sábado, 18 de maio de 2013

DUPLO ENCALHE DO BATELÃO “MAIORCA” QUANDO DEMANDAVA O RIO DOURO

O rebocador FALCÃO 1º tenta safar o batelão MAIORCA do banco de areia / O Comércio do Porto /. 


O batelão MAIORCA atracado ao cais da doca do Poço do Bispo em 1987, aguarda abate e venda /foto amavelmente transmitida por Nuno Bartolomeu, Almada /

A 04/12/1967, no curto espaço de duas horas e meia, o batelão costeiro MAIORCA transportando um carregamento completo de ferro da Siderurgia Nacional, procedente do Tejo e com destino ao cais de Gaia, no porto comercial do Douro, encalhou duas vezes, mas safou-se com a ajuda do rebocador FALCÃO 1º do mesmo armador, que o conduzia desde o Seixal.
Com efeito, aquele batelão, logo após ter demandado a barra sem a orientação de piloto da barra, a que por lei era isento, mais propriamente junto ao local denominado Meia Laranja, diante do jardim do Passeio Alegre, encalhou numas pedras, possivelmente motivado por qualquer estoque de água imprevisto. Eram cerca das 11h30, quando se verificou este primeiro encalhe.
Pouco depois do meio-dia o batelão havia-se safado, seguindo para montante, contudo passado algum tempo, o MAIORCA detém-se encalhado no banco de areia dos Arribadouros, diante do lugar de Sobreiras, apesar dos esforços do FALCÃO 1º para o evitar.
Mas mais uma vez, o FALCÃO 1º consegue safar o MAIORCA, prosseguindo a sua navegação até ao destino desejado, tendo este resto da viagem sido processado sem qualquer outra anormalidade.
De registar, porém, que estas contrariedades causaram certo pânico na zona ribeirinha, pois de inicio, receou-se pelo pior.
A corporação dos Bombeiros Voluntários Portuenses, Delegação da Foz, chegou mesmo a sair, com um carro porta-cabos, para estabelecer o cabo de vaivém através de foguetões, e uma ambulância.
Felizmente que tudo correu pelo melhor, tendo o material referido recolhido ao aquartelamento, sem que tivesse sido utilizado.
MAIORCA – imo ??/ cff 40m/ cpp 38,91m/ Boca 08,22m/ pontal 03,86m/ tripulação: 8 na cabotagem costeira, 3 no trafego fluvial; 1965 entregue pelos Estaleiros Navais de S. Jacinto, Sarl, Aveiro, à Sofamar – Sociedade de Fainas de Mar e Rio, Sarl, Lisboa, que o colocou no serviço costeiro entre o Seixal e Douro/Leixões transportando produtos da Siderurgia Nacional, e em meados da década de 70 no serviço fluvial do rio Tejo; 1977 MAIORCA, ETE – Empresa de Trafego e Estiva SA, que o empregou também no tráfego fluvial do rio Tejo; 1987 amarrou na doca do Poço do Bispo para abate e venda; 1998 foi levado para Alhos Vedros, a fim de ser desmantelado.
Fontes: jornal “O Comércio do Porto”, Reinaldo Delgado, Nuno Bartolomeu.
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s) em NAVIOS Á VISTA, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on NAVIOS Á VISTA, which will be very much appreciated.

2 comentários:

Rui Amaro disse...

Olá Martin Cruise
Não tenho literatura sobre a tragédia do navio de pesca Guineense (Guiné/Bissau) BOLAMA, que não era luso-guineense como a comunicação social propalava para aí, porque pelo que eu sei não existe pavilhão luso-Guineense, poderia pertencer a empresa luso-Guineense de conveniência, parece que era o caso.
Em minha opinião o navio, que foi comprado na Dinamarca, sofreu reparações e foi alteado, o que talvez lhe tenha dado menos estabilidade. Acontece que saiu para o mar sem despacho da Capitania e sem alvará da Alfandega, o que é ilegal, mesmo para experiencias em porto ou no oceano. O navio tinha sido reclassificado pela Rinave, empresa classificadora de navios fidedigna, do conceituado grupo Bureau Veritas, que o deu como apto.
Em minha opinião quando realizava experiencias de mar, e sobretudo experiencias de redes, podem estas ter pegado em qualquer engenho submerso, e com a velocidade que levava, e como ia leve, pouca carga pertença dos tripulantes da Guiné, praticamente em lastro, adornou de imediato, não dando tempo a lançar SOS, nem tão pouco utilizar as balsas e outros meios de salvamento, não seria o primeiro nem o último por esses mares fora. Quanto aos rombos e tal buraco oval, pode muito bem terem sido provocados pelo embate em penedia crispada no fundo do mar.
Sempre ao dispor
Cumprimentos
Rui Amaro

Rui Amaro disse...

Olá Martin Cruise
Não tenho literatura sobre a tragédia do navio de pesca Guineense (Guiné/Bissau) BOLAMA, que não era luso-guineense como a comunicação social propalava para aí, porque pelo que eu sei não existe pavilhão luso-Guineense, poderia pertencer a empresa luso-Guineense de conveniência, parece que era o caso.
Em minha opinião o navio, que foi comprado na Dinamarca, sofreu reparações e foi alteado, o que talvez lhe tenha dado menos estabilidade. Acontece que saiu para o mar sem despacho da Capitania e sem alvará da Alfandega, o que é ilegal, mesmo para experiencias em porto ou no oceano. O navio tinha sido reclassificado pela Rinave, empresa classificadora de navios fidedigna, do conceituado grupo Bureau Veritas, que o deu como apto.
Em minha opinião quando realizava experiencias de mar, e sobretudo experiencias de redes, podem estas ter pegado em qualquer engenho submerso, e com a velocidade que levava, e como ia leve, pouca carga pertença dos tripulantes da Guiné, praticamente em lastro, adornou de imediato, não dando tempo a lançar SOS, nem tão pouco utilizar as balsas e outros meios de salvamento, não seria o primeiro nem o último por esses mares fora. Quanto aos rombos e tal buraco oval, pode muito bem terem sido provocados pelo embate em penedia crispada no fundo do mar.
Sempre ao dispor
Cumprimentos
Rui Amaro