Foto de autor desconhecido - passada gentilmente por Nuno Bartolomeu, Almada,
O VILA DO PORTO demandando o porto de Leixões na viagem inaugural em 1949,/ (c)Foto Mar, Leixões/.
O VILA DO PORTO no porto do Funchal em 1954 / Foto de autor desconhecido - passada gentilmente por Nuno Bartolomeu, Almada /.
21/03/1955 - Num rochedo denominado “Leixão”, por fora do Molhe Norte do Porto de Leixões encalhou, ontem, às primeiras horas da manhã, e considera-se totalmente perdido o navio-motor VILA DO PORTO, tendo os seus 36 tripulantes e um passageiro de nacionalidade Americana sido salvos pelas corporações de bombeiros de Matosinhos-Leça e a de Leixões, por meio de cabo de vaivém.
Pouco antes e devido a um
golpe de vento garrara a a vedeta NRP CORVINA que encalhou também, mas sem gravidade,
visto horas depois ter sido posta a reflutuar.
A madrugada de ontem foi de
incerteza e angustia para muitos. Soprando rijamente de sudoeste, acompanhada
de fortes aguaceiros, a ventania causou graves, vultosos prejuízos no mar, onde
perigaram mais de três dezenas de vidas. Pouco depois das 3 horas, a vedeta NRP
CORVINA, que estava fundeada na bacia do porto de Leixões, devido a uma rajada
mais forte, garrou, indo encalhar no areal do molhe Norte. Dado o alarme,
acudiram, imediatamente as lanchas dos pilotos, a lancha RAMALHEIRA,
salva-vidas CARVALHO ARAÚJO e o rebocador VANDOMA. Entretanto sob as ordens do
comandante daquela unidade da Marinha de Guerra, 1º tenente Pires Cabral, a
respectiva tripulação principiou a trabalhar na amarração, enquanto ao molhe
referido chegavam, com o seu material de socorro a náufragos, os Bombeiros
Voluntários de Matosinhos-Leça e os de Leixões, tendo aqueles, sob as ordens do
ajudante de comando sr. Manuel Gonçalves Ribeiro, logo montado, como medida de
precaução, um cabo de vaivém. Trabalho penoso para todos, bem como o da
amarração, foi coadjuvado entusiasticamente, pelos marinheiros do submarino NRP
NEPTUNO, que com o seu comandante, sr. capitão-tenente Pimentel Saraiva, ali compareceram:
Atraídos também, pelo alarme dado pelas sereias dos bombeiros, foram afluindo
junto do enorme guindaste ali existente, centenas de populares. A ventania,
entretanto, continuava a soprar, conquanto de vez em quando, copiosos
aguaceiros caiam, a todos alagando.
Mal se pensava que o pior
havia de acontecer daí a pouco, quando estavam terminados, já, os trabalhos de
garantia e segurança da NRP CORVINA, que nada sofrera, felizmente, em
consequência do acidente.
Por volta das 5 horas, e após
novo aguaceiro, enorme estrondo, seguido de apitos estridentes, anunciaram que,
muito perto, novo acidente marítimo ocorrera a poucos metros do molhe, via-se
um enorme navio encalhado. A princípio, supôs-se que se tratava de um navio
Egípcio ou do vapor Português SOFALA, que eram aguardados de manhã, em Leixões,
mas, pouco depois, sabia-se ser o VILA DO PORTO, da Companhia de Navegação
Carregadores Açoreanos, de Ponta Delgada, os voluntários das corporações de
Matosinhos-Leça e de Leixões, bem como os srs. Comandantes João Pais, Joaquim
da Costa, Vieira Coelho e Coutinho Lanhoso, o primeiro chefe do Departamento
Marítimo do Norte e, o segundo capitão do porto de Leixões, aperceberam-se da
gravidade do sinistro, sendo tomadas, desde logo, as providencias necessárias.
