O RMS HILDEBRAND demandando o porto de Leixões em 01/01/1951 (jornal O Comércio do Porto)
O RMS HILDEBRAND no rio Mersey (Booth Line)
O RMS HILDEBRAND (2) (Booth Line)
O RMS HILARY (3) em rota para Liverpool, passando junto do farol de South Stack, Gales do Norte ( autor desconhecido - edição da Booth Line )
03/01/1951
– O jornal O Comércio do Porto noticiava p seguinte: Esteve anteontem, em
Leixões onde embarcou 74 passageiros e carga diversa, o novo paquete RMS HILDEBRAND
(3), da bem conhecida companhia inglesa The Booth Steamship Co., Ltd., (Booth
Line), de Liverpool. O paquete referido, que devia ter chegado na
segunda-feira, vindo de Liverpool, foi forçado a retardar a marcha, devido ao
temporal no mar, tendo entrado de manhã, naquele porto e atracado, depois, ao lado
norte da doca nº 1.
Como
se tratava da primeira viagem, o navio – que se destina a dar, com o RMS HILARY
continuidade às carreiras regulares entre Liverpool, Leixões, Lisboa, Funchal e
norte do Brasil, que aquela importante companhia de navegação vem mantendo
desde 1866 – foi vistoriado pelas autoridades marítimas locais, por tal motivo
estiveram a bordo os srs. comandante António Braga e 2º tenente Guilherme
Silveira, respectivamente, chefe da delegação e inspector da Junta de
Emigração, os quais foram acompanhados não só pelo comandante daquela nova e
magnifica unidade da frota da Booth Line, capitão J. Whayman, como também pelos
srs. G. N. Perkins e José Martins Rodrigues, respectivamente, director e gerente da firma Garland, Laidley &
Co., Ltd., agentes da The Booth Steamship Co., Ltd., firma essa que teve origem
naquela importante companhia.
Após
a vistoria, que se prolongou por mais de duas horas, os jornalistas, estiveram
também a bordo, tendo tomado contacto com o conforto desta unidade mercante, que
honra sobremaneira as tradições da Booth Line. Durante a visita o representante
de “O Comércio do Porto” verificou que o RMS HILDEBRAND, que foi lançado à água em
Julho do ano passado, constitui na realidade um navio modelo. Tal como o RMS HILARY, muito conhecido em Portugal este tem instalações para 1ª classe e
turística, sendo esta última destinada ao transporte de emigrantes.
Na
primeira há alojamentos luxuosíssimos para cinquenta passageiros, sendo uma
parte dos camarotes dotados com casas de banho ou chuveiros privativos.
Quanto
à classe turística, os camarotes são todos exteriores e de dois a quatro
lugares, para um total de cento e dezoito passageiros, que dispõem, além dum
magnífico tratamento, de confortáveis salas de estar e de fumo e bar, bem como
duma acolhedora sala de jantar. As casas de banho e chuveiros, instalações
sanitárias, etc., são numerosas e verdadeiramente modelares e a ventilação é
feita pelos mais modernos processos.
O
pessoal que tem a seu cargo os passageiros desta classe é preponderantemente
português, bem como os cozinheiros, enfermeiros e criados de ambos os sexos.
Nesta primeira viagem, o navio leva como médico o sr. dr. Francisco Lage, e,
como representante da Junta de Emigração. O sr. inspector Noronha Feio.
Ao
planear a nova unidade, vê-se que a Booth Line tratou cuidadosamente de dotá-la
de amplos porões, especialmente destinados para as cargas que se movimentam na
linha de navegação do Norte do Brasil e Amazonas, nomeadamente toros de
madeiras exóticas para Lisboa e sobretudo para Leixões.
Note-se
que este não é o primeiro RMS HILDEBRAND da frota da Booth Line. Há ainda numerosas
pessoas que recordam, saudosamente, o navio do mesmo nome que, entre 1911 e
1933, transportou milhares de passageiros entre Portugal e o Amazonas, até
Manaus, pois este é terceiro desse nome.
O RMS HILDEBRAND que tem 133m cff/ 7.735tb/ 15nós, foi entregue em 12/1950 por Cammel
Laird & Co., Ltd, Birkenhead, Mersey, saiu de Liverpool no dia 28, tendo
suportado grande temporal que pôs à prova a sua construção admirável. A bordo e
de Inglaterra, vieram os srs. A. C. Fidgen, R. Wynn Williams e o eng. de máquinas
H. G. O’Kanne, respectivamente, director gerente da secção de passagens e
superintendente da Booth Line.
Após
ter embarcado catorze passageiros de 1ª classe e sessenta emigrantes, o paquete
saiu, depois das 16h00, para Lisboa, donde segue com a lotação totalmente
preenchida, para o Funchal, Tenerife, Recife, Fortaleza, Belém do Pará e
Manaus. Com a nova unidade, a Booth Line proporciona, sem dúvida, à sua
numerosa clientela, mais um moderníssimo paquete, que realçará brilhantemente
as tradições de conforto e excelente tratamento.
Infelizmente
o RMS HILDEBRAND poucos mais anos durou, pois a 25/09/1957, depois de ter recusado
a entrada em Leixões, devido ao denso nevoeiro, que se fazia sentir, foi
encalhar com nevoeiro cochado no lugar de Oitavos, Cascais, sem perdas de
vidas, acabando mais tarde por ser desmantelado devido à ação da agitação
marítima.
Fontes:
jornal O Comércio do Porto, Booth Line.
Rui
Amaro
OBS:
Oportunamente será postado um trabalho da perda do malogrado RMS HILDEBRAND.
ATTENTION.
If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos
posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but
will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the
continuation of the same on NAVIOS Á VISTA, which will be very much
appreciated.
ATENÇÃO: Se
houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue,
deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que
será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação
da(s) mesma(s) em NAVIOS Á VISTA, o que muito se agradece.
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