Às 12h20 de 01/07/1970, a estação dos Pilotos da Barra do porto de Viana do Castelo, através da sua instalação de radiotelefonia, recebeu um apelo do lanchão-motor português SADINO, cujo mestre comunicava, que devido ao denso nevoeiro, o seu navio havia batido no conhecido baixio da Eira, a umas 4 a 5 milhas ao sul daquele porto, e que se encontrava com água aberta, ameaçando não o poder atingir, para onde rumava, procedente do porto de Setúbal, com uma carga de 300 toneladas de cimento ensacado, consignado a uma firma local.
Comunicado o caso à capitania, o comandante Miranda Gomes, capitão do porto, deu ordem para a imediata saída do salva-vidas ALMIRANTE FERREIRA DO AMARAL, que pouco depois, se fazia ao mar capitaneado pelo patrão António Rodrigues, ao mesmo tempo que os pilotos da barra, lançavam chamada geral, solicitando o auxilio dos barcos de pesca Vianenses, que estavam a entrar a barra de regresso de mais uma maré; assim, os barcos DIVINO MAR, SANTISSIMO SACRAMENTO, ARCA DE DEUS, VIRGEM DAS GRAÇAS, Nª Sª DA AGONIA, FABIOLA e PEDRO SALVADOR retrocederam ao encontro do SADINO, tendo os pilotos seguído para o local numa dessas embarcações.
Entretanto, o mestre do navio, Manuel de Lemos, depois de ter navegado em precárias condições cerca de duas milhas, verificou que o barco já não atingiria o porto de Viana do Castelo, por estar a meter muita água, e, assim, resolveu aproar à praia, no local situado entre as Pedras de Anha e da Návia, duas milhas e meia ao sul de Viana do Castelo, para aí encalhar, talvez não esperando por autorização de quem quer fosse. Decisão inteligente!
È que hoje em dia, com receio das poluições e dos fantasmas dos Tollans, Reijins, Courages, CP Valours e outros que tais, faz-se afastar da costa e dos portos de refúgio as embarcações em dificuldade e deixá-las soçobrar ou melhor “afundá-las”, casos do KASSEMBA, PRESTIGE, NAUTILA, quando poderiam ser varadas em areal acessível ou recolhidas no porto mais próximo disponível, como outrora se procedia.
Quando os barcos de pesca de Viana chegaram ao local, já o SADINO se encontrava varado na praia, estando toda a tripulação, composta do mestre e oito homens, perfeitamente calma, embora naturalmente aborrecidos com o percalço. O capitão do porto, que foi a primeira pessoa a chegar à fala com o mestre, inteirou-se do sucedido e tomou as providências indicadas, que consistiam em tentar aliviar o barco da sua carga, a fim de se averiguar das consequências do acidente e das subsequentes medidas a adoptar.
Com a ajuda dos dois barcos SANTISSIMO SACRAMENTO e FABIOLA, a tripulação iniciou o transbordo dos sacos de cimento que não fora atingida pelas águas, e, desse modo, durante a tarde, se conseguiu aliviar o navio duma parte da carga, sendo os sacos transportados para o porto de Viana do Castelo.
Entretanto, ficou decidido, que na baixa-mar seguinte, seria realizada uma vistoria ao casco, para se resolver acerca do que se poderia vir a fazer para resgatar o navio. A tripulação desembarcou, tendo ficado hospedada em Viana do Castelo.
No dia 5, após um árduo trabalho que durou desde o alvor até às 16h20, e em que foi posta à prova a competência, quer do capitão do porto e sobretudo dos pilotos da barra, foi possível, finalmente safar da praia o lanchão-motor Sadino, e trazê-lo para o porto de Viana do Castelo, onde ficou ancorado perto do cais dos pilotos.
Essa tarefa foi possível com a prestimosa ajuda do rebocador MONTE XISTO do porto de Leixões e mercê dum bom trabalho conjunto realizado pelos Bombeiros Voluntários e Municipais que, trabalhando com cinco moto-bombas levadas para bordo, equilibraram o esgotamento com a entrada da água pelos rombos e assim com as devidas precauções o barco foi trazido para bom porto.
