Paquete GUINÉ (1) da CCN, ex LA PLATA, ex PELOTAS / autor desconhecido - colecção F. Cabral, Porto /.legenda alterada de acordo com as duas últimas mensagens.
Paquete GUINÉ (2) durante a 2ª guerra mundial ostentando os sinais de navio neutro Português / autor desconhecido - colecção F. Cabral, Porto /.
Paquete GUINÉ (2) pintado com as novas cores da CCN / autor desconhecido - colecção F. Cabral, Porto /.
Paquete SAN MIGUEL durante a 1ª guerra mundial, mostrando-se com pintura de camuflagem / autor desconhecido - Página Açores 1914/18 - Memórias da História
Patrulha NRP AUGUSTO DE CASTILHO / autor desconhecido - colecção F. Cabral, Porto /
Submarino Alemão U-139 / U-Boat Net /.
Paquete Português GUINÉ (2),
imo 5602521/ 96m/ 2.557gt/ dois hélices/ 12nós/ 135 passageiros; 04/ 1905
entregue por Sir Raylton, Dixon & Co., Ltd., Middleborough, como SAN MIGUEL
à Empresa Insulana de Navegação, Lisboa; 23/03/1918, enquanto em trânsito
Funchal/Ponta Delgada, transportando 206 passageiros, escoltado pelo patrulha
NRP AUGUSTO DE CASTILHO, que foi originalmente o arrastão bacalhoeiro ELITE, construído
em 1909/ 48,76m/ 801tb/ 09nós/ propulsionado por uma máquina alternativa de
vapor com a potência de 704 HP, que havia sido mais antigo arrastão bacalhoeiro
Português e mais tarde passou para a pesca do Cabo Branco; 13/06/1916 foi requisitado
pela Marinha de Guerra Portuguesa, e inicialmente foi equipado com uma peça de
artilharia de 47 milímetros Hotchkiss. Mais tarde, também foi montada uma
segunda peça, um retiro e mais tarde o jogo de frente foi substituído por um
Hotchkiss de 65 milímetros. Na patrulha marítima, o NRP AUGUSTO DE CASTILHO
teve uma série de encontros com submarinos Alemães. A 23/03/1918, durante a
saída do porto de Lisboa para o Funchal, comandado pelo primeiro-tenente
Augusto Teixeira de Almeida, escoltando o paquete LOANDA, abriu fogo a cerca de
500m contra um submarino inimigo que de imediato escapou-se submergindo. A
21/08/1918, navegava ao largo da costa de Cabo Raso, comandado pelo
primeiro-tenente Fernando de Oliveira Pinto, atacou com artilharia, disparando
contra um grande submarino Alemão que desapareceu rapidamente. A 14/10/1918,
enquanto navegava do porto do Funchal para Ponta Delgada, comandado pelo
primeiro-tenente José Botelho de Carvalho Araújo, o NRP AUGUSTO DE CASTILHO escoltava
o paquete SAN MIGUEL, propriedade da Empresa Insulana de Navegação, que por sua
vez era comandado pelo capitão Moniz Caetano de Vasconcelos e transportava 206
passageiros e muitas toneladas de carga diversa. Ao início da manhã, os dois
navios Portugueses, foram avistados pelo submarino Alemão U-139, que tentou
alcançar o paquete, o submarino não conseguiu porque o destemido NRP AUGUSTO DE
CASTILHO se interpôs entre o U-139 e o seu protegido SAN MIGUEL.
Na batalha desigual que se
seguiu, e que incrivelmente durou mais de duas horas, perdeu a vida o heroico
comandante Carvalho Araújo, que fora atingido pelo último disparo Alemão, e
outros seis elementos da sua guarnição de 42 homens.
A desproporção de poder era
tão grande que o resultado da luta foi traçada apenas desde o início, a olhar
para o potencial ofensivo de cada um dos adversários.
O navio patrulha Português,
com duas peças de artilharia Hotchkiss, com um calibre de 65 milímetros. e
outra de 47 milímetros, enquanto o submarino U- 139, era um dos maiores e mais
modernos da Marinha Imperial Alemã, e estava equipado com duas peças de
artilharia de 150 milímetros e seis tubos lança torpedos.
O paquete SAN MIGUEL tinha
aumentado a sua velocidade ao máximo e por outro lado a coragem e tenacidade do
comandante Carvalho Araújo, de colocar o seu navio entre o submarino e o
paquete, este chegou a Ponta Delgada com seus 206 passageiros e os seus 54
tripulantes ilesos e suas muitas toneladas de carga intacta.
No NRP AUGUSTO DE CASTILHO as
munições esgotaram-se e como tal foi forçado a render-se, sem que no combate
seus artilheiros também atingissem o submarino, que sofreu avarias graves. Os
Alemães após a rendição conseguiram saquear tudo que puderam do NRP AGUSTO DE CASTILHO,
e foi afundado com cargas de demolição colocadas a bordo pelos Alemães. Talvez
o seu destino tivesse sido outro, se os navios Portugueses, durante a guerra, tivessem
sido equipados com peças de artilharia de maior calibre, como em várias ocasiões,
afirmaram vários comandantes.
