Alemanha, como IRMGARD LINNEMANN à Reed. Hermann Linnemann, Hamburg; 1910 JYDEN, Jyden A/S D/S (gestores J. Villemoes), Esbjerg; 1913 ROSAFRED, Werkebacks Angfartygs A/B (gestores F. Olssen), Werkeback, Suécia; 1923 ROSAFRED, Haugen Tellefsen, Noruega; 1934 SECIL, Secil – Cia. Geral de Cal e Cimento, Setúbal; 1938 LAVI, Vieira & labricha, Lda, Lisboa; 29/09/1938 naufragou a 25 mn ao largo de Ponta Delgada em rota de Lisboa para a Terra Nova.
http://www.kommandobryggan.se/ragne/rosafred.htm
O vapor SECIL (1) no estuário do Sado, anos 30 /(c) colecção F. Cabral /.
TROIA – batelão; 33,79m/200,49tb; 1920 construída por António Francisco Lapa, Vila Nova de Gaia, como GRANJA para ???; História subsequente desconhecida.
BOA SORTE PRIMEIRO – batelão; 33,40m/222,55tb; 1920 construída por Jeremias M. Novais, Vila do Conde; 1940 Manuel Maria Bolais Mónica, Gafanha da Nazaré: ex ??? nº of. 102, Abel Martins Pinto e Outros, Porto; ex ??? nº of. C-102, Reboques e Transportes Marítimos, Porto; História subsequente desconhecida.
SECIL (2) – 47m/427tb; 1938 entregue por De Haan & Oelerman’s, Heusden, Holanda à Secil – Cia. Geral de Cal e Cimento, Setúbal; Década de 50, o SECIL, quando em viagem do Porto para Setúbal, transportando carvão, encalhou na costa de Peniche devido á forte cerração. Após várias tentativas foi posto a flutuar auxiliado pelos caça-minas NRP FAIAL e NRP TERCEIRA, que navegavam nas imediações, tendo recolhido ao porto de Lisboa, onde entrou em doca seca; 1968 DAVID NUNES, Vieira & Pita, Lda., Faro; Subsequente história desconhecida.
http://www.shipsnostalgia.com/gallery/showphoto.php?photo=70552
O DAVID NUNES denanda a barra do Douro, 20/11/1977 /(c) Rui Amaro/.
OUTÃO – 41,16m/217,94tb; 09/1905 entregue por J. Duthie, Sons & Co. Ltd., Aberdeen, como MARTON à Norbeck Steam Fishing Co. Ltd., Fleetwood: 1910 MARTON, James H. Marr, Fleetwood; 06/1915 requisitado pela Royal Navy como caça-minas, tomando as designações de FD 38/M 11/ GY 1311; 06/03/1919 devolvido ao armador e registado em Milford como MARTON; 23/03/1922 MARTON, Direct Fish Supplies Ltd., London; 09/1922 ALGARVE 6º, João António Júdice Fialho, Portimão; ??? MAREANTE, Virginio Duque Simões, Portimão; 30/07/1942 OUTÃO, Secil – Cia. Geral de Cal e Cimento, Setúbal, que o converteu em vapor para o transporte de cimento ensacado, e mais tarde adaptou-o de forma a rebocar os batelões Tróia e Boa Sorte, nas suas deslocações a Lisboa e Porto.
http://www.fleetwood-trawlers.info/?p=3987
O vapor OUTÃO amarrado no lugar da Carbonifera, V.N. de Gaia, junto dos tradicionais rabões do Douro, década de 40 /(c) F. Cabral /.
FALCÃO PRIMEIRO – 24,74m/97,09tb; 1923 entregue por Charles Wood Scott & Co.,Ltd. como ??? à ???; 1942 FALCÃO PRIMEIRO, Secil – Cia Geral de Cal e Cimento, Setúbal; 1953 FALCÃO PRIMEIRO, Sofamar – Soc. de Fainas de Mar e Rio, Sarl, Lisboa, que entretanto o transformou num moderno rebocador a motor para rebocagem dos seus batelões entre Lisboa e Douro/Leixões; 1962 FALCÃO, mesmo armador; Subsequente história desconhecida.
Rebocador FALCÃO PRIMEIRO /publicação da SECIL /.