Trabalharam a bordo mais de trinta homens e houve a solicita colaboração do barco de pesca SANTISSIMO SACRAMENTO do arrais Telmo Marques da Silva, que desde a madrugada esteve no local prestando toda a espécie de serviços. O mestre do SADINO, Manuel de Lemos, e a tripulação, bem como os pilotos Agostinho e Josué tiveram também trabalho extenuante.
Durante toda a noite piquetes permanentes de bombeiros continuaram a esgotar a água, a fim de manter o navio à superfície para que na manhã seguinte, se pudesse completar a descarga do cimento e pôr o navio em dique para ser reparado.
O SADINO, 34m/193tb, construído em madeira em 1952 como iate-motor por Arménio Bolais Mónica, Gafanha da Nazaré, porto de Aveiro, por encomenda do armador Chaves & Mateus, Lda., Setúbal. Depois de ter passado por várias alterações à sua estrutura e aparelho, em 1977 após bastantes meses de imobilização no rio Douro, junto do estaleiro da Cruz, V.N.de Gaia, que originou alguma degradação, subiu à carreira do mesmo, a fim de ser realizada uma grande reparação e o seu casco vir a ser pintado de cor preta. Constava que fora vendido a interesses estrangeiros, a fim de ser utilizado como “yacht cruiser” e assim parecia ter sido!
Agora de acordo com a informação de Luis Filipe Morazzo no “Blogue Navios e Navegadores”, o SADINO chegara ao Seixal, mais propriamente ao estaleiro Venamar para ser reparado, entretanto passados cinco anos (1992), perante o desaparecimento do proprietário do navio, e por esse facto, sem sofrer qualquer intervenção da parte do estaleiro, o pobre do SADINO lá continuava a apodrecer encalhado no lodo. Triste fim do belo e excelente navio, que foi o derradeiro dos “mohicanos” construídos em madeira para o tráfego costeiro nacional e que de facto daria um belíssimo “yacht” ou mesmo um pequeno “tall ship”.
Fontes: Jornal O Comércio do Porto
Rui Amaro
Comunicado o caso à capitania, o comandante Miranda Gomes, capitão do porto, deu ordem para a imediata saída do salva-vidas ALMIRANTE FERREIRA DO AMARAL, que pouco depois, se fazia ao mar capitaneado pelo patrão António Rodrigues, ao mesmo tempo que os pilotos da barra, lançavam chamada geral, solicitando o auxilio dos barcos de pesca Vianenses, que estavam a entrar a barra de regresso de mais uma maré; assim, os barcos DIVINO MAR, SANTISSIMO SACRAMENTO, ARCA DE DEUS, VIRGEM DAS GRAÇAS, Nª Sª DA AGONIA, FABIOLA e PEDRO SALVADOR retrocederam ao encontro do SADINO, tendo os pilotos seguído para o local numa dessas embarcações.
Entretanto, o mestre do navio, Manuel de Lemos, depois de ter navegado em precárias condições cerca de duas milhas, verificou que o barco já não atingiria o porto de Viana do Castelo, por estar a meter muita água, e, assim, resolveu aproar à praia, no local situado entre as Pedras de Anha e da Návia, duas milhas e meia ao sul de Viana do Castelo, para aí encalhar, talvez não esperando por autorização de quem quer fosse. Decisão inteligente!
È que hoje em dia, com receio das poluições e dos fantasmas dos Tollans, Reijins, Courages, CP Valours e outros que tais, faz-se afastar da costa e dos portos de refúgio as embarcações em dificuldade e deixá-las soçobrar ou melhor “afundá-las”, casos do KASSEMBA, PRESTIGE, NAUTILA, quando poderiam ser varadas em areal acessível ou recolhidas no porto mais próximo disponível, como outrora se procedia.