Montados os serviços, foram lançados foguetões luminosos e, depois aqueles
conduziam os cabos. Entretanto, em terra, os populares preparavam-se para
auxiliar os bombeiros na penosa tarefa de salvamento, que principiou logo que
foi estabelecido o primeiro cabo de vaivém pelos voluntários de
Matosinhos-Leça.
O primeiro a vir para terra
por esse processo foi o despenseiro Sebastião Resende Santos, de 57 anos, da
Lagoa, que foi necessário ser socorrido pelos populares Francisco Caetano Nora
e um tal Manuel Pescadinha.
Porque o cabo estava frouxo, o
naufrago referido estivera prestes a submergir-se, tendo aqueles descido temerariamente
por uma corda, salvando-o de morte certa. Enquanto os restantes tripulantes do
VILA DO PORTO eram trazidos para terra, graças às mãos do bombeiros e dos
populares – quantas delas sangraram durante esta rude mas humana tarefa! – saía
a barra o salva-vidas CARVALHO ARAÚJO, com o fim de coadjuvar os trabalhos.
Nessa altura, fora já montado outro cabo pelos Voluntários de Leixões, que
breve começou a funcionar com êxito, trazendo para terra mais 11 náufragos,
entre os quais se contavam o 2º piloto, o Imediato, e por último o comandante,
como manda a lei marítima.
SÓ O COMANDANTE PODE EXPLICAR COMO O SINISTRO SE DEU – DIZIAM OS NAUFRAGOS
O VILA DO PORTO após o encalhe / Imprensa diaria - / Foto de autor desconhecido - passada gentilmente por Nuno Bartolomeu, Almada /.
O VILA DO PORTO encalhado sobre o penedo Leixão / jornal O Comércio do Porto /.
O VILA DO PORTO já alquebrado / Foto de autor desconhecido - passada gentilmente por Nuno Bartolomeu, Almada /.
O VILA DO PORTO a ser desmantelado pela fúria do mar / Jornal de Noticias /.
O VILA DO PORTO desmembrado e açoitsdo pelas ongas furiosas / Jornal O Comércio do Porto /.
SÓ O COMANDANTE PODE EXPLICAR COMO O SINISTRO SE DEU – DIZIAM OS NAUFRAGOS
À medida que os tripulantes do
VILA DO PORTO iam chegando à estação do Instituto de Socorros a Náufragos, de
Leixões, verificavam-se cenas comoventes. Os que primeiro haviam posto pé em
terra abraçavam, com lágrimas nos olhos, os companheiros salvos, que
encharcados, transidos, logo eram abafados com cobertores e reconfortados com
café, aguardente e vinho do Porto. No capítulo assistência, o encarregado do
posto, sr. Pedro Ribeiro, multiplicou-se, coadjuvado por diligentes senhoras,
funcionários da capitania de Leixões e populares. Foi na hora de maior
movimento, quando os náufragos bendiziam a Deus o terem salvado as vidas, que o
repórter ali esteve, ouvindo lamúrias e desabafos, sendo lágrimas sinceras a deslizarem
pelas faces de todos os que, pouco antes, haviam enfrentado a morte. A bem
dizer, nenhum deles soube explicar como o desastre ocorreu. De quarto vinha o
comandante sr. capitão Amadeu Calisto Ruivo, homem experimentado da frota da
companhia armadora e muito conhecedor das barras do Douro e Leixões. Somente ele
- disseram-nos – pode dizer como se deu o encalhe.
Entretanto, novos náufragos,
iam chegando e, com eles, interessados em que nada lhes faltasse, os srs. comandantes
João Pais, Joaquim Costa e Vieira Coelho, bem como os srs. 1º tenente Guilherme
Silveira e Joel Monteiro, aquele patrão-mor da capitania e este sota-piloto-mor
da corporação de Pilotos local. O único passageiro do VILA DO PORTO – um
oficial do exército dos E.U.A., sr. Arthur Boetcher, que trouxera consigo a
cadelita de bordo – passeava, sorridente, de mãos nos bolsos, entre os
restantes náufragos, conquanto o animal, a “Negrita”, tiritante, o fitava…
QUEM SÃO OS TRIPULANTES DO NAVIO NAUFRAGADO
Depois de ter vindo para terra
o último naufrago, foi feita a chamada, verificando-se que, felizmente, não
faltava ninguém. A tripulação, composta por trinta e seis homens, salvara-se
toda, em cerca de 45 minutos de trabalho exaustivo, para honra e glória das
corporações de bombeiros de Matosinhos-Leça e Leixões.