O comandante do submarino era Lothar
von Arnauld de la Perière, com 194 navios e 453.716 toneladas de arqueação
brutas afundadas. Ele foi o ás de submarinos de maior sucesso de sempre.
36 sobreviventes alojados num barco
salva-vidas danificado e numa jangada improvisada, comandados pelo guarda-marinha
Armando Ferraz, imediato do patrulha, chegaram à Ponta do Arnel, Ilha de São
Miguel, a 20/10/1918, após 48 horas do desfecho do combate.
Em 1920, o relatório do comandante
do U-139, onde teceu grande elogio à coragem do comandante Carvalho Araújo, um
facto, que aparentemente permitiu que o Parlamento Português concedesse uma pensão
à sua viúva de valor significativo.
1930 GUINÉ, Companhia Colonial
de Navegação, Lisboa, que a empregou na carreira Lisboa/Las Palmas/ Ilhas de
Cabo Verde/Guiné Portuguesa; durante a 2ª guerra mundial fez algumas viagens
aos portos da costa leste dos EUA; 07/03/1950 chegava a Barrow para
desmantelamento.
Fontes: Miramar Ship Index, U boat
Net, Militaryphotos Net.
Rui Amaro
ATENÇÃO:
Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste
blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s),
o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a
continuação da(s) mesma(s) em NAVIOS Á VISTA, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who
thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should
contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I
appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on
NAVIOS Á VISTA, which will be very much appreciated.
5 comentários:
O que esconde o Estado Português sobre o naufrágio do Bolama? Veja o Blog de Investigação: naviobolama.blogspot.pt
tanta teoria acerca do Bolama!!Não era sabido que era um pesqueiro de má construçao, com caimento (balanço) forte, perigoso e que , depois de alteraçoes ficou com estabilidade ainda mais precária.Os noruegueses trataram de se desvencilhar de uma coisa velha e perigosa...Quem comprou lixo..lixou-se.
...lixou-se e lixou o pesssoal que ia bordo!
Olá caro Martin Cruise
A minha opinião sobre o naufrágio do BOLAMA, que dizem de nacionalidade luso-guineense (essa de luso- Guineense tem piada. O que marca a nacionalidade de um navio é a bandeira e o que está exarado no registo), será muito simples, como aqueles que têm ocorrido por esse mundo fora, nomeadamente com embarcações de pesca por redes de arrasto. Segundo julgo saber o BOLAMA saíu a barra do Tejo sem ser despachado e vistoriado pela Capitania, uma falta grave do seu capitão, ainda para mais com convidados, que têm de ter uma autorização pelo menos da Policia Maritima, e foi para experiências de mar, especialmente testar as redes de arrasto. O navio nas reparações parece que foi alteado, e estava reclassificado para a sua função de pesca, pela Rinave aqui em Portugal, o que também já sucedera na Dinamarca um alteamento, onde já surgiram problemas de estabilidade, deve ter lançado ao mar as redes, e força toda avante na máquina, e aquelas pegaram bem em qualquer pedra ou engenho submerso ou semi-submerso, por ali existente, e com a força que o BOLAMA levava, este perdeu a estabilidade, e automaticamente adornou de tal forma rápida, que não houve tempo de lançar os meios de salvamento, e lá se foram todos aqueles infelizes.
Quanto ao rombo no costado, dizem que o navio foi atacado, talvez por um submarino, que originou o rombo, mas também o navio poderia levar junto ao lugar onde aparece o buraco, substâncias químicas, próprias para trabalhos a bordo, que ao contacto com a água possam ter provocado uma explosão e originado o rombo.
No porto de Leixões já vi um navio que estava a começar a descarga, e numa destas, tambores com substâncias químicas, sem mais nem menos começaram a explodir, sem que ninguém as tivesse manuseado, felizmente os bombeiros acabaram por extinguir o fogo.
Mais intrigante é o caso ANGOCHE em Moçambique.
È tudo que se me oferece esclarecer.
Saudações marítimo-entusiásticas
Rui Amaro
Por acaso estava a ver este post e noto que a primeiro foto, não é do Guiné Ex San Miguel, mas do primeiro Guiné (Ex La PLata, Ex Pelotas) da Colonial comprado em 1922 e perdido em 1930. Era maior pois tinha 1101 metros e 4.072 Tab.
Ricardo Matias
Amigo Ricardo Matias
Tem razão, na verdade a primeira imagem é do GUINÉ (1) da CCN, ex LA PLATA, ex PELOTAS, de bandeira germânica.
Obrigado pela chamada de atenção.
Saudações marítimo-entusiásticas
Rui Amaro
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