Quando os barcos de pesca de Viana chegaram ao local, já o SADINO se encontrava varado na praia, estando toda a tripulação, composta do mestre e oito homens, perfeitamente calma, embora naturalmente aborrecidos com o percalço. O capitão do porto, que foi a primeira pessoa a chegar à fala com o mestre, inteirou-se do sucedido e tomou as providências indicadas, que consistiam em tentar aliviar o barco da sua carga, a fim de se averiguar das consequências do acidente e das subsequentes medidas a adoptar.
Com a ajuda dos dois barcos SANTISSIMO SACRAMENTO e FABIOLA, a tripulação iniciou o transbordo dos sacos de cimento que não fora atingida pelas águas, e, desse modo, durante a tarde, se conseguiu aliviar o navio duma parte da carga, sendo os sacos transportados para o porto de Viana do Castelo.
Entretanto, ficou decidido, que na baixa-mar seguinte, seria realizada uma vistoria ao casco, para se resolver acerca do que se poderia vir a fazer para resgatar o navio. A tripulação desembarcou, tendo ficado hospedada em Viana do Castelo.
No dia 5, após um árduo trabalho que durou desde o alvor até às 16h20, e em que foi posta à prova a competência, quer do capitão do porto e sobretudo dos pilotos da barra, foi possível, finalmente safar da praia o lanchão-motor Sadino, e trazê-lo para o porto de Viana do Castelo, onde ficou ancorado perto do cais dos pilotos.
Essa tarefa foi possível com a prestimosa ajuda do rebocador MONTE XISTO do porto de Leixões e mercê dum bom trabalho conjunto realizado pelos Bombeiros Voluntários e Municipais que, trabalhando com cinco moto-bombas levadas para bordo, equilibraram o esgotamento com a entrada da água pelos rombos e assim com as devidas precauções o barco foi trazido para bom porto.
Trabalharam a bordo mais de trinta homens e houve a solicita colaboração do barco de pesca SANTISSIMO SACRAMENTO do arrais Telmo Marques da Silva, que desde a madrugada esteve no local prestando toda a espécie de serviços. O mestre do SADINO, Manuel de Lemos, e a tripulação, bem como os pilotos Agostinho e Josué tiveram também trabalho extenuante.
Durante toda a noite piquetes permanentes de bombeiros continuaram a esgotar a água, a fim de manter o navio à superfície para que na manhã seguinte, se pudesse completar a descarga do cimento e pôr o navio em dique para ser reparado.
O SADINO, 34m/193tb, construído em madeira em 1952 como iate-motor por Arménio Bolais Mónica, Gafanha da Nazaré, porto de Aveiro, por encomenda do armador Chaves & Mateus, Lda., Setúbal. Depois de ter passado por várias alterações à sua estrutura e aparelho, em 1977 após bastantes meses de imobilização no rio Douro, junto do estaleiro da Cruz, V.N.de Gaia, que originou alguma degradação, subiu à carreira do mesmo, a fim de ser realizada uma grande reparação e o seu casco vir a ser pintado de cor preta. Constava que fora vendido a interesses estrangeiros, a fim de ser utilizado como “yacht cruiser” e assim parecia ter sido!
Agora de acordo com a informação de Luis Filipe Morazzo no “Blogue Navios e Navegadores”, o SADINO chegara ao Seixal, mais propriamente ao estaleiro Venamar para ser reparado, entretanto passados cinco anos (1992), perante o desaparecimento do proprietário do navio, e por esse facto, sem sofrer qualquer intervenção da parte do estaleiro, o pobre do SADINO lá continuava a apodrecer encalhado no lodo. Triste fim do belo e excelente navio, que foi o derradeiro dos “mohicanos” construídos em madeira para o tráfego costeiro nacional e que de facto daria um belíssimo “yacht” ou mesmo um pequeno “tall ship”.
Fontes: Jornal O Comércio do Porto
Rui Amaro
O Lanchão-motor SADINO varado entre a praia da Anha e da Návia, junto vê-se o salva-vidas ALMIRANTE FERREIRA DO AMARAL. /(c) gravura de noticia do jornal "O Comércio do Porto"/.
O iate-motor SADINO saindo a barra do Douro, acompanhado pela lancha de pilotos P9 em 1953, mostrando o aspecto primitivo das duas embarcações. /(c) imagem de L. Moraes Sarmento).
