quinta-feira, 7 de julho de 2011

O "SEA ELBE" INAUGUROU A 15/02/1992 A ENTÃO NOVA VIA AQUÁTICA COMERCIAL DO RIO DOURO

O SEA ELBE aguardando no porto de Leixões  melhoria de condições de mar para acesso ao rio Douro a 14/02/1992

Navio-motor SEA ELBE (1), tipo box shape/ Imo 7015125/ 82,5m/ 1,812tb; 06/12/1979 lançado à água como CHRISTA SCHUTT, contudo entregue pelo estaleiro Schiffswerf Hugo Peters, Wewelsfleth, como SEA ELBE a Bauer & Hauschildt KG. Kustensschiffahrt, Hamburg; 1994 MARNE; 1995 FALKO; 2001 DREDGER; 2004 DEFENDER, Reederei Erwin Strahlmann, St.Vincent e Grenadines; 06/06/2011 continuava em operações comerciais.


O SEA ELBE passa sob a ponte D. Luis I, diante das cidades do Porto e Gaia,  de rumo ao cais comercial de Sardoura, Castelo de Paiva, em 15/02/1992

A 15/02/1992 o navio-motor Alemão SEA ELBE, agenciado pela firma Burmester & Stuve, Lda., grande dinamizadora da navegação flúvio-túristica e comercial do Douro, subiu o rio com a mastreação e a ponte de comando rebaixadas, para passagem sob as pontes à cota baixa, cruzou a eclusa de Crestuma/Lever, indo atracar ao cais flúvio-maritimo comercial de Sardoura, Castelo de Paiva, em pouco mais de duas horas, com grande pompa, onde foi carregar cerca de 1.500 toneladas de granitos extraídos das pedreiras de Alpendurada, Marco de Canavezes, destinadas a um porto flúvio-maritimo da Alemanha, tendo sido o primeiro navio mercante a subir a nova via aquática comercial, que passou a ser desde então, o rio Douro.

O SEA ELBE manobrando para acostar ao cais comercial de Sardoura, Castelo de Paiva, em 15/02/1992

O SEA ELBE, que arribara de véspera a Leixões, devido à barra nesse dia não oferecer as condições ideais de acesso ao rio pelo motivo de alguma ondulação, que se fazia sentir, foi conduzido pelo piloto da barra Abílio Faria até às imediações da Ponte D.Luis I, tendo a partir daí a sua condução sido da responsabilidade do prático fluvial Calisto, mestre da lancha flúvio-túristica RIBADOURO, da Endouro, coadjuvado pelo patrão de costa da capitania do Douro Fernando Costa. Passados dois dias aquele navio abandonou o rio Douro, rumando ao porto de Roterdão e muitos mais se lhe seguiram utilizando o cais fluvial de Sardoura com certa regularidade, salvo algumas ocasiões, que o não puderam fazer devido à situação de cheia, assoreamento ou alguma agitação marítima na barra, tendo, então, sido desviados para Aveiro ou Leixões com as graves consequências e prejuízos daí advindos. Note-se, que a tonelagem transportada por um navio flúvio-marítimo “box shape” equivaleria a um enormíssimo número de camiões, que além de congestionar o trânsito rodoviário para os portos marítimos, tornar-se-ia mais oneroso e poluente.
Imagens: Imprensa diária e regional.
Rui Amaro

2 comentários:

marmol disse...

Manobrei este navio muitas vezes. O capitão era uma excelente pessoa. Devido ao pouco calado era, segundo o capitão, um dos poucos navios que ia até Basileia na Suiça.
Quando a lancha dos pilotos atracava para embarcar o piloto, a primeira coisa que o contramestre mandava para bordo da lancha era uma caixa de cervejas para o pessoal da lancha e o capitão dava ao piloto dois pacotes de cigarros Marlboro, umas vezes, outras uma garrafa de whisky.
Um abraço.

Rui Amaro disse...

Isso é que se pode apelidar de um "Freundlich Kapitan".
No meu atendimento aos navios de um dos mais importantes armadores Holandeses, a Van Nievelt, Goudriaan & Co's, de Roterdão, na década de 60, os capitães estavam instruidos para à entrada oferecerem ao piloto, às autoridades de visita ao navio e ao empregado da agencia uma garrafa de uisque, ou de franbozen,ou de gin, e à largada um cartão de 20 massos de cigarros, procedimento que já vinha de há bastantes anos, só que a partir do final da referida década, a oferta terminou, e quem quisesse cigarros ou bebidas, os capitães cobravam 20$00, o que já nem era mau. Já era a contenção nas despesas e o prenuncio das "crises".
Eu que não fumava nem ia lá muito com uisque, tive mesmo que quando tinha que ir a bordo, passar a beber uisque e fumar, senão vinha de mãos abanar.
Já no atendimento de navios Brsileiros da armadora L. Figueiredo (Frotama), de Santos, era oferecido um pacote de saboroso café do Brasil e a famosa lata de goiabada da marca "Peixe".
Mas também tanto os capitães como as tripulações não iam a seco, pois a Garland/Vesselmar também
mandava para bordo caixas de vinho, nomeadamente Port Wine.
Saudações maritimo-entusiáticas
Rui Amaro