Da lista que nos foi
fornecida, constam os seguintes nomes: capitão Amadeu Calisto Ruivo, de 63
anos, de Ílhavo; imediato Mário Rodrigues Oliveira, de 51 anos, de Lisboa; 2º
piloto Alfredo Pinto Bacalhau, de 28 anos, de Alenquer; 3º piloto Augusto
Tavares de Almeida, de 27 anos, de São Vicente; Chefe de máquinas Artur dos
Santos, de 50 anos, de Lisboa; 2º maquinista Manuel da Silva Tavares, de 37 anos,
de Lisboa; 3ºs maquinistas, Mário da Fonseca Magalhães, de 28 anos, e José
Maria de Oliveira Charana, de 24 anos, ambos de Lisboa; electricista Antero
Francisco Gouveia, de 60 anos, do Funchal; radiotelegrafista, José Alves
Cordeiro, de 43 anos, das Caldas da Rainha; contramestre Florindo Francisco da
Silva, de 55 anos, de Sintra; marinheiros: Francisco José Branco Júnior, de 55
anos, de Lagos; António Eustáquio, de 58 anos, da Nazaré; António Morais, de 42
anos, de Lisboa; Manuel Nunes de Castro, de 50 anos, de Ílhavo; moços: José
Rainho Regufa, de 31 anos, das Caldas da Rainha; José Joaquim Lousada, de 22
anos, da Nazaré; Mário José Matias São Marcos, 22 anos, de Ílhavo; João
Evangelista Soares, de 48 anos, do Barreiro; Manuel Aguiar, de 36 anos e Manuel
da Costa, de 18 anos, ambos de Ponta Delgada; paioleiros: Joaquim Nunes, de 5
anos, de Gouveia; ajudantes de motorista: Manuel António de Sousa Rubio, de 22
anos, de Elvas; Armando Dias Castanheira, de 34 anos, de Lisboa; Humberto do
Rego, de 31 anos, de Ponta Delgada; chegadores: Adelino Lopes da Silva, de 41
anos, de Lisboa; Guilherme da Ponte, de 39 anos, de Ponta Delgada; despenseiro
Sebastião Resende Santos, de 57 anos, de Lagoa; cozinheiro Manuel Pereira
Falcão, de 36 anos, de Arcos de Valdevez; padeiro Manuel Marques Mendes, de 53
anos, de Águeda; criados: Joaquim Jacob, de 32 anos, de Ponta Delgada; António
Mafalda Pimenta, de 36 anos, de Gouveia; António Joaquim Ferreira Alves, de 31
anos, de Lisboa; João Inácio Cabrita, de 24 anos, de Portimão; enfermeiro
António Esteves, de36 anos, de Alenquer.
Um tripulante vindo para terra pelo cabo de vaivém / Jornal O Comércio do Porto /.
A tripulação do VILA DO PORTO junto da Estação de Socorros a Náufragos / Jornal de Noticias /.
A "Negrita" no posto de medicina veterinária da Associação Protectora dos Animais / Jornal O Comércio do Porto /.