O iate-motor SADINO, em lastro, cruzando-se de entrada com o lanchão-motor CARLOS AUGUSTO (ex iate-motor EDUARDO XISTO), que vai de saída, década de 60. /(c) imagem de Rui Amaro, em tempos publicada na publicação do Reino Unido, intitulada SEA BREEZES/.
17 comentários:
Caro Rui Amaro
Se me permite, gostaria de observar o seguinte: Eu tenho uma listagem sobre naufrágios na zona de Peniche, onde existe um registo datado de 15-12-58, sobre um encalhe de um iate-motor chamado “Eduardo Xisto”. Então eu perguntava agora ao meu amigo: o “Eduardo Xisto” terá sido salvo naquela altura, e depois de recuperado deram-lhe o nome de “Carlos Augusto”? Será assim?
O meu obrigado
Saudações marinheiras
Caro Rui Amaro
Caso ainda tenha paciência para me aturar, gostaria de lhe por duas questões, a primeira: qual o método mais prático que eu devo seguir, para adquirir o seu livro "A BARRA DA MORTE – A FOZ DO RIO DOURO"? se prefere transferência bancária, ou não? ou qualquer outro meio de pagamento, logo me dirá. A segunda, e não querendo parecer oportunista, pois trata-se de uma velha pergunta que eu já coloquei a outros “shiplovers”: qual foi a trajectória histórica que o navio “Ofir” seguiu, depois de ter sido registado na capitania de Aveiro em 19-4-57?
Obrigado
Saudações marinheiras
Luís Filipe Morazzo
Caro Amigo Luis Filipe Morazzo
EDUARDO XISTO – O lanchão-motor CARLOS AUGUSTO foi de facto o iate-motor EDUARDO XISTO, que em viagem de Setúbal para o Porto c/ 160 tons de cimento, devido ao denso nevoeiro embateu nuns rochedos das Ilhas Berlengas e arribou a Peniche metendo água devido a um rombo sofrido à proa.
Agora nos meus registos e recortes do jornal (eu tenho para aqui recortes de jornal sobre noticias marítimas, que quase já não cabem na minha casa. Isto já vem desde antes da 2ª guerra mundial, também coleccionadas por meu pai) a data que tenho do acidente é 07/10/1952 e o Luis dá a data de 15/12/1958. Quem estará certo!?.
Se não estou em erro, o Eduardo Xisto parece que teve dois acidentes nas Berlengas e arribou a Peniche, o segundo julgo que foi incêndio mas não tenho a certeza.
Certeza tenho, que o seu mestre Zé Cadilha, um Vianense, amigo da minha família, porque fez a vida militar c/ meu pai (piloto da barra do Douro e Leixões), no quartel de Torpedos Fixos em Paço de Arcos, tinha as Berlengas como azarentas, pois, uns anos antes, lá perdeu o lugre-motor SANTA MADALENA, de Viana do Castelo e lá ia perdendo o EDUARDO XISTO. Em 31/01/1951 por alturas de Espinho ficou com o Iate-motor MAR NOVO, completamente desarvorado, arribando a Leixões sem mastreação.
OFIR – Apenas sei que o navio foi para Angola e pertencia à Soc.Transoceânica Lda. Rua André Vidal Negreiros, 14 – Luanda. De acordo c/ o registo Miramar Ship Índex o OFIR deixou de aparecer no Lloyds Register 1997/98. Caso eu encontre detalhes mais recentes, entrarei em contacto com o amigo.
LIVRO – Obrigado pelo interesse no livro de minha autoria A BARRA DA MORTE – A FOZ DO RIO DOURO, que de certeza irá gostar da sua leitura, convém contactar a editora O PROGRESSO DA FOZ através de – oprogressodafoz@gmail.com – que não deixará de dar andamento ao seu pedido.
