sexta-feira, 25 de abril de 2008

O VAPTISTIS FOI DESMANTELADO PARA SUCATA NO ESTUÁRIO DO RIO LIMA

O vapor Panamiano VAPTISTIS assente num banco de areia no estuário do rio Lima /(c) imagem de noticia de imprensa diária/

A 14/05/1958 demandava a barra do porto de Viana do Castelo em 10 pés de calado, mais propriamente o estuário do rio Lima, o vapor Panamiano VAPTISTIS sob o comando do capitão Karaman Lees, procedente de Milford Haven, Reino Unido, e que segundo se noticiava iria ser desmantelado para sucata dentro de quinze dias.
O início dos trabalhos estaria dependente de autorização ministerial. Os velhos armazéns do Cabedelo, que serviam de guarida a famílias de humildes pescadores estavam a ser beneficiados, a fim de recolherem a sucata aproveitada do casco e estruturas daquela velha unidade mercante de construção Americana. Entretanto previa-se a chegada ao estaleiro de gruas gigantes.
A tripulação que conduzira o VAPTISTIS desde aquele porto galês desembarcara e seguira para o aeroporto de Pedras Rubras, a fim de tomar o avião de regresso aos seus países de origem.
A estrada de acesso ao cais da margem esquerda, teve de ser consolidada e ter maior largura de piso, a fim de dar boa vazão aos respectivos trabalhos.
O VAPTISTIS, que ficara atracado ao cais do Cabedelo e fora, certamente a primeira embarcação de grande porte a ancorar no estuário do rio Lima, mais tarde, em noite de grande borrasca, rebentou as amarras e à deriva fazendo um estrondo terrifico, que alarmou as gentes do porto e vizinhanças, foi assentar num banco de areia e para ali ficou, possivelmente até ser demolido.
Aquele vapor de 130m/6.318tb, entregue em 08/1919 com o nome de ELKRIDGE pelo estaleiro Skinner & Eddy, Seattle, ao US Shipping Board, Seattle; 1928 GOLDEN STAR, Oceanic & Oriental Nav. Co., San Francisco; 1937 TENNESSEAN, American Hawaiian Steamship Co., New York; 1940 EMPIRE PENGUIN, M.O.W.T., UK, administrado por Runciman, Ltd; 1942 VAN DE VELDE, Governo da Holanda, Amsterdão; 1947 RIJNLAND, Koninklijke Hollandsche Lloyd, Amsterdam; 1947 RYNLAND, armador anterior; 1957 VAPTISTIS, Cia.
Naviera Maraventura, Panama; 1958 V.M. Correia, empresa de sucatas, Portugal.
E assim, após cerca de quarenta anos de vida útil, veio aquele vapor acabar os seus dias a um porto onde se tem construído excelentes e belos navios, particularmente desde 1944.
Fontes: Imprensa diária

Rui Amaro

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