A VERSÃO DO DESASTRE SEGUNDO O COMANDANTE
Na sua residência da Foz do
Douro, o sr. David José de Pinho, recebeu gentilmente, o repórter de “O
Comércio do Porto”, infelizmente o capitão do navio sinistrado – havia saído
já, sendo impossível localizá-lo nas horas mais próximas, dado o estado de
excitação em que se encontra. O considerado agente de navegação, porém, diz-nos
o que sabe sobre o encalhe do VILA DO PORTO. A versão que nos dá, ouvira-a da
boca do comandante e será esse, sem dúvida, o que vai constar do respectivo
“protesto de mar” a apresentar às autoridades marítimas e companhias
seguradoras. Segundo ele, que vinha ao leme, visto o imediato ter descido ao
seu camarote, foi um forte aguaceiro que prejudicou a visibilidade, dando
origem a que tomasse uma luz forte que faiscava, pelo farol da ponta do
quebra-mar do Esporão. Essa luz, parece que fora empregada da torre da estação
telegráfica e semafórica, vulgo Telégrafo, na realidade, durante os trabalhos
de amarração e desencalhe da NRP CORVINA. Na verdade, o sr. Capitão Amadeu
Calisto Ruivo – dos mais antigos comandantes da frota dos Carregadores
Açoreanos – conhece bem a costa. A iluminação do porto de Leixões e, como
todos, os que têm a responsabilidade de comandar um navio como o VILA DO PORTO,
sabe que há pontos de referência, como aquele farolim do Esporão. È de admitir,
portanto, que a luz referida o tenha iludido, a ponto de chocar com o “Leixão”,
fora do molhe Norte.
Logo que o acidente ocorreu –
afirmara-o pouco antes de ser socorrido pelo dr. Fernando Magano – ainda tentou
salvar o seu navio, mas este adornou, impossibilitando-o de qualquer manobra.
Nessa altura já aqueles que trabalhavam na amarração da NRP CORVINA, se haviam
apercebido do sinistro, acudindo rapidamente. Segundo o sr. David José de
Pinho, o navio vinha devagar, a fim de fundear e aguardar piloto do porto de
Leixões, onde devia embarcar carga diversa que estava no armazém nº 7, da doca
nº 1 e, também, passageiros.
O navio-motor VILA DO PORTO
foi construído em Inglaterra em 1949 por Blyth Drydock and Shipbuilding Co,
Blyth, Reino Unido, imo 5602022, 106,1m, 2.585tb, 14nós, passageiros 12. Era
utilizado pela companhia armadora, nas carreiras para Nova Iorque, com escala
pelo Funchal e Ponta Delgada, juntamente com os navios-motor HORTA, seu gémeo.
RIBEIRA GRANDE e MONTE BRASIL, o VILA DO PORTO, tombado sobre o “Leixão”, causa
pena, tanto mais que o mar começou a desfazê-lo, sendo impossível salvá-lo. À
tarde a parte da ré estava submersa, tendo dado à praia de Leça da Palmeira
muita madeira, malas de correio, sacaria, cortiça e apetrechos de bordo.
Os tripulantes, nada puderam
salvar dos seus haveres, chegando a terra somente com a roupa que traziam
vestida. Como é de uso, o comandante foi o ultimo a abandonar o navio, sendo
amparado carinhosamente pelo imediato e pilotos à sua chegada. Os náufragos que
foram alojados em pensões e casa de pasto de Matosinhos e Leça da Palmeira,
devem regressar hoje às suas terras. Durante a tarde e apesar do mau tempo,
milhares de pessoas estiveram a ver o navio sinistrado, que embarcara em Lisboa,
donde saíra na tarde de ontem – quinhentas toneladas de cortiça e conservas. O
Mário José Matias São Marcos e o João Evangelista Soares, faziam a sua primeira
viagem no VILA DO PORTO. Quanto ao paioleiro Joaquim Nunes, com este é o
terceiro acidente marítimo que sofre. O primeiro, segundo nos disse, foi a
bordo do LUSO e o segundo no MARIA AMÉLIA.
