Os rebocadores MERCÚRIO SEGUNDO, a estibordo, e MORAES, a bombordo, acostados à lingueta dos Banhos /F. Cabral/.
Os rebocadores MERCÚRIO SEGUNDO e MORAES acostados à lingueta dos Banhos /F. Cabral/.
Um
pequeno cais e lingueta na zona do Infante, já há bastantes anos fora de serviço mercantil, e a que por vezes acostavam pequenas embarcações em
operações de cargas e descargas, tais como barcos rabelos, barcaças, iates,
lugres, fragatas, etc.
Porque
este lugar correspondia ao de uma antiga praia desaparecida com a construção da
rua Nova da Alfândega, conservou o nome de Praia, como era correntemente
designada, se bem que também é conhecido por cais e lingueta dos Banhos ou da
Porta Nobre.
Por
volta de 1948, quando se queria indicar o local onde se encontravam os que
nesse lugar manuseavam as mercadorias, dizia-se que estavam na Praia.
Nas
décadas de 50 a 70 do século XX servia de atracação aos rebocadores fluviais
MERCÚRIO SEGUNDO e MORAES, da firma A. J. Gonçalves de Moraes, Lda., estabelecida
ali muito perto na dita rua Nova da Alfandega, e também de amarração das
embarcações da capitania do porto do Douro, também localizada na mesma rua,
além de aparcamento de veículos particulares. Desde alguns anos atrás, serve
exclusivamente a marinha, ou seja o material flutuante e terrestre da capitania
e da polícia marítima.
O rebocador MERCÚRIO SEGUNDO assistindo um navio na manobra de rotação /F. Cabral/.
O rebocador MORAES preparando-se para prestar assistência na manobra de acostagem ao n/m holandês MEIDOORN /Rui Amaro/.
Os rebocadores MERCÚRIO SEGUNDO (1939) e MORAES (Finais da
década de 50) dedicavam-se à assistência a navios nas manobras de atracação,
amarração à chegada e rotação na largada, rebocagem de barcaças no rio, e
laitas entre o Douro e Leixões, e ainda condução de barcaças em excursões rio
acima, alternadamente com o JÚLIO LUIS ex MANOLITO, e anteriormente com o
DEODATO, de outros armadores.
O rebocador MERCÚRIO SEGUNDO de braço-dado com duas barcaças numa excursão à Quinta da Fonte da Vinha, Oliveira do Douro, em 05/07/1953, organizada pelo Clube Fluvial Portuense /O Comercio do Porto/.
O data-base daqueles dois rebocadores não foi encontrado, no
entanto sei que o MERCÚRIO SEGUNDO foi vendido à Empresa Carbonífera do Douro,
Pedorido, Castelo de Paiva, que o rebaptizou de FOJO, e que em conjunto com o
PEJÃO conduziam os típicos “rabões” da frota negra do Douro entre as minas do
Pejão e o porto comercial do Douro, com carvão extraído daquelas minas para
embarque nos navios costeiros que o transportavam para as fábricas de cimento de
Alhandra ou Outão. A ultima vez que vi o FOJO, estava ele semi-submerso e muito
danificado, no lugar do Freixo, onde hoje se encontra a Marina do Freixo.
Campanhã, isto em finais da década de 70, e possivelmente deve ter sido desmantelado
nesse local.
Quanto ao MORAES foi vendido à TINITA, talvez por volta de finais da década de 70, e cheguei a vê-lo no porto de Viana do Castelo em 1989.
Fontes:
F. Cabral.Quanto ao MORAES foi vendido à TINITA, talvez por volta de finais da década de 70, e cheguei a vê-lo no porto de Viana do Castelo em 1989.
Rui
Amaro
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