Sempre ao dispor
Saudações marinheiras
Rui Amaro
ola boa tarde. gostava de saber mais sobre o navio Eduardo xisto pois ao que sei pertencia ao meu avo, David alexandre o qual nao cheguei a conhecer ele era do Porto.é possivel arranjar fotos do barco o que aconteceu na realidade? o porque de outro nome sei que ele jogava e que nao fazia as reparações do barco etc.aqui fica o meu contacto mauroptavares@gmail.com
Olá Mauro
Estou a tentar com outros entusiastas de navios e navegação, aqui do Porto, a possibilidade de arranjar mais historial e uma foto do iate-motor Eduardo Xisto, que era um lindo e impecável navio do tráfego costeiro nacional, e além do motor auxiliar, também utilizava velas latinas. Armava com dois mastros e gurupés e era de razoável marcha. O problema que refere na sua mensagem da falta de reparação, deve-se ter dado após o acidente nas Berlengas e arribada para Peniche e por falta de verba para a reparação do rombo sofrido, deve ter sido considerado perda total construtiva, entrega aos Seguradores ou vendido directamente ao armador Casimiro Augusto Tavares, Setúbal.
O Eduardo Xisto, 29,67m/107,49 toneladas brutas, construído em 1947 pelo estaleiro Tomas F. Lapa, Vila Nova de Gaia, para o armador Eduardo Beltrão,Lda. Porto, que o registou na Capitania do Porto do Douro a 06/06/1947. Possuía 1 motor 1.D – 3 ci. 150 BHP – 120 BHP Maschinenfabriek, Augsburg – 1936.
Agora há uma discrepância nas datas do acidente, que já foram referidas em mensagens anteriores. Caso eu consiga fotos e mais elementos do navio em causa não deixarei de dar notícias.
Saudações Navegantes
Um abraço
Rui Amaro
Caro Amigo Luis Filipe Morazzo
Aqui estou com mais dados sobre o Eduardo Xisto.
Encontrei nuns apontamentos meus, que aquele navio como não podia ser devidamente reparado em Peniche, porque naqueles tempos aquele porto não tinha estaleiro capaz, apenas foram feitos reparos provisórios, a fim do navio empreender a viagem para o porto do Douro, onde entrou, julgo pelos próprios meios, em 10/10/1952 para subir à carreira do estaleiro de Tomás F. Lapa, V.N.de Gaia.
Ora o amigo Luis forneceu a data do acidente de 15/12/1958, pelo que tudo leva crer que ele continuou a navegar mais tempo e terá tido um segundo acidente ou por falta de reparações teve que encostar e fora vendido ao armador e construtor naval Casimiro Augusto Tavares, de Setúbal, que parece que ainda existe e que na altura armava dois navios, o Gavião dos Mares e o Riquitim (este julgo só de vela).
Procurando nos registos de meu pai, que foi piloto da barra do Douro e Leixões, em 30/04/1954 conduziu de saída aqui na barra do Douro, por conseguinte nessa altura ainda navegava como Eduardo Xisto. Depois a partir de 1955 os navios de tráfego costeiro de pequeno porte ficaram isentos da obrigatoriedade de meter piloto, eram os próprios capitães ou mestres que conduziam de entrada ou saída e como tal o nome de Eduardo Xisto deixou de ser registado por meu pai.
É tudo para já e espero encontrar mais detalhes
Até breve
Saudações navegadoras
Rui Amaro
Caro companheiro de viagem Rui Amaro
Agradeço uma vez mais todos os esforços que tem desenvolvido, com o propósito de dar a conhecer a ficha técnica do iate-motor “Eduardo Xisto”. Contudo gostaria de complementar o seguinte: este navio ainda constava numa listagem dos Armadores da Marinha Mercante de 1953, inscritos no Grémio. Estava registado como iate-motor, com um deslocamento bruto de 76 toneladas, pertencia na altura ao armador Eduardo Beltrão, e estava associado á navegação costeira internacional.
Com os meus melhores cumprimentos
Saudações marinheiras
Luís Filipe Morazzo
Caro Luis Filipe Morazzo
Obrigado pelo seu comentário re. i/m Eduardo Xisto.