AO FIM DA TARDE, O VILA DO PORTO FRACCIONOU-SE, SENDO ARROJADA Á PRAIA
BASTANTE CARGA
Confrangia, na verdade, ao fim
da tarde, ver a esplendida unidade da Companhia de Navegação Carregadores
Açoreanos a desmantelar-se aos poucos, fustigada duramente pelo mar. Por vezes,
as vagas, altíssimas, cobriam-na, destruindo pertences dos mastros e tudo
quanto encontravam na sua frente. A certa altura, adornando mais, fraccionou-se
em duas partes, vendo-se, então, muita carga a boiar, entre a qual fardos de
cortiça que mais tarde as vagas arrojaram à praia de Leça da Palmeira, e esses
despojos eram retirados para lugar mais seguro, e ficavam sob vigilância da
Guarda-Fiscal.
Entre as centenas de pessoas
que contemplavam o doloroso e impressionante espetáculo, viam-se muitos dos náufragos
que não escondiam sentidas lágrimas. Que haviam eles de fazer senão chorar se
naquele navio que o mar desfazia estava o sustento de todos eles, das suas
famílias? Piedosos, muitos assistentes confortavam-nos, mas debalde. O VILA DO
PORTO para eles era tudo: pão, agasalho, alegria. Pela noite fora e até à
madrugada de hoje, a situação do navio. que como acima dizemos se considera
perdido, elevando-se os prejuízos a muitos milhares de contos . não se
modificou. Porque foi necessário os Bombeiros Voluntários de Matosinhos-Leça
transportarem, de manhã, ao hospital local, onde foram devidamente socorridos,
os náufragos António Eustáquio e Sebastião dos Santos, os quais estavam
enregelados.
O CAPITÃO DO VILA DO PORTO ENTREGOU O SEU RELATÓRIO, MAIS IDENTIFICADO POR “PROTESTO DE
MAR”
Ontem, pelas 17 horas. O sr.
Amadeu Calisto Ruivo, capitão do VILA DO PORTO, acompanhado dos seus oficiais,
esteve na capitania do porto de Leixões a fazer a entrega do seu relatório, o
“Protesto de Mar”, sobre o naufrágio.
Para tentar salvar o que resta
do navio sinistrado apareceu em Leixões o salvadego Sueco HERAKLES procedente
de Gibraltar.
A cadela “Negrita”, mascote de
bordo, ficou aos cuidados do sr. Jorge de Pinho, residente na Foz do Douro,
sócio da agência consignatária David José de Pinho e Filhos, Lda, do Porto.
Com pedido de publicação,
recebemos dos Bombeiros Voluntários do Porto, a seguinte nota: “O Comando dos
Bombeiros Voluntários do Porto informa que, tardia e particularmente- teve
conhecimento dos acidentes marítimos verificados ontem com a vedeta NRP CORVINA
e o navio VILA DO PORTO. A sua não comparência foi motivada devido a, quem de
direito, não haver requisitado os serviços da corporação, conforme se encontra
superior e acertadamente determinado”
A vedeta NRP CORVINA encalhada na praia do molhe Norte do porto de Leixões / Jornal O Comércio do Porto /.
A VEDETA NRP CORVINA FOI DESENCLAHADA NA MANHÃ DE ONTEM.
Cerca das 9 horas da manhã de
ontem, sob a orientação do seu comandante fez-se o desencalhe da vedeta NRP
CORVINA. Assistiram à manobra, que se fez com facilidade, o rebocador MONTALTO,
da APDL, e a lancha RAMALHEIRA. Sem danos de maior, aquela unidade da
fiscalização das pescas, foi atracar à doca nº 1, lado Norte.
O ARRASTÃO DA COSTA “MAR ANTÁRTICO TAMBÉM ESTEVE EM RISCO DE ENCALHAR.
Ontem de manhã quando o
arrastão MAR ANTARTICO, da praça de Leixões, regressava da pesca, ao demandar o
porto de Leixões, e em consequência duma forte rajada de vento, foi levado
sobre os blocos junto do farolim do Esporão, socorrendo-lhe prontamente o arrastão
MAR ARTICO, do mesmo armador, que navegava na sua esteira, contudo, como se
quebrassem as amarras lançadas, seguiu em socorro do MAR ANTARTICO, a lancha
RAMALHEIRA, que o rebocou para dentro do porto.