O rebocador FALCÃO PRIMEIRO participando em 1946 no festival naútico nacional do Tejo /Século Ilustrado /.
SECIL NOVO (1) – 56,43m/715tb; 08/1951 entregue por George Brown Greenock & Co. (Marine) Ltd., Greenock, à Secil – Cia. Geral de Cal e Cimento, Setúbal; 1954 nome alterado para SECIL GRANDE, a fim daquele ter sido destinado a uma nova construção a ser lançada pelos Estaleiros da CUF (Rocha), Lisboa; 1986 sofre um acidente e fica imobilizado em Setúbal e mais tarde em Aveiro, sendo colocado à venda; 1993 é vendido à World Travelling Shipping, interesses Gregos, bandeira do Panamá, recebendo o nome de TANANO e continuou imobilizado no porto de Aveiro; 2007 ainda em serviço.
SECIL GRANDE – 56,43m/715tb; 08/1951 entregue por George Brown Greenock & Co. (Marine) Ltd., Greenock, como SECIL NOVO (1) à Secil – Cia. Geral de Cal e Cimento, Setúbal; 19/06/1982 quando subia o rio Douro, diante da Ínsua do Ouro, e cruzando-se com o SECIL OUTÃO, que em lastro ia de saída foi por este embatido lateralmente por bombordo sem danos de maior, acabando por desgovernar e atravessar-se, ficando por algum tempo encalhado, safando-se com a subida da maré, indo de seguida acostar ao cais da Secil. O SECIL OUTÃO seguiu para a barra sem mais percalços; 1986 sofre um acidente e fica imobilizado em Setúbal e mais tarde em Aveiro, sendo colocado à venda; 1993 é vendido à World Travelling Shipping, interesses Gregos, bandeira do Panamá, recebendo o nome de TANANO e continuou imobilizado no porto de Aveiro; 2007 ainda em serviço.
O SECIL GRANDE no estuário do Sado, década de 50 /(c) foto de autor desconhecido /.
O SECIL GRANDE demandando a barra do Douro, década de 50 /(c) F. Cabral/.
O TANANO imobilzado na Gafanha da Nazaré, porto de Aveiro, década de 90 /(c) Rui Amaro/.
SECIL NOVO (2) – 54,88m/724tb; 12/03/1954 entregue pela Companhia União Fabril (estaleiro da Rocha), Lisboa, à Secil – Cia Geral de Cal e Cimento, Setúbal, para o transporte de cimento entre o Outão e Lisboa, estendendo-se mais tarde ao Douro; 12/11/1969 quando em viagem do Outão para Lisboa, devido ao nevoeiro, encalhou ao norte do cabo Espichel, sendo posto a flutuar no mesmo dia auxiliado por rebocadores do porto de Lisboa; 12/1986 devido à Secil abandonar o estatuto de armador, o SECIL NOVO (2) foi adquirido pela Transinsular, tendo realizado transporte de cimento entre alguns portos Portugueses por algum tempo, acabando por ser imobilizado no porto de Lisboa; 21/04/1989 chegava a Alhos Vedros, estuário do Tejo, para demolição.
O SECIL NOVO (2) /(c) foto de autor desconhecido /.
O SECIL NOVO (2) demandando a barra do Douro em 30/08/1973 /(c) Rui Amaro/.
O SECIL NOVO (2) demandando a barra do Douro em 05/1986 /(c) Rui Amaro/.
SECIL OUTÃO – 57,78m/730,85m; 18/05/1964 entregue pelo ENVC, Viana do Castelo, à Secil – Cia. Geral de Cal e Cimento, Setúbal; 12/1986 devido à Secil abandonar o estatuto de armador, o SECIL OUTÃO foi adquirido pela Transinsular, tendo realizado transporte de cimento entre alguns portos Portugueses por algum tempo, acabando por ser imobilizado no porto de Lisboa; 21/04/1989 chegava a Alhos Vedros, estuário do Tejo, para demolição.
O SECIL OUTÃO saindo a barra do Douro em 1973 /(c) Rui Amaro /.
O SECIL OUTÃO demanda a barra do Douro em 05/1986 sob o olhar do Luis Manuel Amaro /(c) Rui Amaro /.