Distração minha. pois tenho aqui na minha frente uma "Lista dos navios Mercantes Nacionais da JNMM" por onde encontro os detalhes de navios nacionais e só agora reparei que é do ano de 1963 e nela consta o navio em causa. Por conseguinte naquele ano ainda existia como Eduardo Xisto e deve ter sido por essa altura que mudou de armador.
O amigo Mauro Tavares, ai de Lisboa, neto do armador do Eduardo Xisto, disse-me que iria a Setubal ao escritório do armador do l/m Carlos Augusto, a firma Casimiro Augusto Tavares, ver se conseguia mais pormenores do navio e depois me informava, no entanto também aqui no Porto estou a tentar detalhes e foto mas está dificil.
Até breve
Saudações marinheiras
Rui Amaro
Em relação ao “Eduardo Xisto” pouco mais haverá que acrescentar. Uma vez mais o meu muito obrigado, por todos estes dados dispensados. Contudo, na condição de me considerar um “chato” militante, sabendo também que estou perante uma autoridade na matéria, e seguro que não se vai aborrecer aqui com o marujo, aproveitava para lhe colocar mais uma daquelas perguntas chatíssimas: A empresa Frasil que nas décadas de 50 e 60 se dedicava à cabotagem nacional e internacional, tinha uma particularidade, a de atribuir o nome de santos, a todos os seus navios, nomeadamente, “S. Silvestre”, “S.Silvano”, “S.Silvério”, “S.Sivano”, e “S.Silvares”, mas houve um outro, o misterioso “S.Silvino”, sobre o qual, pouco ou nada se sabe. È exactamente sobre a ficha técnica deste navio, que eu interrogo o meu amigo?
Escusado é dizer, que com amigos como eu não precisa de inimigos, para quê?
Muito obrigado
Saudações marinheiras
Caro Luis Filipe Morazzo
O amigo é sempre bem-vindo aqui ao norte, à Invicta, tanto c/ o Reimar como c/ o Rui Amaro. É sempre bom a troca de mensagens, sobretudo sobre navios, navegação e portos.
Os navios que conheci da Frasil e constam da Lista dos Navios Mercantes Nacionais da JNMM – 1963 são os seguintes:
1902 Joahannes; 1937 Nossa Senhora dos Anjos; 1952 Labrincha; 1958 SÃO SILVARES; 1967 Amisil; 1992 desmantelado em Lisboa.
1919 Truma; 1922 Comp. Stm. Dva.; 1926 Martha; 1930 Corvo; 1958 Oscar; 1960 SÃO SILVANO; 1965 Silnave; 1982 desmantelado em Alhos Vedros.
1921 Lorient; 1922 Costeiro; 1959 SÃO SILVÉRIO; 1963 naufragou perto de Vigo.
1927 Everhard; 1927 Funchalense; 1952 SÃO SILVESTRE; 1965 Maricarmen; 1977 naufragou perto do Cabo de Gata.
O São Sivano e São Silvino, pode-o deixar de lado porque não existiram, deve ser confusão com São Silvano.
Julgo ter esclarecido a sua questão.
Sempre ao dispor
Saudações navegadoras
Rui Amaro
Caro Rui Amaro
Obrigado por mais esta dica. Esta dúvida em relação ao nome “S.Silvino”, o qual eu atribuía a um dos navios da empresa Frasil, persistia desde a década de 60, altura em que eu gostava de ler diariamente no “Diário de Notícias” o movimento marítimo do porto de Lisboa., e quase podia jurar, tê-lo lido nesses dias.
Muito obrigado
Saudações marinheiras
Caro Luis Morazzo,
Quanto à sua dúvida relativamente ao S. Silvino, questionarei a minha avó acerca da existência, ou não, do mesmo, já que foi, juntamente com o meu recentemente falecido avô, António Féria Frade, sócia da Companhia de Navegalão Frasil. Posso, igualmente, a título de curiosidade informá-lo da existência do navio S. Pedro, muito embora não saiba se pertenceu à Frasil, ou antes à Fradar ou F. Frade, outras companhias de que o meu avô foi sócio.
