O navio escola e transporte militar GUARANI, da Armada Nacional Paraguaia, era um tipo de navio de carga costeiro com 2 porões, construído pelos Astilleros Tomaz Ruiz de Velasco, Bilbao, Espanha. O GUARANI iniciou as suas provas de mar em 29/12/1967, e foi entregue ao Comando do Transporte Naval em 29/01/1968. Poucos dias depois da cerimónia do hastear da bandeira nacional em 01/03/1968, ele deixou Bilbao a 10/04/1968, tendo escalado Montevideu a 05/05/1968 e alcançou águas territoriais do Paraguai a 13/05/1968.
O GUARANI navegando navegando em mares da Europa / Foto de autor desconhecido - Latin American Shipping Magazin - 1981 /.
Se bem que fosse adquirido para servir como transporte militar, foi utilizado na maior parte da sua vida útil no tráfego comercial da rota Asunción/Europa até 1990, nomeadamente com os portos de Roterdão e Hamburgo, com escala por Leixões, servindo a Flota Mercante del Estado – FLOMERES, de Asunción, em conjunto com os navios gémeos BLAS GARAY e MARISCAL JOSÉ FELIX ESTIGARRIBIA, ambos de 89,5m/2.281tb, e ainda o GENERAL BERNARDINO CABALLERO, 109m/4.699tb, daquele armador estatal Paraguaio, onde o autor do Blogue atendeu os quatro navios por várias vezes como “water-clerk”. Estas três últimas unidades mercantes eram lotadas de guarnição militar e serviam de navios escolas.
O GUARANI como navio militar, regularmente além da sua guarnição naval embarcava instruendos e cadetes para treino e experiencia de mar. Numa viagem de Hamburgo para a Pátria, depois de deixar Roterdão em finais de 11/1973, sob o comando do Capitan de Corbeta Sergio Rolando Alcaraz, já em pleno golfo da Biscaia, a sala de máquinas sofreu um incêndio de enormes proporções, e a 02/12/1973 a 250 milhas náuticas a sudoeste do porto de Brest, a guarnição viu-se obrigada a abandonar o navio, tendo o Tte F.maq. José Alberto Machain e o SO motorista Tomas Farina Zaracho, dois elementos duma tripulação de 21 homens perdido a vida, e os sobreviventes foram recolhidos por dois navios, o petroleiro Soviético LENINABAD, 208m/23.110tb, e o navio costeiro Dinamarquês AVEIRO STAR, 51m/299tb, que os desembarcaram, respectivamente em Gibraltar e num porto de Inglaterra.
O BLAS GARAY no porto de Leixões em 1986 / Rui Amaro /.
Reparado e reequipado em 1974 pelos Astilleros Olaveaja, Espanha, entre 07 e 08/1978 foi submetido a reparações na máquina pela oficina Bartels & Luders, de Hamburgo. Desde 1991 o GUARANI tem sido utilizado no tráfego flúvio-maritimo entre Asunción e Montevideu até ter expirado o seu certificado de navegabilidade.
Primitivamente pintado totalmente de cor cinzenta, contudo em 12/1997 o navio teve nova aparência, que consistiu de casco de cor cinzenta com superstruturas superiores brancas, as quais ainda se viam em 2003. Inactivo desde 2008 esteve amarado em Punta Ramanso, em 2009 foi demolido para sucata nas margens do rio Paraguai, mais propriamente em Puerto Fenix, a onde ainda parece permanecer restos do seu casco.
GUARANI – 73,60m / 714tb/ 314tl/ 1.047dwt/ 839,81mt/ calado max. 3,60m/ 8-cil. Diesel MWM BRH-348AV, 056KW (1300PS) a 375rpm/ 10,5 nós vel. cruzeiro, 12,5 nós Max./ raio 9.500mn com 182tons combustível/ 3 geradores diesek MVM RHS-518 V, cada 61KW (83 PS) a 1,800 rpm/ radar 1/ armamento 0.
http://www.abc.com.py/nota/88586-la-catastrofe-del-buque-guarani/
Fontes: Histarmar (Argentina) e Digital ABC, Asunción.
Rui Amaro
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