NA BARRA DO DOURO ENTRARA APENAS UM NAVIO.
NA BARRA DO DOURO ENTRARA APENAS UM NAVIO.
A 20/03/1955, manhã cedo, o navio-motor SECIL demandou a barra, conduzido pelo piloto José Fernandes Amaro Júnior, já com o mar a quebrar, vento forte e debaixo de fortes bátegas de água, e os astros a ameaçar temporal.
A DESIGNAÇÃO DO PENEDO LEIXÃO.
Quis Deus ou a Natureza que na
foz do rio Leça, a á quarto de légua da costa, se elevasse das águas
atlânticas um conjunto de rochedos a que os homens deram o nome de LEIXÕES. Eram
o ESPINHEIRO, a ALAGADIÇA, o LEIXÃO grande e pequeno, como grande e pequeno eram
também os rochedos da LADA. Mas havia também o TRINGALÉ, o GALINHEIRO, o CAVALO
DE LEIXÃO, a QUILHA, a BAIXA DO MOÇO, o FUZILHÃO, o BAIXO DO FUZILHÃO VELHO, e
muitos outros…
Desígnio divino, ou tão só
caprichosos afloramentos graníticos, que os geólogos classificam de grão médio
ou gnáissico, os LEIXÕES descreviam um semicírculo no mar, formando como que um
porto de abrigo natural sobre os quais, e parcialmente fora assente o molhe
Norte do porto de Leixões, e do qual advém o respectiva designação do
desenvolvido porto Nortenho.
Fontes: Imprensa diária,
nomeadamente do vespertino “O Comércio do Porto”, Miramar Ship Index,
Wikipédia.
Rui Amaro
ATENÇÃO:
Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste
blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s),
o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a
continuação da(s) mesma(s) em NAVIOS Á VISTA, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who
thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should
contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I
appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on
NAVIOS Á VISTA, which will be very much appreciated.
2 comentários:
Boa noite camarada,
Há coisas que se explicam com alguma facilidade, porque há sempre por perto uma ou mais testemunhas. E melhor ainda se essas mesmas testemunhas estão em local privilegiado.
Para que conste, o dia que antecedeu o encalhe de ambos os navios estava formidável. Daí que uma boa parte da tripulação do NRP Corvina tivesse vindo para terra. Com o aproximar da noite, começou a cair um vento rijo de sudoeste e não demorou para que o apito do NRP Corvina começasse a tocar freneticamente, no sentido da tripulação em terra regressar a bordo, porque no navio perceberam que estava a garrar, aproximando-se perigosamente da praia do Titã, onde acabou por encalhar.
Logo foi montado o dispositivo de assistência por parte dos bombeiros, iluminando o navio com holofotes de grande potencia.
Facilmente se compreende, que reunida uma boa parte da tripulação do NRP Corvina a bordo, revelou-se fácil o desencalhe do navio, que por sorte não terá batido em pedras que ali existem.
Fora da barra encontrava-se o Vila do Porto, com a luz de estai acesa, o que significa encontrar-se ancorado (manobra terminada) a aguardar entrada no porto.
Quando menos seria de esperar o navio manobra saindo do primeiro ancoradouro, ao encontro das luzes colocadas pelos bombeiros no molhe norte, eventualmente por mera curiosidade no sentido de tentarem perceber o que se estava a passar.
A passagem próxima pelo exterior do molhe foi-lhe fatal, face à forte ondulação que já se fazia sentir e logicamente o vento fez o resto. Fácil, não é?
Um grande abraço e até sempre,
Reinaldo
Olá Grande pesquisador Reinaldo. És um "sabão"!
O comandante foi aparentemente curioso demais, até poderia ter batido na pedra da Orça, que fica por fora dos "Leixões".
Pois aqui fica registada mais uma achega para o caso n/m VILA DO PORTO.
Saudações marítimo-entusiásticas
Rui Amaro
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