Cumprimentos, Pedro Frade Dias
Amigos Pedro Dias e Luis Filipe Morazzo
A Fradar-Companhia de Navegação na verdade existiu e é possivel que o navios-motor S.Silvino e S.Pedro tenham existido e fizessem parte do seu armamento, só que nunca ouvi flar deles e nunca os vi aqui por Leixões/Douro.
Como em tempos informei o Amigo Morazzo, existiu sim o São Silvano da Frasil 1960/65, nomes muito semelhante a S. SIlvino, contudo pode ser que Senhora Sua Avó possa esclarecer.
Fica-se aguardar informação.
Melhores Cumprimentos
Rui Amaro
Boa tarde,
Sou piloto da marinha mercante e por curiosidade encontrei este blogue ao qual envio desde já os meus cumprimentos aos autores pelo seu conteúdo. Em relação ao lugre "Eduardo Xisto", o Comandante na altura do encalhe era meu bisavô e guardei um recorte da noticia do seu encalhe pubicada na Voz de Peniche em 25 de Dezembro de 1958, que transcrevo literalmente:
«FOI ATIRADO À PRAIA O LUGRE "EDUARDO XISTO"
No dia 16 do corrente, o mar atirou à praia sul, por se lhe terem rebentado as amarras, o lugre "Eduardo Xisto", de 108 toneladas, da praça de Matosinhos, que navegava de Setúbal para o Porto com um carregamento de sal, e que devido ao temporal que o surpreendeu se havia abrigado no nosso porto.
O lugre que é propriedade da firma Eduardo Beltrão, Lda, e era comandado pelo Capitão Sr. João Gonçalves Muchacho continua, à hora a que escrevemos, aproado à rebentação, em posição, portanto, que deixa prever possibilidades de salvamento.
A tripulação, pela prontidão que foi assistida pelo salva-vidas "Almirante Sousa e Faro" e pelos Bombeiros locais, nada sofreu, e conseguiu retirar parte dos seus haveres.»
Sei que a informação é pequena mas sinto-me contente por a partilhar.
Saudações náuticas
David Mendes, Loulé
Caro David Mendes
Agradeço o seu comentário, o qual veio esclarecer uma dúvida que há muito existia, sobre um segundo acidente com o iate-motor Eduardo Xisto na área de Peniche, conforme se notará pelos anteriores comentários.
De facto aquele iate mercantil teve dois acidentes: 07/10/1952 sob o comando de mestre José Cadilha, um Vianense, que quando navegava para o Porto, devido ao denso nevoeiro embateu numas pedras das Berlengas, e a fazer água lá conseguiu arribar ao porto de Peniche, onde se salvou e mais tarde depois de feitos os reparos provisórios veio para o rio Douro para descarregar e entrar em carreira, a fim de completar a reparação; 16/12/1958 teve um segundo acidente, já sob o comando de seu bisavô, possivelmente após ter arribado a Peniche devido ao mau tempo, garrando por se lhe quebrar a amarra pela força da ondulação ou do vento, ficando varado na praia. Desta vez parece que ficou por lá alguns anos, até ser adquirido pelo armador de Setúbal, Casimiro Augusto Tavares, que o converteu de um iate de dois mastros para um lanchão de um mastro, alterando o nome para Carlos Augusto.
A zona de Peniche/Berlengas, na realidade era e é fértil em acidentes marítimos!
Um Santo e Feliz Natal aí pelos “Allgarves” e um 2008 muito Próspero e continue a visitar o meu Blogue Navios à Vista.
Saudações marítimo-entusiásticas
Rui Amaro
Fotografia do Eduardo Xisto no blog Cabo Carvoeiro Memórias
Caro J.A.Aldeia
Grato pela sua gentileza de me fazer chegar a foto de um dos dois encalhes do iate Eduardo Xisto na áres de Peniche, um dos pontos da costa portuguesa de maior numero de acidentes maritimos, postada no excelente Blogue Cabo Carvoeiro Memórias.
Sempre ao dispor
Saudações maritimo-entusiásticas
Rui Amaro
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