TI OUTÃO – 94,00m/2.492tb; 06/1976 entregue pelo estaleiro E. J. Smit & Zonen, Westerbroek, Holanda, como MARY ANDERSSON, 83,5m/1,599tb, ao armador ??? ; 1982 ARGO ISLAND, ??? ; 1982 MARY LANDER, ??? ; 1988 MARY LANDER, alongado para 94,00m/2.392tb, e convertido em navio cimenteiro auto descarregador; 1989 TI OUTÃO, Transinsular, Lisboa; 1989 BRANDA, Cuba; 10/2004 desmantelado para sucata algures em Cuba.
CANIÇAL – 70,8m/996tb; 16/10/1970 entregue por Bodewes Scheepwerf “Volharding” NV., como SIEGFRIED LEHMANN à H. Lehmann, Alemanha; 1976 VIKING, Kustvaartbedrijft Moermann BV. Roterdão; 1981 ANITA, P.V. Pormoka & J.C. Moerman, Roterdão; 1983 LADY ANITA, Anita Cap’s Maritime, Ltd., Limassol; 1985 LADY, Cap’s Maritime, Ltd. Limassol; 1988 LADY, Rambler Shipping, Ltd., Limassol; 1990 CANIÇAL, Arinerte, Funchal, que o adquiriu para o tráfego de transporte de inertes na região autónoma da Madeira, reg. MAR; 1991 CANIÇAL, Cosina International. Gibraltar, reg. MAR, tendo sido fretado a casco nú pela VInave, Ponta Delgada; 2003 NANA K, mesmo armador, bandeira Panamiana; 2007 HASHIMI, Ahmad Sayed, Iran, Bandeira Tanzaniana; 2008 ainda em actividade.
http://koopvaardij.web-log.nl/koopvaardij/2009/09/nana-k-1971-ex.html
O CANIÇAL demandando a barra do Douro em 1991 /(c) Rui Amaro/,
GORGULHO – 80m/974tb; 12/1975 entregue pelo estaleiro Schiffswerft Gebruder Scholoemer, Oldersum, Alemanha, como CARGO LINER III á Bereedergungsgesellschaft m.b.H. ms CARGO LINER III, Berlin, gestor G. Wessels; 1981 AMY, DAL Dittvertrieb Vermiefungs G.m.b.H, Mainz, Alemanha, mesmo gestor; 1982 AMY, Bulkfreighters Ltd., Jersey, que o converteu num navio cimenteiro auto descarregador, nos estaleiros de Ysselwerk; 1983 FARNESE, Blue Circle Industries plc., Londres, gestor F. T. Everard & Sons, Management, Ltd.;1993 GORGULHO, Vinave, Ponta Delgada, registo MAR. Embora adquirido em 1993, já em 1992 ainda como FARNESE já realizara algumas viagens ao serviço da VINAVE, no tráfego costeiro cimenteiro; 2007 VRANJIC, Cosex Shipping Ltd., Split, Croácia; 2009 continuava em actividade.
http://eastcoasters.fotopic.net/p41186280.html
http://www.shipsnostalgia.com/gallery/showphoto.php?photo=50058
O GORGULHO na barra do Douro em 04/08/1994 /(c) Rui Amaro /.
ROAZ – 82,50m/2.169tb; 07/1991 entregue pelo estaleiro Factorias Vulcanus, Vigo, como FERMENTOR a E. Lorenzo Y Cia. Sa., Vigo; 1994 CEMENTOR, mesmo armador: 2002 ROAZ, Somera Trading Inc, Panamá, Gestor Sea Carrier – Soc. de Navegação e Transportes SA, Lisboa.
O ROAZ é um navio cimenteiro auto-descarregador, além disso tem a possibilidade de ser carregado pneumáticamente por gravidade e por camiões. A sua capacidade de descarga ascende a 230 toneladas de cimento por hora, através de duas linhas, podendo ser carregado no cais do Outão, em pouco mais de cinco horas. Possui um total de 18 tanques de lastro, com uma capacidade total de 1.300 toneladas, e ainda dispõe de três porões que comportam até cerca de 2.700 m3 de cimento.
o ROAZ entrando no porto de Leixões em 2002 /(c) Foto Mar - Leixões /.
