domingo, 21 de junho de 2009

CHAMAVA-SE «RENAISSANCE ONE» O PRIMEIRO NAVIO DE CRUZEIROS A ESCALAR O PORTO DE AVEIRO


RENAISSANCE


O paquete de luxo italiano RENAISSANCE ONE, um yacht cruiser, com cerca de uma centena de turistas de várias nacionalidades, demandou a barra do porto de Aveiro pelas 08h00 de 27/05/1991, tendo atracado ao cais comercial Norte onde permaneceu até cerca das 18h00 do mesmo dia, após os passageiros terem realizado um circuito turístico pela região e visitado os principais pontos de interesse de Aveiro e Ílhavo.

Aquele belo navio, que veio consignado aos agentes Garland, Laidley, da praça do Porto, representados no porto de Aveiro pela casa A. J. Gonçalves de Moraes, primitivamente destinava-se ao porto da Figueira da Foz, contudo devido a horas de marés desencontradas com o tempo de estadia e alguma ondulação na barra, rumou ao porto de Aveiro, tendo sido festivamente acolhido pelas autoridades locais, tal e qual como numa anterior escala àquela cidade portuária do rio Mondego, se bem que nesta já não era novidade, uma vez que no século XIX os vapores do correio Porto/Lisboa, transportando passageiros e carga, por vezes demandavam a barra do Mondego, caso do vapor PORTO, que se perdeu na barra do Douro em 29/03/1852 e em que pereceram 36 vidas e salvaram-se miraculosamente apenas 15.

Contra o que hoje em dia se passa no porto da ria de Aveiro, com a visita frequente de paquetes de cruzeiro, tais como o PRINCESS DANAE, de maiores dimensões, à época a escala do mini-paquete RENAISSANCE ONE fora uma agradável e inédita surpresa.

O RENAISSANCE ONE, Imo 8708646, 88,30m/3.990tb, 15 nós; 12/1989 entregue pelo estaleiro Cantieri Navale Ferrari, La Spezia, ao armador Renaissance Cruises, Itália, como RENAISSANCE, tendo sido o primeiro de uma série de oito unidades construídas no período de 1989/92, todos eles ostentando o nome de RENAISSANCE seguido do respectivo cardinal por extenso, dos quais quatro foram construídos pelo estaleiro Nuovi Cantieri Apuania, Marina di Carrara, com ligeiras diferenças; 31/08/1998 THE MERCURY; 19/06/2004 LEISURE WORLD I; 2007 DUBAWI; 2009 continua operacional como “Dubai Royal Yacht” dos Emiratos Árabes Unidos.

Fontes: Comunicação Social, Equasis, Vesseltracker.com e Miramar Ship Index.

Imagem: cartão postal da Renaissance Cruises.

Rui Amaro

3 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado por se lembrar do Porto de Aveiro no seu excelente blog.
http://www.twitter.com/portodeaveiro

Guy de Maupassant disse...

Caríssimo Rui Amaro,

Hodiernamente, não são assim tão frequentes as visitas de paquetes, ou melhor, de navios de cruzeiro, ao Porto de Aveiro; pelo menos não tanto como gostaríamos.
As escalas pontuais do "Princess Danae" - que tão bem mencionou -, do "Hanseatic" e do "Bremen" (ambos da Hapag-Lloyd), e ainda do "Athena" (este último esteve aqui atracado cerca de 3 meses em finais de 2007 a preparar a próxima época de cruzeiros)constituem honrosas excepções num período de cerca de 4 anos.
A APA (Administração do Porto de Aveiro) bem que gostaria de incrementar a escala de navios de turismo mas este não parece ser um porto especialmente vocacionado para tal já que a oferta turística nas imediações não é abundante; Aveiro conta apenas com meia dúzia de edifícios históricos dignos de nota. Já Coimbra é exponencialmente mais rica a este nível; mas, para visitar esta segunda, quiçá o porto da Figueira esteja mais à mão.

Obrigado por zelar tão dedicadamente pela nossa memória marítima através deste seu espectacular blogue.

Voltarei a espreitar mais vezes.

Cumprimentos
RM

Rui Amaro disse...

Caro RM - Guy de Maupassant
Grato pelo seu esclarecimento elucidativo das escalas de navios de cruzeiro ao porto de Aveiro, pois eu estava convencido que houvessem mais escalas.
Efectivamente é pena os operadores turísticos de cruzeiros não utilizarem o porto de Aveiro, que bem o merecia, apesar, como diz, da região não ser fértil em monumentos, contudo também é região de uma grande beleza, e já que o porto da Figueira da Foz, não é compatível com navios de certa tonelagem, dever-se-ia aproveitar o porto Aveirense, cuja distancia de Coimbra, Viseu, etc. não é assim tão grande, e até mesmo da cidade do Porto.
Força Porto de Aveiro, incentivem os operadores de cruzeiros. Não percam a esperança!
Saudações marítimo-entusiásticas
Rui Amaro