terça-feira, 12 de março de 2013

PORTO DO DOURO - LINGUETA E CAIS DA PRAIA, DOS BANHOS OU DA PORTA NOVA E OS REBOCADORES FLUVIAIS “MERCÚRIO SEGUNDO” E “MORAES”



Os rebocadores MERCÚRIO SEGUNDO, a estibordo, e MORAES, a bombordo, acostados à lingueta dos Banhos /F. Cabral/.

 Os rebocadores MERCÚRIO SEGUNDO e MORAES acostados à lingueta dos Banhos /F. Cabral/.


Um pequeno cais e lingueta na zona do Infante, já há bastantes anos fora  de serviço mercantil, e a que por vezes acostavam pequenas embarcações em operações de cargas e descargas, tais como barcos rabelos, barcaças, iates, lugres, fragatas, etc.
Porque este lugar correspondia ao de uma antiga praia desaparecida com a construção da rua Nova da Alfândega, conservou o nome de Praia, como era correntemente designada, se bem que também é conhecido por cais e lingueta dos Banhos ou da Porta Nobre.
Por volta de 1948, quando se queria indicar o local onde se encontravam os que nesse lugar manuseavam as mercadorias, dizia-se que estavam na Praia.
Nas décadas de 50 a 70 do século XX servia de atracação aos rebocadores fluviais MERCÚRIO SEGUNDO e MORAES, da firma A. J. Gonçalves de Moraes, Lda., estabelecida ali muito perto na dita rua Nova da Alfandega, e também de amarração das embarcações da capitania do porto do Douro, também localizada na mesma rua, além de aparcamento de veículos particulares. Desde alguns anos atrás, serve exclusivamente a marinha, ou seja o material flutuante e terrestre da capitania e da polícia marítima.

O rebocador MERCÚRIO SEGUNDO assistindo um navio na manobra de rotação /F. Cabral/.


O rebocador MORAES preparando-se para prestar assistência na manobra de acostagem ao n/m holandês MEIDOORN /Rui Amaro/.


Os rebocadores MERCÚRIO SEGUNDO (1939) e MORAES (Finais da década de 50) dedicavam-se à assistência a navios nas manobras de atracação, amarração à chegada e rotação na largada, rebocagem de barcaças no rio, e laitas entre o Douro e Leixões, e ainda condução de barcaças em excursões rio acima, alternadamente com o JÚLIO LUIS ex MANOLITO, e anteriormente com o DEODATO, de outros armadores.


O rebocador MERCÚRIO SEGUNDO de braço-dado com duas barcaças numa excursão à Quinta da Fonte da Vinha, Oliveira do Douro, em 05/07/1953, organizada pelo Clube Fluvial Portuense /O Comercio do Porto/.


O data-base daqueles dois rebocadores não foi encontrado, no entanto sei que o MERCÚRIO SEGUNDO foi vendido à Empresa Carbonífera do Douro, Pedorido, Castelo de Paiva, que o rebaptizou de FOJO, e que em conjunto com o PEJÃO conduziam os típicos “rabões” da frota negra do Douro entre as minas do Pejão e o porto comercial do Douro, com carvão extraído daquelas minas para embarque nos navios costeiros que o transportavam para as fábricas de cimento de Alhandra ou Outão. A ultima vez que vi o FOJO, estava ele semi-submerso e muito danificado, no lugar do Freixo, onde hoje se encontra a Marina do Freixo. Campanhã, isto em finais da década de 70, e possivelmente deve ter sido desmantelado nesse local.
Quanto ao MORAES foi vendido à TINITA, talvez por volta de finais da década de 70, e cheguei a vê-lo no porto de Viana do Castelo em 1989. 
Fontes: F. Cabral.
Rui Amaro

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