SECIL MAR – 55,10/499tb; 1961 entregue pelo estaleiro NV. Scheeps. De Kloop, Deest, Holanda, como BETINA BORK à F. Bork Shipping A/S, Copenhaga; 1964 SECIL MAR, Secil Maritima Sarl, Luanda, bandeira Portuguesa; 11/1975 SECIL MAR, após a independência do território de Angola, passou a arvorar a bandeira daquele neófito país. Subsequente história desconhecida.
O SECIL MAR atracado ao cais de Gaia, rio Douro, em 02/01/1977 /(c) F. Cabral/.
O navio Dinamarquês BETTINA BORK /Copyright Museu Maritimo da Dinamarca, Elsinore /.
SECIL BENGO – 62m/499tb; 22/08/1967 lançado à água pelo estaleiro Sorefame, Lobito, Angola, para a Secil Marítima Sarl, Luanda; 11/1975 após a independência do território de Angola, passou a arvorar a bandeira daquele neófito país; 05/07/2002 encontrava-se imobilizado e bastante degradado, aguardando decisão sobre o seu futuro. Subsequente história desconhecida.
O SECIL BENGO, após o lançamento á água no Lobito em 23/08/1967 /imprensa diária/.
Fontes: Imprensa Diária. Secil, F. Cabral, Blogue Navios e Navegadores, Miramar Ship Index.
Rui Amaro
5 comentários:
Bolas Rui.
Ainda tenho muito que aprender e nunca chegarei a ter o teu conhecimento.
É impressionante a tua fonte de informação, dedicação e empenho na nossa ARTE.
Já o disse várias vezes, contigo estou sempre a aprender.
Saudações Marítimas
José Modesto
Grande Rui
Espectacular esta sua resenha sobre a Secil Marítima, empresa que desempenhou um papel importantíssimo no seio da nossa marinha mercante, ao longo de várias décadas.
Em relação à sua frota, vou dar-lhe duas achegas: A primeira, sobre o fim do “Secil” 2, mais tarde ”David Nunes”, tenho fotos dele encalhado perto do porto comercial de Faro, onde esteve abandonado durante vários anos. Soube mais tarde, que em 1998, um sucateiro espanhol o comprou, levando em seguida o casco para Espanha já desmontado.
A outra dica é sobre o navio “Outão”, que em 1961 ainda se encontrava amarrado, embora abatido ao serviço na doca de Pedrouços. Acredito que tenha seguido para a sucata no ano seguinte, pois deixei de o ver nessa altura.
Saudações marinheiras
Luis Filipe Morazzo
Caros José Modesto e Luís Filipe Morazzo
Obrigado por ambas mensagens elogiosas e pela achega.
No que diz respeito ao DAVID NUNES desconhecia, quanto ao OUTÃO, há uns tempos postei no SHIP NOSTALGIA uma foto do amigo F. Cabral, que mostra o OUTÃO e o rebocador FALCÃO PRIMEIRO, na doca de Pedrouços no “laid up” na década de 60
Saudações marítimo-entusiásticas
Rui Amaro
Quero fazer um comentário como antigo funcionário da Companhia de Cimentos Secil do Ultramar, em Luanda. No seu comentário afirma o seguinte:"A Secil constituiu em 1954 a Companhia de Cimento Secil do Ultramar com vista à instalação local de uma fábrica de cimentos, inaugurada em 20/05/1967." Por favor corrija estes dados que não correspondem à verdade. A Companhia de Cimento Secil do Ultramar, foi fundada em 1954. Com a técnica implantada de via húmida a primeira linha de fabrico entrou em funcionamento em Maio de 1957 e não 1967 como escrito, com a capacidade anual de 100.000 tn. de cimento e a potência de 3.475 kVA. Em 1960 foi posta em marcha nova linha de fabrico com 200.000 tn anuais. Um terceiro formo foi adjudicado à firma dinamarquesa F.L. Smidth, S.A.. O conjunto fabril alcança a capacidade de 300.000 tn anuais, com potência de 5.675 kVA de potência empregando mais ou menos 320 funcionários. A Fábrica foi implantada na Estrada do Cacuaco, perto desta vila pesqueira. O interessante desta unidade cimenteira é que a areia, calcário e argila são extraídas dentro da unidade fabril e a menos de 1 km, a céu aberto. O gesso vinha da região do Icolo por caminhões. O terceiro forno em 1975 ainda não tinha sido montado devido à transição política da época. Trabalhei na fábrica desde 1961 a 1975. Saudações.
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